Com as críticas duras que fez ao executivo, considerando que o país está a ser governado por um subsistema de ministros sem peso político, Carlos César pode estar a posicionar-se para suceder a Sócrates. Tomando o lugar a António Costa, cada vez mais fragilizado com a gestão da capital.
Com as críticas duras que fez ao executivo, considerando que o país está a ser governado por um subsistema de ministros sem peso político, Carlos César pode estar a posicionar-se para suceder a Sócrates. Tomando o lugar a António Costa, cada vez mais fragilizado com a gestão da capital, envolvendo-se mesmo em desentendimentos com o primeiro-ministro por causa da gestão do porto de cruzeiros.
Curiosamente, César nunca põs em causa, nas suas palavras, o seu apoio a Sócrates mas sim a composição do executivo, cada vez mais depauperada de pesos pesados depois das saídas de Campos e Cunha, Freitas do Amaral e António Costa (sem que tenha havido nenhuma remodelação), o que acaba por ser muito ingrato para um homem da envergadura de José Sócrates. Sócrates já provou que, apesar da sua fama de arrogância, encaixa bem as críticas. Só depende delas serem construtivas e, sobretudo, virem de alguém que lhe merece consideração pessoal e política. Como é o caso de Carlos César, um homem ainda novo, com uma longa carreira política, que tem sabido administrar muito bem o seu posicionamento no interior do partido, sem se comprometer com qualquer família política.
Não espantaria, assim, que Carlos César pudesse, antes de se lançar na corrida à liderança do PS, integrar um futuro executivo PS, depois de 2009, exactamente para contribuir para que o governo tenha mais peso político. O facto de ter regionais em 2008 e de as dever ganhar, não é impeditivo a esta situação. Até porque 2008 deve marcar a última eleição regional de César. Quanto a António Costa, dificilmente António deverá voltar a um executivo de Sócrates. Se ganhar Lisboa em 2009, gere a capital até 2013. Se perder, pode comprometer a sua carreira política.
Carlos César nasceu a 30 de Outubro de 1956, em Ponta Delgada. Em 1973, com apenas 17 anos de idade, integrou a Comissão Dinamizadora da C.D.E. em Ponta Delgada. A 26 de Abril de 1974, um dia depois da “Revolução dos Cravos”, fundou a Associação de Estudantes do Liceu Antero de Quental, e, um mês mais tarde, a Juventude Socialista nos Açores. Foi membro do primeiro Secretariado eleito da Secção de Ponta Delgada do Partido Socialista e da delegação dos Açores ao I Congresso Nacional do P.S. na legalidade e ao I Congresso Nacional da Juventude Socialista. Em 1977 ingressou na Faculdade de Direito de Lisboa, tendo sido eleito para a Direcção da Associação de Estudantes e para os órgãos de gestão daquela instituição universitária. Até 1980 foi, também, coordenador nacional da J. S. para o ensino superior.
Foi Adjunto do Secretário de Estado da Administração Pública do II Governo Constitucional. De regresso aos Açores ingressa, como deputado, na Assembleia Regional em Janeiro de 1981. Integrou, pouco tempo depois, a Direcção do Grupo Parlamentar do P.S. e várias comissões parlamentares, presidindo à Comissão dos Assuntos Económicos. Mais tarde foi eleito Vice-Presidente da Assembleia Regional, sendo, ainda hoje, o deputado que mais tempo ocupou essas funções.
De 1983 a 1985 foi líder do P.S. nos Açores. Entre Dezembro de 1988 e Dezembro de 1989 é deputado na Assembleia da República, para que fora eleito em Julho de 1987. Faz, então, parte da Direcção do Grupo Parlamentar, a convite de António Guterres, e das comissões de Defesa Nacional, da Juventude e dos Direitos, Liberdades e Garantias.
A 30 de Outubro de 1994 é eleito Presidente do P.S./Açores, com 92% dos votos expressos em escrutínio secreto, no Congresso Regional. No ano seguinte acrescenta à sua qualidade de membro da Comissão Nacional e da Comissão Política Nacional do P.S. a sua eleição para o Secretariado Nacional, de que continua a fazer parte.
Nas eleições regionais de 13 de Outubro de 1996, como candidato dos socialistas açoreanos à Presidência do Governo Regional, anula uma diferença de mais de 20% que separava o P.S. do P.S.D., vencendo com 46% dos votos expressos.
A 9 de Novembro de 1996 tomou posse como Presidente do VII Governo Regional dos Açores.
É membro do Conselho de Estado, do Conselho Superior de Defesa Nacional, do Conselho Superior de Segurança Interna e do Conselho Superior de Protecção Civil.