2025/07/18

César posiciona-se para suceder a Sócrates

Com as críticas duras que fez ao executivo, considerando que o país está a ser governado por um subsistema de ministros sem peso político, Carlos César pode estar a posicionar-se para suceder a Sócrates. Tomando o lugar a António Costa, cada vez mais fragilizado com a gestão da capital.

Com as críticas duras que fez ao executivo, considerando que o país está a ser governado por um subsistema de ministros sem peso político, Carlos César pode estar a posicionar-se para suceder a Sócrates. Tomando o lugar a António Costa, cada vez mais fragilizado com a gestão da capital, envolvendo-se mesmo em desentendimentos com o primeiro-ministro por causa da gestão do porto de cruzeiros.
Curiosamente, César nunca põs em causa, nas suas palavras, o seu apoio a Sócrates mas sim a composição do executivo, cada vez mais depauperada de pesos pesados depois das saídas de Campos e Cunha, Freitas do Amaral e António Costa (sem que tenha havido nenhuma remodelação), o que acaba por ser muito ingrato para um homem da envergadura de José Sócrates. Sócrates já provou que, apesar da sua fama de arrogância, encaixa bem as críticas. Só depende delas serem construtivas e, sobretudo, virem de alguém que lhe merece consideração pessoal e política. Como é o caso de Carlos César, um homem ainda novo, com uma longa carreira política, que tem sabido administrar muito bem o seu posicionamento no interior do partido, sem se comprometer com qualquer família política.
Não espantaria, assim, que Carlos César pudesse, antes de se lançar na corrida à liderança do PS, integrar um futuro executivo PS, depois de 2009, exactamente para contribuir para que o governo tenha mais peso político. O facto de ter regionais em 2008 e de as dever ganhar, não é impeditivo a esta situação. Até porque 2008 deve marcar a última eleição regional de César. Quanto a António Costa, dificilmente António deverá voltar a um executivo de Sócrates. Se ganhar Lisboa em 2009, gere a capital até 2013. Se perder, pode comprometer a sua carreira política.
Carlos César nasceu a 30 de Outubro de 1956, em Ponta Delgada. Em 1973, com apenas 17 anos de idade, integrou a Comissão Dinamizadora da C.D.E. em Ponta Delgada. A 26 de Abril de 1974, um dia depois da “Revolução dos Cravos”, fundou a Associação de Estudantes do Liceu Antero de Quental, e, um mês mais tarde, a Juventude Socialista nos Açores. Foi membro do primeiro Secretariado eleito da Secção de Ponta Delgada do Partido Socialista e da delegação dos Açores ao I Congresso Nacional do P.S. na legalidade e ao I Congresso Nacional da Juventude Socialista. Em 1977 ingressou na Faculdade de Direito de Lisboa, tendo sido eleito para a Direcção da Associação de Estudantes e para os órgãos de gestão daquela instituição universitária. Até 1980 foi, também, coordenador nacional da J. S. para o ensino superior.
Foi Adjunto do Secretário de Estado da Administração Pública do II Governo Constitucional. De regresso aos Açores ingressa, como deputado, na Assembleia Regional em Janeiro de 1981. Integrou, pouco tempo depois, a Direcção do Grupo Parlamentar do P.S. e várias comissões parlamentares, presidindo à Comissão dos Assuntos Económicos. Mais tarde foi eleito Vice-Presidente da Assembleia Regional, sendo, ainda hoje, o deputado que mais tempo ocupou essas funções.
De 1983 a 1985 foi líder do P.S. nos Açores. Entre Dezembro de 1988 e Dezembro de 1989 é deputado na Assembleia da República, para que fora eleito em Julho de 1987. Faz, então, parte da Direcção do Grupo Parlamentar, a convite de António Guterres, e das comissões de Defesa Nacional, da Juventude e dos Direitos, Liberdades e Garantias.
A 30 de Outubro de 1994 é eleito Presidente do P.S./Açores, com 92% dos votos expressos em escrutínio secreto, no Congresso Regional. No ano seguinte acrescenta à sua qualidade de membro da Comissão Nacional e da Comissão Política Nacional do P.S. a sua eleição para o Secretariado Nacional, de que continua a fazer parte.
Nas eleições regionais de 13 de Outubro de 1996, como candidato dos socialistas açoreanos à Presidência do Governo Regional, anula uma diferença de mais de 20% que separava o P.S. do P.S.D., vencendo com 46% dos votos expressos.
A 9 de Novembro de 1996 tomou posse como Presidente do VII Governo Regional dos Açores.
É membro do Conselho de Estado, do Conselho Superior de Defesa Nacional, do Conselho Superior de Segurança Interna e do Conselho Superior de Protecção Civil.

As elites de Menezes

Com a vitória nas eleições directas de Luís Filipe Menezes, chegam ao PSD novas figuras de topo. O SEMANÁRIO falou com Ângelo Correia, Rui Gomes da Silva e Ribau Esteves no sentido de perceber como serão os primeiros meses da liderança do novo Presidente do partido. O relacionamento com Belém, o futuro da liderança parlamentar e a reunificação interna estarão, seguramente, na agenda de Menezes.

As eleições directas no PSD ditaram o fim de um ciclo e o principiar de outro no seio do partido. Com o actual líder, Luís Filipe Menezes, chegam aos cargos de topo dos social-democratas novas figuras. Ângelo Correia, José Ribau Esteves, Martins da Cruz, Rui Gomes da Silva e Nuno Delarue terão, certamente, lugar no círculo privilegiado e restrito de “homens fortes” do líder agora eleito. Para ambos, o objectivo fundamental é vencer o PS em 2009 e será essa, com toda a convicção, a meta por todos traçada. Porém, até lá, existe um longo e sinuoso caminho a percorrer.
Ângelo Correia, mandatário nacional do candidato Menezes, declarou ao SEMANÁRIO não existir uma segmentação social entre as duas candidaturas que foram a votos. Na opinião do histórico do PSD, “havia dois contendores e haviam grupos de pessoas de diferentes matizes que os apoiaram. Não se pode falar em barões de um lado e povo do outro. A expressão numérica que assumiu o resultado duma candidatura e de outra não permite tirar essa elação”, rematou.
De modo a aproximar os militantes social-democratas, divididos por um dos confrontos mais crispados na história do partido, Ângelo Correia sugere o “trabalho”. Segundo o antigo ministro da Administração Interna, “o dr. Luís Filipe Menezes, para unir o PSD, deve pôr todo o partido a trabalhar. Para esquecer as clivagens emocionais e adquirir clivagens sobre um programa de acção. No trabalho podem acontecer clivagens, mas eu essas desejo-as. Desejo-as e são de salutar porque significam pontos de vista diferenciados sobre as mesmas questões. Isso é de salutar. Divisões meramente temperamentais ou de métodos de associação ao poder não são de salutar”, realçou.
José Ribau Esteves preside actualmente à Câmara Municipal de Ílhavo. O autarca foi o porta-voz da candidatura de Menezes. Sempre junto ao actual líder, Ribau mostrou uma enorme capacidade de trabalho e de lealdade. Seguramente, verá o seu esforço recompensado com um cargo executivo no partido, segundo algumas vozes, o de secretário-geral.
Em declarações ao SEMANÁRIO, José Ribau Esteves salientou o significado político da vitória de Luís Filipe Menezes. “A vitória significa a materialização de uma vontade de mudança que o partido vinha sentindo ao longo deste tempo”. O autarca acrescentou que durante a campanha interna assistiu-se a um “crescendo na adesão à candidatura e a uma grande vontade de mudança na militância. Esta vitória diz bem desse sentimento”, finalizou.
Na opinião de Ribau Esteves, o PSD vai, a partir de agora, entrar numa nova vida. “O Partido vai enveredar por um caminho seguramente diferente, na sua substância e forma, daquele que vinha percorrendo. Significa isto”, continuou, “que a vitória de Luís Filipe Menezes materializa um novo caminho no partido, que acreditamos seja de crescimento, de vitória, de capacidade de luta, de fortalecimento interno… Para que o PSD se afirme como um verdadeiro líder de oposição e que se vá construindo, cada vez mais, como uma alternativa credível e capaz aos olhos dos portugueses”.
O porta-voz do candidato Menezes nas eleições internas frisou a importância de se trabalhar no sentido da unificação do partido, independentemente do voto ou do apoio publicamente manifestado a um ou outro candidato. “Neste momento a postura é de convidar toda a gente ao trabalho”, realçou Ribau Esteves. Acrescentando que “o apelo à unidade é um apelo permanente, mas no sentido de que toda a gente está permanentemente convidada a ser parte de um trabalho de fortalecimento do PSD”. Segundo o Presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, Menezes deve trabalhar “com aqueles que entender que são os mais disponíveis, os mais capazes e aqueles que estarão em melhores condições para assumir a responsabilidade dessas tarefas, tendo sempre presente os objectivos claros que estão definidos na moção que apresentou com a sua candidatura”. Ribau Esteves referiu, ainda, estar certo que Luís Filipe Menezes vai, “obviamente, saber respeitar e saber conviver democraticamente com aqueles que tiveram uma atitude diferente dessa”. Mas deixou um aviso: “esta vai ser uma caminhada com uma liderança forte e determinada, subjugada ao seu rumo e aos seus objectivos”.
Rui Gomes da Silva, deputado e antigo ministro dos Assuntos Parlamentares do Governo de Santana Lopes, é um dos nomes falados para ocupar uma das vice-presidências do PSD. Durante a campanha interna, assumiu grande protagonismo nas reuniões do Conselho de Jurisdição Nacional. Membro proeminente da ala santanista e advogado, foi Gomes da Silva que preparou os recursos para a justiça que, afinal, não chegaram a ser necessários.
Ao SEMANÁRIO, Rui Gomes da Silva destacou a importância e o simbolismo da vitória de Menezes sobre Marques Mendes. Para o antigo ministro, “o resultado das eleições directas simboliza a vitória da determinação, a vitória das convicções e a vitória das bases do PSD sobre as pretensas elites iluminadas que julgavam que o partido era uma coutada privada”.
Gomes da Silva manifestou plena convicção numa mudança, num novo rumo para o partido. “O PSD não será mais o mesmo”, expressou o representante de Luís Filipe Menezes no Conselho de Jurisdição. “Com o dr. Menezes, estas pessoas que apareciam ciclicamente a apoiar os líderes em funções não terão mais nenhuma capacidade de intervenção no partido. Essas pessoas somente eram militantes porque tinham sido governantes e, portanto, nunca foram capazes de militar activamente no partido. Ou seja, descer às bases, falar com elas e ser parte dessas mesmas bases. São pessoas que estavam disponíveis para governar, mas indisponíveis para trabalhar. São pessoas que quando o partido está na oposição ficam à espera que volte ao Governo, mas nunca fazem nada para que isso aconteça, antes pelo contrário. Cada vez que falavam, faziam-no contra o sistema partidário, contra o trabalho partidário, contra a militância activa… Portanto, o que aconteceu, desta vez, foi um ponto final nessas pseudo-importâncias que, algumas delas, já se arrastavam há quase 17, 18 anos. Esta mudança era inevitável.”
Relativamente a Manuela Ferreira Leite, o deputado considera que o seu apoio à candidatura de Luís Filipe Menezes seria “rigorosamente indiferente”. Para Gomes da Silva, a vontade dos militantes numa mudança de rumo era muito forte e, portanto, indiferente ao apoio dos chamados “barões” do partido. O antigo ministro salientou o mau caminho seguido pelo PSD durante a direcção de Mendes, fundamentando o descontentamento geral dos militantes com tais erros de percurso. A título de exemplo, Gomes da Silva nomeia a incapacidade de, no parlamento, Marques Mendes sair vencedor dos debates mensais com o primeiro-ministro.
Ângelo Correia considerou que existia “no país e no partido uma necessidade de mudar”. Para o social-democrata era notório, junto dos militantes, “um desejo de uma mudança radical”.

Coabitação com Belém

Um tema que vai marcar, certamente, a agenda de Luís Filipe Menezes enquanto líder do maior partido da oposição é coabitação com Belém. É importante referir que a animosidade entre Menezes e Cavaco Silva é um facto. Para Ribau Esteves a solução é muito simples. “A coabitação vai ser feita desta maneira: o dr. Luís Filipe Menezes é o presidente do PSD, que vai governá-lo com a sua equipa, com a sua estratégia e com os seus objectivos; o professor Cavaco Silva é o Presidente da República da Nação e vai seguramente continuar a gerir a Presidência da República com a sua equipa e com a sua estratégia”.
Na mesma linha de simplicidade, o autarca concluiu “que é desta forma que o dr. Menezes olha para essa coabitação. Pertencemos ao mesmo país, temos bons objectivos ao nível de querermos o bem da Nação. Agora, cada um fará o seu trabalho, não há ai nada de mau nem nada de bom. Há tudo de normalidade naquilo que vai ser um partido com uma dinâmica nova e diferente e naquilo que é uma Presidência da República que já deixou claro qual é o seu estilo e qual é a forma como materializa os seus objectivos”.
Rui Gomes da Silva, por seu turno, defende que as relações entre Menzes e Cavaco se devem pautar pelo respeito, “pelos cargos e pelas competências”. “O Presidente da República”, continuou o deputado, “merece todo o respeito institucional. Agora, o PSD tem autonomia estratégica e não depende de ninguém”, avisou o ex-ministro de Santana Lopes.
Ângelo Correia afasta na totalidade a existência de qualquer tipo de animosidade entre o Presidente da República e o líder do maior partido da oposição. Relativamente ao futuro das relações entre Menezes e Cavaco, o histórico do PSD antevê que “a coabitação entre Luís Filipe Menezes e o presidente da República seja respeitável, respeitadora, percebendo qual o papel de cada um deles e tentando cooperar o mais possível para a realização de um bom desígnio português”.

Regresso do santanismo

As vozes mais críticas de Menezes salientam que a sua vitória representa o regresso do santanismo, com todas as respectivas consequências. Dando ênfase, inclusivamente, à hipótese de o próprio Pedro Santana Lopes vir a liderar a bancada parlamentar, que expectavelmente ficará órfã de Luís Marques Guedes. A par da epifania do antigo primeiro-ministro, as acusações de populismo a Menezes foram uma constante durante o período de campanha.
Ângelo Correia não quis nomear o nome de um deputado que gostasse de ver a liderar a bancada do PSD na Assembleia da República, salientando que não faz “comentários sobre pessoas, na exacta medida em que essa é uma apreciação que tem de ser feita pelos senhores deputados”. No entanto, avançou dois critérios que, no seu entender, devem pesar decisivamente na escolha do futuro líder parlamentar: “primeiro, a vontade livre e soberana do grupo parlamentar. Segundo; um critério adicional dentro dessa escolha, que tenha em conta um critério unificador dos senhores deputados”.
Rui Gomes da Silva, membro proeminente da ala santanista, apelidou de “lamentáveis e indecorosas” as criticas desferidas a Menezes. Chegando mesmo a referir que são uma “falta de respeito para com próprio partido e para com os militantes”. Gomes da Silva deixou um desafio: “era bom que as pessoas, que andam agora a dizer o que dizem, vão ao congresso dizê-lo. Acho que era bom e ninguém lhes vai bater. Irem lá e irem a votos”.
Porém, o deputado não acredita que o seu repto seja aceite pelos críticos. “As pessoas que fazem essas acusações ao dr. Luís Filipe Menezes são cobardes, não têm coragem para, em sede própria, dizerem o que afirmam agora”, destaca Rui Gomes da Silva.

Marcelo Rebelo de Sousa

O comentador não é bem visto nas hostes menezistas. Rui Gomes da Silva criticou explicitamente Marcelo Rebelo de Sousa, apelidando de “triste espectáculo” os comentários que o professor de direito manifestou no seu último programa semanal na televisão pública. O antigo ministro concluiu que o comentador e antigo presidente do partido tenta fazer análises objectivas mas, na prática, “tudo aquilo é uma enorme insensatez, um enorme desconhecimento”. Para o representante da candidatura de Menezes no Conselho de Jurisdição do PSD, Marcelo é “uma pessoa que tem desejo de intervenção política, travestido de analista político”. Gomes da Silva acusa, nesse sentido, o professor de confundir “desejos pessoais com análise objectiva”.
Ribau Esteves escusa-se a comentar as afirmações de Marcelo acerca de um alegado favorecimento de Manuela Ferreira Leite a Luís Filipe Menezes, em detrimento de Mendes. Na opinião do porta-voz da candidatura de Menezes nas eleições directas, “o mérito desta vitória, por mais que haja comentadores que não o queiram, é do dr. Menezes. O mérito é dele, o trabalho é dele. Portanto, não vale a pena estarmos com outras dissertações. Especificamente, o comentário não me merece qualquer comentário”, concluiu Ribau.

Cargos executivos

No congresso agendado para os dias 12, 13 e 14 de Outubro, um dos temas que estará em cima da mesa será a eleição dos órgãos nacionais do partido. Ângelo Correia, José Ribau Esteves, Martins da Cruz, Rui Gomes da Silva e Nuno Delarue são nomes ventilados entre os social-democratas e na comunicação social para ocuparem cargos executivos na direcção de Menezes.
Os potenciais membros da direcção liderada por Menezes escusaram-se a confirmar as informações que têm vindo a lume. Porém, sem nunca pôr em causa a respectiva disponibilidade, salientaram que a sua escolha será exclusivamente da opção do actual presidente, sem pressões de índole alguma. Ângelo Correia, porém, afasta definitivamente a hipótese de vir a ocupar um cargo executivo na direcção do PSD. Justifica a sua posição com base em razões pessoais, que já as enunciou a Luís Filipe Menezes. “Não tenho tempo, nem capacidade, nem possibilidades, nem desejo exercer funções executivas de regresso à vida partidária”, frisou o mandatário nacional. Ângelo Correia avançou que “gostaria de desempenhar funções discretas e nunca permanentes”.
Ribau Esteves assegura que Luís Filipe Menezes está a “reflectir” sobre a composição da sua futura equipa. “O dr. Menezes”, acrescenta o autarca social-democrata, “vai escolher a sua equipa debaixo daquilo que sei que são os seus critérios de qualidade e de exigência. Portanto, espero que ele escolha muito bem. Aquilo que ele quiser fazer comigo pertencerá, em primeira instância, ao seu critério e em segunda instância às minhas decisões. Mas isso não é relevante nesta altura. É só relevante, depois no fim, sabermos quais foram as suas decisões e qual a equipa que ele pretende apresentar. Quando for o momento tudo se saberá, com a normalidade democrática”.
Rui Gomes da Silva mostra-se disponível para ocupar funções executivas no PSD, “as funções que o dr. Luís Filipe Menezes entender”, acrescenta. . O social-democrata ressalva, no entanto, que há funções que estão à margem da sua vontade e outras, pelo contrário, que ficaria “honrado com um convite. Essas dependerão só de um convite do dr. Luís Filipe Menezes e da conversa que possamos ter. Mas não será por causa do meu lugar que o partido entrará em convulsões”, assegura.

Alípio Dias pode ser o nome consensual para a “terceira via” no BCP

Alípio Dias pode ser uma via consensual entre os accionistas do BCP, para construir uma lista para a administração do BCP, afastando o espectro de duas listas em confronto na próxima Assembleia Geral. O BPI e a CGD, mas também António Gonçalves, Pedro Teixeira Duarte, Góis Ferreira, Stanley Ho e até Filipe Botton podem aparecer a apoiar também esta solução.

Vai haver uma segunda lista para os órgãos de administração do BCP na próxima Assembleia Geral. Este é o sentimento dos grandes investidores institucionais do BCP, ouvidos pelo SEMANÁRIO, que antecipam uma guerra que poderá marcar definitivamente o maior banco privado português. Mas, no BCP, ainda há margem de manobra para construir uma solução de consenso com os accionistas mais relevantes. O nome consensual para o Conselho de Administração começa a ser o de Alípio Dias. Para além de ser um próximo do fundador do BCP, Alípio Dias poderia ter os apoios do BPI e da CGD.

Baião ouve accionistas

Ricardo Baião Horta está a ouvir os accionistas com mais de 2% do BCP para estabelecer uma fórmula de governo para o futuro no BCP. Entretanto, começa a desenhar-se a futura liderança, para depois de Março de 2008. Com o Conselho de Administração em final de mandato, Alípio Dias, um dos actuais administradores próximos de Jardim Gonçalves, pode vir a assumir a presidência do BCP, recompondo o Conselho de Administração, com a entrada de pelo menos dois administradores de fora do banco. Uma solução na qual pode alinhar o próprio Jardim Gonçalves e que poderia contar com o apoio do BPI, do BES, da CGD, António Gonçalves, da Teixeira Duarte, de Stanley Ho, da Eureko, Filipe Botton e de Góis Ferreira, entre outros.

Modelo de governo

Antes de mais, o governo do BCP. Todos os accionistas de referência estão de acordo: Jardim Gonçalves tem que se manter no banco, embora afastado das decisões estratégicas e do dia-a-dia. A separação da liderança do Conselho Superior da presidência do Conselho Geral e de Auditoria pode ser a solução estatutária para, dentro do actual modelo dualista, manter Jardim Gonçalves no seio do BCP, mas dando espaço ao CEO.
Caso se venha a impor o modelo monista, então, a dupla legitimidade deveria ser alterada, passando o CEO a ser designado pelo Conselho de Administração, eleito na Assembleia Geral. É o modelo que existe no BES e no BPI, e aquele que os principais institucionais prefeririam.
Para perceber a vontade dos principais accionistas, Baião Horta, incumbido pelo Conselho Geral e de Auditoria de elaborar a solução estatutária para o BCP, está a reunir-se com os maiores accionistas (com mais de 2%) para apresentar dentro de duas semanas um primeiro “draft”, que possa reunir consensos. O objectivo será recolher opiniões e sugestões sobre a necessidade de se proceder a ajustamentos ao modelo societário da instituição.

O conselho de Paulo Olavo Cunha

Entretanto, no “Jornal de Negócios” Paulo Olavo Cunha, o advogado de um dos sete activistas contra Jardim Gonçalves (Bernardo Moniz da Maia), veio dar sinal que poderia não estar de acordo com todas as soluções, havendo mesmo quem notasse que o grupo dos sete poderia não apoiar qualquer solução de consenso, embora não tivesse força para se opor.
Paulo Olavo Cunha escrevia que existe “uma diferença fundamental entre os poderes dos administradores no âmbito de um conselho de administração de uma SA de modelo monista – em que a gestão compete a um único órgão – e aqueles que caracterizam o estatuto dos membros do CA Executivo do modelo dualista (no qual o Conselho Geral e de Supervisão também tem poderes de gestão), que é um órgão que, tal como o CA clássico, tem competência para gerir os negócios sociais, representando a sociedade perante terceiros. Neste último cenário, onde o órgão de administração é essencialmente integrado por gestores pro-
fissionais, uma vez que os accionistas ou os seus representantes tomam assento preferencialmente no Conselho Geral e de Supervisão, os poderes do órgão executivo não são tão amplos quanto os que caracterizam o Conselho de Administração do modelo clássico.
Com efeito, enquanto nas sociedades de estrutura clássica (PT, BES) ou anglo-saxónica (BPI) os poderes de gestão pertencem exclusivamente ao respectivo CA, nas sociedades de inspiração germânica (EDP, BCP) o Conselho de Administração Executivo, para além de estar sujeito a um apertado e permanente controlo do Conselho Geral e de Supervisão – que pode incluir o poder de nomear e destituir os próprios administradores -, partilha com este órgão poderes que, tradicionalmente, não são da titularidade de um órgão de mera fiscalização. Com efeito, aproveitando a abertura legalmente estabelecida, não raro os estatutos ampliam os poderes (legais) do CGS, sujeitando ao consentimento prévio deste órgão a prática pelo CA Executivo de diversas categorias de actos de gestão.”
“Por sua vez”, explicava o advogado, “a própria composição da estrutura accionista deve estar em estreita correlação com o modelo de governação societário adoptado. Nos casos em que o controlo da sociedade é razoavelmente definido, existindo um reduzido número de accionistas com participações significativas, impõe-se não complicar a gestão da sociedade, concentrando o poder accionista no próprio CA; diversamente, sempre que o capital se encontra fragmentado, distribuído por diversos accionistas, cujas participações não ultrapassam os 10%, é frequente os accionistas de relevo pretenderem integrar o CGS para controlar a curta distância a gestão, que entregam a profissionais”.
“O que não se compreende é que os accionistas deleguem no órgão de supervisão o poder de vida e de morte sobre os próprios administradores, abrindo mão de uma prerrogativa que devem conservar e permitindo que os membros desse órgão possam vir a exorbitar as suas funções.”
“Moral da história (que não a ética)”, conclui o jurista: “A orgânica societária, sendo necessariamente consequência da vontade accionista, é todavia, em certos casos, manipulável.”

BPI aumenta posição no BCP para 8,9%

Mas, como Jardim Gonçalves, logo de início, admitiu, os modelos funcionam desde que as pessoas sejam as adequadas para os lugares. E é, nesse sentido, que a discussão do estatuto do BCP dificilmente pode ser feita à margem da escolha das principais figuras do Conselho de Administração.
Para já alinham-se posições. O Banco Português de Investimento (BPI) adquiriu parte da posição da Fortis no Banco Comercial Português (BCP), passando a deter 8,9% do capital do seu rival. O BPI, do mesmo modo que teve uma palavra a dizer na saída de Paulo Teixeira Pinto, quer lutar pela sua solução para o BCP.
Com esta transacção, o banco liderado por Fernando Ulrich garante uma das posições accionistas mais relevantes na estrutura accionista da instituição a seguir aos holandeses da Eureko. O reforço foi concretizado através da BPI Vida e elevou a participação do grupo no BCP a 8,873%. O banco de Fernando Ulrich reforça assim o estatuto de segundo maior accionista do BCP, só atrás da Eureko, que detém 9,96% do BCP.
Uma posição que poderá ser decisiva para influenciar o futuro do BCP.
Para os accionistas do BCP ouvidos pelo SEMANÁRIO, caso não seja possível a terceira via no BCP, irão a votos, em Março próximo, sempre duas listas, sendo incerto o futuro do banco.

BCP valoriza quase 1,8 mil milhões

Ainda com o consenso a negociar por Jardim ainda longe, esta fractura evidente de pontos de vista fez imediatamente disparar o preço das acções do BCP, sobretudo, depois de se saber do reforço da posição do BPI e da entrada de Stanley Ho, que ainda ontem continuava a comprar acções do BCP.
Todo este movimento, provavelmente, não servirá só para contar espingardas – a comissão Baião Horta e Jardim Gonçalves terão uma palavra a dizer – mas, exactamente, porque, também, um sentimento de recuperação começa a ser vivido na banca europeia, as acções do BCP começam a ser atraentes. Ontem, subiram mais de 4,6%.
Aliás, a expectativa de crise económica nos países – como aquela que se começa a desenhar, apesar da estratégia orçamental de Teixeira dos Santos, aumenta sempre o valor e a rentabilidade dos bancos. Por outro lado, o facto do Banco Central estar a ceder liquidez está a permitir a algumas instituições financeiras comprar, a bons preços, activos que estão a ser vendidos pelos mais aflitos e que darão mais-valias logo que os mercados estabilizem.
A valorização do BCP esta semana ultrapassou os 1,8 mil milhões de euros, atestando, exactamente, o potencial em causa.

Sonaecom ainda tem que pagar os estragos da OPA à PT para poder …

Esta semana, Ângelo Paupério veio dizer aos jornais que a Sonaecom ponderava a possibilidade de se juntar com a PT Multimédia. Depois do “spin-off” da PT. Um cenário desejável de consolidação no mercado de telecomunicações e que daria à PTM o acesso ao negócio dos telefones fixos e móvel. Mas fontes próximas dos actuais accionistas da PT Multimédia consideram que o negócio ainda não se pode fazer, ainda que as duas empresas casem perfeitamente.

Em cima da mesa está ainda o passado recente da última OPA da Sonaecom à PT Multimédia e os ressentimentos criados nos accionistas da PT. Nem Luís Silva nem Joaquim de Oliveira, muito menos Ricardo Salgado ou mesmo a Caixa Geral de Depósitos veriam com bons olhos uma tomada de controlo por parte da Sonae na PTM. Para isso, a Sonaecom teria que pagar nunca menos de 15 ou 16 euros por acções, o que seria impossível, na cultura do grupo, mesmo agora que Belmiro de Azevedo se afastou.
Para já. No máximo, com a blindagem, a Sonaecom poderá ir apenas até aos 10%, o que dificilmente cabe na cultura do grupo do norte.
Por outro lado, uma fusão aproveitando a fragilidade da Soanecom, cujas acções caíram mais de 30% desde o fim da OPA e cujos prejuízos são persistentes (a Sonaecom nunca teve lucros) onde os interesses da Sonaecom seriam compatibilizados com os restantes accionistas, eventualmente deixando o sector das telecomunicações de ser estratégico para o grupo Azevedo, também ainda não pode ser equacionada, pelo simples facto que existem nos accionistas da PTM grandes desconfianças relativamente ao grupo do Norte. “É preciso tempo e uma mudança de postura da Sonaecom para que a atitude possa mudar.”
Por outro lado, existe ainda a forte hostilidade política do grupo do Norte ao governo socialista e em particular ao primeiro-ministro. O facto de Belmiro de Azevedo ter dito publicamente que o Governo deve muito à Sonae levaria certamente o mercado a entender que se estava a fazer “pagamentos”, caso o Governo se empenhasse na fusão entre a PTM e o grupo do Norte. O excesso de linguagem cria agora embaraços que dificultam uma operação que todos os analistas consideram fazer sentido economicamente e que aumentaria o nível de concorrência no mercado das telecomunicações em Portugal.

Caixa BI aposta na compra da Cabovisão
pela Sonaecom

É neste contexto de dificuldades, que, aparentemente, o mercado não interiorizou em face da subida das cotações, que o Caixa BI acredita que é possível uma consolidação entre a Sonaecom e a Cabovisão, da empresa canadiana Cogeco. A casa de investimento coloca, assim, de lado a hipótese da empresa liderada por Ángelo Paupério vir a comprar a PT Multimédia.
Concretamente, na segunda feira, o Diário Económico noticiava que a Sonae estaria a estudar a corrida à PTM. O presidente da Soanecom, Ângelo Paupério disse que a empresa não vai abdicar do seu papel consolidador do mercado e que “se alguém interpretar esta declaração como uma intenção de comprar a PTM a qualquer preço, não está a perceber”. No entanto, o mesmo responsável adianta que “vai haver um momento em que vamos dizer se a PTM está, ou não está, nos projectos de crescimento da Soanecom”.
Numa nota de análise, João Fidalgo, analista do Caixa BI, afirma que “com o ‘spin-off’ da PTM, a Soanecom encontra-se muito atenta ao enquadramento competitivo que irá surgir, ao mesmo tempo que coloca pressão a que se assista a uma efectiva concorrência entre a operadora de cabo e a sua anterior holding, pelo que acreditamos que seja possível uma consolidação envolvendo a Sonaecom e a Cabovisão”.
Na opinião de João Fidalgo, “as recentes entrevistas por parte do management da Cogeco não excluem este nosso cenário”, considerando que o sector das Telecomunicações caminha no sentido da convergência de plataformas e tecnologias tornando imperativo que o agrupamento (“bundling”) de serviços exista nas ofertas comerciais das operadoras, facto que não tem sido premente até muito recentemente.”

BPI diz que Sonaecom não deverá pagar um prémio elevado pela PTM

Já do seu lado, os analistas do Banco BPI consideraram que a PT Multimédia se encontra a um valor mais razoável para ser adquirida pela Sonaecom, uma vez que o preço das suas acções registou uma correcção de 12% na semana passada, mas que, a concretizar-se a operação, a empresa liderada por Ângelo Paupério não deverá pagar um valor elevado pela ex-subsidiária do Grupo PT, já que não existem grandes sinergias a serem retiradas desta união.
Os analistas do BPI consideram que as declarações do CEO da Sonaecom Ângelo Paupério ao “Diário Económico” têm um impacto “Neutral” no título, uma vez que “estas posições da Sonaecom e da Sonae SGPS não são novas”.
Relativamente à possibilidade da compra da PTM pela Sonaecom, o BPI nota que “uma vez que não prevemos sinergias significativas deste negócio, também não esperamos que a Sonaecom pague um prémio elevado sobre o que pensamos ser a avaliação fundamental da PTM, nomeadamente o nosso preço-alvo de 10,15 euros para o fim de 2008”.
“Em adição, acreditamos que a sobreposição dos mercados da PTM e da Sonaecom deve ser bastante elevada, e por isso a combinação das duas empresas não deve permitir uma grande complementaridade entre os dois negócios”, nota.
Quanto ao desejo do Grupo Sonae de manter a sua presença no sector das Telecomunicações, o BPI nota que “Belmiro de Azevedo não se referiu especificamente à Sonaecom. Isto não exclui a possibilidade de manter a exposição [ao sector] através de outros veículos que não sejam a Sonaecom”.

Interessados terão de esperar até passar um ano sobre a última OPA

Porém, se alguém lançar uma oferta sobre a PT Multimédia imediatamente a seguir ao “spin-off” não será com certeza a Sonaecom, dizem alguns analistas. Só no caso de a empresa liderada por Ângelo Paupério ter chegado a acordo com os accionistas da PTM e obtido o consentimento da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) para a operação. Isto porque, de acordo com o Código dos Valores Mobiliários, artigo n.º 186, uma empresa só pode avançar com uma OPA “sobre os valores mobiliários pertencentes à mesma categoria dos que foram objecto de oferta” dozes meses após o desfecho da primeira oferta – neste caso 2 de Março de 2008. Apesar da OPA ter sido lançada sobre a casa-mãe Portugal Telecom (PT) tinha como contrapartida, caso tivesse sucesso, o lançamento de uma outra sobre a PTM – uma vez que a PT ainda detém mais de 50% da PTM. Logo estava implícito que a segunda OPA tinha que acontecer se a primeira se concretizasse.
A Sonaecom ainda não decidiu se o seu futuro passa pela PTM e, a passar, qual é a melhor forma de aproximação, noticiava ainda o “Diário Económico”. Enquanto isso outros “players” continuam silenciosos, mas atentos, deixando evidente que o futuro da dona da TV Cabo está longe da clarificação.
Embora o momento não seja comparável, é preciso não esquecer que, durante a OPA, houve manifestações de interesse na compra da rede que viesse a ser alienada pela Sonaecom, caso esta comprasse a PT. Na ocasião, há cerca de um ano, Abel Mateus, presidente da Autoridade da Concorrência, obteve respostas da Vodafone, Cabovisão, SGC – empresa de João Pereira Coutinho -, Cofina e Radiomóvel. Ao questionário da AdC também responderam os fundos de capital de risco Silver Lake, Apollo e BC Partners. A generalidade das entidades consideravam a PTM – rede de cabo – mais facilmente transaccionável que a rede de cobre.
Agora, as mesmas entidades, ou tomam posições accionistas na PTM, para se posicionarem, como é o caso da Cofina, ou preferem não se pronunciar, como a Vodafone e a SGC. Outras ainda não descartam a possibilidade da compra mas garantem que o momento não é oportuno.
Seja qual for a intenção é preciso esperar pelo “spin-off”, que deverá estar concluído no final do mês de Outubro. Passado este obstáculo há outros. Ao lançar uma OPA o potencial comprador terá sempre que contar com uma empresa com estatutos blindados a 10% do capital. Tal como aconteceu na PT, só o voto favorável dos accionistas permite levantar a blindagem que dá acesso ao controlo da empresa. Além disso, não há “golden share” do Estado, mas há uma posição de mais de 15% da CGD, que claramente terá uma palavra a dizer em todo o processo.

Sonaecom funde Optimus com Novis no início de Novembro

Entretanto, a Sonaecom vai proceder à fusão destas duas empresas numa só, de forma a conseguir “poupanças substanciais nos investimentos futuros” ao nível das infra-estruturas de transmissão e nas “despesas de funcionamento”, que enfrenta pelo facto de ter “duas estruturas jurídicas, sem que existam quaisquer razões que justifiquem a manutenção da actual situação”, segundo explicou a empresa à Anacom.
Antes de tornar efectiva esta operação, o que acontecerá a 1 de Novembro, a Sonaecom, única accionista da Optimus e da Novis, vai “limpar” os saldos contabilísticos das duas para que as contas da nova empresa arranquem do zero. Uma forma de preparar a empresa par a futura fusão?

FC Porto “arrasa” concorrência

Seis jogos, seis vitórias e sete pontos de avanço sobre os eternos rivais. É este o registo surpreendente do FC Porto no início da Liga Bwin. Se na Taça da Liga os dragões decepcionaram ao serem afastados pelo Fátima, no campeonato nacional o clube das Antas não está a dar a mínima hipótese aos outros candidatos. Caso a situação não se inverta nas próximas jornadas, o conjunto de Jesualdo Ferreira, que também tem beneficiado com alguns deslizes invulgares do Sporting e Benfica, arrisca-se a conquistar prematuramente o tricampeonato português.

O dragão não está a dar as mínimas hipóteses aos seus eternos rivais, neste início da Liga Bwin. Em seis jogos, o conjunto orientado por Jesualdo Ferreira venceu por outras tantas ocasiões, tendo marcado 18 golos e sofrido apenas dois. E recorde-se que os portistas já defrontaram equipas como o Sp. Braga, Sporting e Boavista. Seja como for, refira-se que o conjunto nortenho venceu os três desafios em casa, tendo apontado 11 golos e sofrido apenas um, enquanto o registo “fora” é idêntico: três jogos, três vitórias, sete golos marcados, um sofrido. No que diz respeito aos jogadores em maior destaque, Lisandro Lopez tem sido o atleta em melhores condições e aquele que mais tem produzido. Já Ricardo Quaresma é outro dos “suspeitos do costume”, mantendo-se como um dos atletas mais desequilibradores do campeonato nacional e o principal “municiador” do ataque dos azuis e brancos. Relativamente a Lucho Gonzalez, continua a ser o “pêndulo” do meio-campo dos campeões nacionais e, provavelmente, o jogador mais influente da estratégia portista.

Sporting de Paulo Bento

Com seis jornadas disputadas na Liga Bwin, os leões ocupam o quarto lugar da tabela e já estão a uns insólitos sete pontos de distância do FC Porto. A formação de Paulo Bento tem um registo de três vitórias, dois empates e uma derrota, precisamente contra os dragões, tendo apontado nove tentos e sofrido quatro. Em casa os leões venceram dois encontros e empataram inesperadamente por uma ocasião diante o Vitória de Setúbal, e marcaram sete golos e sofreram três. Já “fora”, a formação verde e branca venceu por uma vez, empatou também por uma ocasião e soma ainda uma derrota, apresentando um “goal-average” de apenas +1 (2-1). Em relação aos jogadores em destaque, de sublinhar, inevitavelmente, o avançado Liedson e o defesa central Polga que, inexplicavelmente, continua sem regressar à selecção brasileira. Já Miguel Veloso também tem estado em bom nível, enquanto o médio e capitão de equipa, João Moutinho, ainda está à procura da melhor forma. Relativamente ao guardião Stojkovic tem-se apresentado tanto em excelente nível, como por exemplo diante o Dínamo de Kiev, como cometido erros incompreensíveis e que já custaram quatro pontos aos leões (dois frente ao FC Porto e outros tantos diante o Vitória de Setúbal).

Camacho pede tempo

Com menos um ponto que o Sporting, surge o Benfica na quinta posição com duas vitórias e quatro empates. Em três desafios disputados em casa, as águias empataram por duas vezes, uma delas diante o clube de Alvalade, e ganharam por apenas uma ocasião, verificando-se um “goal-average” de +6 (7-1). Já “fora” de casa, o clube da Luz apresenta o mesmo registo que em casa: uma vitória e dois empates, tendo apontado por quatro golos e sofrido um. No que diz respeito aos jogadores em destaque, Rui Costa tem sido o atleta em melhores condições e aquele que mais tem produzido, ao contrário dos avançados Nuno Gomes e Óscar Cardozo, que, recorde-se, foi a segunda contratação mais cara das história do Benfica. Já Dí Maria e Cristián Rodriguez prometem vir a ser elementos preponderantes de um Benfica que tem sentido a falta do “trinco” Petit, que se encontra a recuperar de uma lesão. De realçar ainda as excelentes prestações do guarda-redes, Quim.

“Outsiders” da Liga Bwin

Apesar de ainda só terem sido realizadas seis jornadas, Marítimo e Vitória de Guimarães surgem como as principais surpresas deste início de temporada. No que diz respeito à formação da Madeira, está classificada na segunda posição com treze pontos alcançados, após ter ganho quatro jogos, empatado um e perdido outro. Já o Vitória de Guimarães de Manuel Cajuda, que, recorde-se, disputou a Liga de Honra na temporada passada, surge surpreendentemente na terceira posição com 12 pontos alcançados através de três vitórias e outros tantos empates.

Estatísticas e jogadores

Num campeonato nacional constituído por 45,2% de jogadores lusos, 31,8% de brasileiros, 3,2% de argentinos, 2% de sérvios, 1,6% de uruguaios e 16,8% de atletas das mais variadas nacionalidades, e numa altura em que já foram realizadas seis jornadas, já foram disputados 48 desafios, tendo sido apontados 93 golos, o que perfaz uma média de 1,94 tentos por jogo. Refira-se que o empate tem sido o resultado mais frequente (43,8% dos encontros), enquanto as vitórias das equipas que jogam em casa registam uma percentagem de 39,6% e as derrotas dos anfitriões apresentam uma taxa de 16,7%. De salientar também que 72,9% dos desafios terminaram com menos de três golos e 27,1% dos encontros acabou com mais de três tentos apontados. Finalmente, os dragões são a formação nacional que necessita de menos minutos para apontar um golo (49 minutos), seguindo-se o Marítimo (54 minutos) e o Sporting, Vitória de Setúbal e Vitória de Guimarães (60 minutos). Já o Benfica surge na sexta posição deste ranking, necessitando de 77 minutos para desferir um remate certeiro. Relativamente aos jogadores, Lisandro Lopez do FC Porto é o melhor marcador com seis golos em cinco partidas disputadas (1,2 tentos por jogo), enquanto o defesa central Bruno Alves, também dos actuais campeões nacionais, é o atleta com mais minutos em campo até ao momento: 540 minutos.