2025/07/18

A ode ao documentário

A quinta edição do doclisboa decorre entre 18 e 28 de Outubro. Este é o único festival de cinema documental do País e a programação foi apresentada esta semana na Culturgest. O melhor da produção contemporânea de documentário nacional e internacional regressa para onze dias de projecções, em regime intensivo, com muitas estreias absolutas no nosso país.

O doclisboa é o único festival de cinema em Portugal exclusivamente dedicado ao documentário. O ano passado, naquela que era a sua quarta edição, o doclisboa apostou na capitalização do interesse dos espectadores portugueses pelo documentário e conseguiu trazer às salas da Culturgest um público muito numeroso e entusiasta, conseguindo 22 500 espectadores, reflectindo um índice de ocupação de salas na ordem dos 70%.
O documentário é a temática essencial e foi-se criando ao longo destes quatro anos uma cada vez maior consciência das suas potencialidades e diversidade.
O doclisboa tem apostado na descoberta de novos territórios e na vitalidade do cinema do real.
Em 2007, o festival mantém os principais objectivos das edições anteriores “mostrar ao público português filmes importantes e multipremiados internacionalmente que ainda não chegaram às salas de Lisboa, permitir uma reflexão mais aprofundada sobre temas contemporâneos e de actualidade, dar a conhecer de forma mais sistemática a cinematografia de outros países, organizar debates que mobilizem o público em torno de filmes importantes e de temas transversais, presentes em várias obras”.
Através das suas diferentes actividades, o festival é, também, um motor de transformação do documentário em Portugal (distribuição, financiamento, profissionalização). O festival permite uma reflexão mais aprofundada sobre temas contemporâneos e de actualidade, sendo assim um agente que intervém sobre a sociedade portuguesa, um local onde os filmes se discutem e se pensam nas suas abordagens de produção e artísticas.
Durante 11 dias serão exibidos cerca de 120 filmes, divididos entre a competição internacional (longas, curtas e primeiras obras) competição nacional e investigações. Haverá ainda secções paralelas: “Diários Filmados e auto-retratos”, uma oportunidade única para rever clássicos e raridades que falam da vida dos realizadores ligada ao cinema; “Vento Norte”, que nos traz alguns dos melhores filmes nórdicos; “Riscos e Ensaios”, que reformula a secção Ficções do Real Número Zero.
A “Mostra Retrospectiva: Lech Kowalski” será certamente um dos momentos mais altos do festival. Lech Kowalski, realizador de origem polaca e cidadania inglesa, é uma figura maior do cinema underground americano. Os seus filmes são, desde o início, uma observação das margens, um encontro com outsiders.
Este ano o festival propõe-se a trazer novamente a Lisboa, em primeira-mão, o melhor da produção nacional e internacional de documentário: onze dias de projecções em regime intensivo, ainda com mais filmes, mais secções e mais actividades complementares do que nas anteriores edições.
Este ano surgem algumas novidades relativamente às edições anteriores. O doclisboa terá um segundo espaço de projecção nas duas salas do Cinema Londres. Assim todos os filmes em competição passarão duas vezes, assim como os outros filmes das secções paralelas e extracompetição. O Cinema São Jorge será um espaço importante dos últimos dias do festival – 26, 27 e 28 de Outubro. Por um lado, com sessões escolares organizadas (sexta-feira, 26 de Outubro), por outro, com uma matiné infantil (sábado, 27 de Outubro).
Outra das novidades desta 5.ª edição é a Maratonadoc, que terá lugar no último domingo do festival. Um ou dois comissários escolherão de entre os filmes presentes no festival cerca de 15 dos seus preferidos e farão a apresentação dessas obras. A Maratona terá lugar nas duas salas do cinema São Jorge, a partir das 11 da manhã de dia 28, até de madrugada.
Paralelamente ainda estão programados encontros profissionais entre produtores e realizadores portugueses e representantes do mercado internacional, sob o título “Docbreakfast” e ainda a primeira edição do workshop doclisboa escolas, com o objectivo de aproximar os alunos das escolas de cinema e os jovens realizadores às regras internacionais do meio profissional de documentário.
Este festival é, sem dúvida, um ponto de encontro privilegiado do público com realizadores e outros profissionais nacionais e estrangeiros do documentário e um fórum aberto de reflexão e discussão sobre o estado do mundo e a situação do cinema documental contemporâneo.
Este festival é uma co-produção entre a Apordoc e a Culturgest com o apoio do Ministério da Cultura/ICAM, Câmara Municipal de Lisboa, Egeac e Programa Europeu Media. Patrocinador oficial: Sony. Organização: Apordoc – Associação pelo Documentário. Poderá encontrar mais informação em www.doclisboa.org.

A vitória da táctica políticapor Rui Teixeira Santos

A derrota de Marques Mendes é um aviso para José Sócrates. É um novo modo de fazer política, sobretudo, táctico, mas que ganha eleições. Sócrates deve saber que aquilo a que António Vitorino chama “populismo” é mais que uma táctica para cativar o eleitorado. É, mesmo, um método para conquistar o poder.

A derrota de Marques Mendes é um aviso para José Sócrates. É um novo modo de fazer política, sobretudo, táctico, mas que ganha eleições. Sócrates deve saber que aquilo a que António Vitorino chama “populismo” é mais que uma táctica para cativar o eleitorado. É, mesmo, um método para conquistar o poder.

Os momentos psicológicos da mudança no PSD

Do ponto de vista da análise política, o mais interessante, na vitória de Luís Filipe Menezes, nas directas de sexta-feira no PSD, não foi tanto o seu discurso, nem a surpresa das ditas elites da direita e da esquerda, nem mesmo o ter mandado para a reforma o cavaquismo e o barrosismo, que oportunistamente continuavam a viver das rendas da política.
O mais interessante foram mesmo dois ou três números de verdadeira táctica política que poderão ter virado o resultado e que mostram que a oposição mudou.
Em primeiro lugar, a neutralização de Ferreira Leite ficará nos livros de registo de tácticas políticas, com uma estratégia de envolvimento por parte da candidatura de Luís Filipe Menezes, que impediu a presidente da Mesa do Congresso de, publicamente, vir apoiar Marques Mendes, criando um limbo à volta do seu voto que, objectivamente, não beneficiou o antigo líder.
Há dois momentos significativos para tudo mudar: primeiro, a golpada dos Açores e os votos da Amazónia, que travam Ferreira Leite e desacreditam Marques Mendes. Percebendo a questão da aparente “chapelada” nos Açores, Manuela Ferreira Leite propõe que todos possam votar com as quotas pagas até ao acto, o que é inviabilizado pelo Aparelho de Marques Mendes. Guilherme Silva percebe o embaraço, talvez ciente dos números.
Como retaliação, os mendistas avançam com a alegada compra de votos ou pagamentos colectivos de quotas no último dia. A candidatura de Luís Filipe Menezes treme, até mesmo com as declarações de Pacheco Pereira em desespero.
Finalmente, o golpe de misericórdia em Mendes: os votos da Amazónia. Já ninguém discutia se havia ou não fraude do lado de Mendes. Apenas se era na Amazónia e se eram mais ou menos votos. Mendes estava “frito”.
Em segundo lugar, a maneira como os menezistas fazem prolongar até às quatro da manhã a reunião da Conselho de Fiscalização Nacional, neutralizando assim o contra-ataque preparado por Guilherme Silva, empurrando a decisão para longe da hora dos telejornais e reduzindo o seu impacto mediático.
Mas, sobretudo, as jogadas de Luís Filipe Menezes, dando a entender a Ferreira Leite que podia desistir. A presidente da mesa do Congresso pedia então a Menezes – foi aqui que cometeu o erro fatal, pois ficava sem espaço para apoiar Mendes – que não tomasse nenhuma posição sem lhe falar. Menezes arrasta para as três da tarde a sua conferência de imprensa, quando já não havia espaço para mais ninguém falar. Nem mesmo para Ferreira Leite. O efeito mediático da avalancha dos barões a apoiarem Mendes estava destruído e o líder já não podia ser apontado como “campeão da ética”.
Menezes ia a votos e a máquina não conseguia garantir a reeleição de Mendes, surpreendida com a confusão. Menezes ganhou.
De certo modo, há aqui um regresso ao PSD de Sá Carneiro, dos métodos e tácticas nos grandes congressos fundadores da democracia. Calculista, inteligente, político.
E, nesse sentido, também vindo do Norte, como o fundador do PSD que Balsemão substituiu, Luís Filipe Menezes faz voltar a política à agenda do País, de um país cinzento, cansado das missas de Marcelo e alienado no futebol e nos casos de polícia. Torna isto tudo pelo menos muito mais divertido.
Mas sobretudo, Luís Filipe Menezes evita a solução Balsemão, que o “Expresso” trazia no passado fim-de-semana: o fim das directas e a devolução do poder aos barões barrosistas, em aliança com o que restava do cavaquismo. Falhou tudo diante do resultado devastador de Menezes.

Sócrates que se acautele

A partir de agora há mudança. Pelo menos da forma. E, em política, quantas vezes a forma não é tudo. Menezes não se deslumbrou em entrevistas às revistas cor-de-rosa ou a falar a todo o momento. Marca o seu tempo. Gere a imagem.
Em política, a conquista do poder justifica estes jogos tácticos inteligentes. A encenação, que é também parte do poder. Os meios justificam os fins, sem ingenuidade.
É, basicamente, o regresso da política tacticista, em vez da “conversa” dos grandes princípios – sempre tão relativos e tão ao sabor de modas – que marcaram a direita nos últimos dez anos e que, de certo modo, contribuíram para o descrédito da própria direita.
É o regresso da táctica, do jogo de espelhos, da inteligência florentina à política. Aliás, Luís Filipe Menezes não deixa equívocos na sua moção ao Congresso: quer mudanças, a começar pela lista para o Parlamento Europeu, indo todos para a rua. Saudável e clarificador… (Seguramente o inacreditável Pacheco Pereira sairá também do PSD, perdendo, naturalmente, o palco na SIC…)
Mas, este novo ciclo da oposição reserva, também, surpresas ao primeiro-ministro e ao PS. A começar pelos impostos, que Sócrates não quis descer. Menezes não quer tapar a boca a Marcelo e evitar que Ferreira Leite se ponha em bicos de pés ou, mesmo, que Cavaco Silva volte a falar do monstro.
O “monstro” é o Estado, gastador e gigante, que o “novo” PSD quer diminuir, para depois diminuir o défice e, finalmente, poder, consistentemente, baixar os impostos. Dito assim não é nenhum apoio a Sócrates. É mesmo uma dificuldade, pois Menezes já está a tirar espaço ao primeiro-ministro.
Ao dizer que só com o défice abaixo dos 2% é que se pode descer impostos, Menezes não está a fazer economia (não há razão nenhuma económica para ser 2 ou 3 ou 4 por cento o défice do OE, sobretudo, quando estamos no euro e os outros pagam os nossos excessos), mas a fazer política e bem feita.
Menezes está a tirar espaço ao PS para poder descer impostos e fazer uma utilização eleitoralista do Orçamento do Estado antes das legislativas de 2009.
Basicamente, o que Luís Filipe Menezes está a dizer é que sem continuar com as reformas até níveis de segurança claros, o dinheiro que se diminuir na receita pública vai fazer falta depois e pesar no relançamento da economia.
Nesse sentido, o PSD, dirá Menezes, fará tudo para poder baixar os impostos. Mas, consistentemente. Credivelmente… depois do défice ficar abaixo dos 2%. Tudo o resto é pura demagogia e irresponsabilidade…
No próximo Congresso do PSD, Menezes já está a pensar em 2009. Não tem nada a perder, nem assumiu nenhum compromisso. Foi, exactamente, assim que conquistou o PSD.
A bola ficará, portanto, do lado de Sócrates. Se baixar os impostos, com o défice acima dos dois por cento, pode contar com o “selo” de gastador, populista e eleitoralista.
Sócrates que se acautele. Para que não lhe aconteça o mesmo que a Marques Mendes…

A vitória de Luís Filipe Menezes por Paulo Gaião

Ou Cavaco se adapta aos novos tempos e diminui o nível
de cooperação estratégica com Sócrates, ou não é liquido que o PSD de Menezes lhe dê um apoio efectivo
à recandidatura

Luís Filipe Menezes parte de expectativas muito baixas, o que faz com que os seus resultados futuros sejam muito promissores. Além do mais, tem a experiência de Santana Lopes para aprender com os erros passados. A receita passa por Menezes fazer quase tudo diferente de Santana. Seguir o seu próprio caminho, não se deixar levar por amiguismos, não fazer viragens de 180 graus nem concessões abissais.
A história de Santana não é a de Menezes. Se, no futuro, com as muitas vicissitudes que o tempo costuma trazer, o acaso permita que Santana ajuste contas com a história, Menezes até pode estar lá para dar um empurrãozinho. Mas nada deve fazer para forçar as coisas. Os santanistas mais significativos, como Rui Gomes da Silva e Helena Lopes da Costa, estão com Menezes. Este é um valor acrescentando que o novo líder deve gerir cuidadosamente. Impedindo que se forme a impressão de que Gomes da Silva e Lopes da Costa são uma espécie de mandatários de Santana, quaisquer que sejam os seus cargos futuros. De forma a virar a página…
Os tempos correm de feição a Menezes. O próprio facto de não ser deputado e não poder ser líder parlamentar pode ser utilizado a seu favor. No Parlamento, agora com debates de quinze em quinze dias, Menezes não precisa de se expôr, de ficar sujeito a avaliações com Sócrates, na posição sempre ingrata de quem está na oposição. O palco pode ser dele noutro local. Menezes não tem se preocupar com o que foi a vida infernal de Ribeiro e Castro. O autarca de Gaia sempre teve direito aos holofotes.
Até uma nova “gaffe” de Mário Soares veio revelar-se feliz para Luís Filipe Menezes. O ex-presidente da República considerou uma “desgraça” o que se passou no PSD. Depois sentiu-se no dever de emendar a mão. No final, Menezes já era muito amigo dele, o autarca de Gaia até tinha proposto Soares para nome de rua e o velho líder socialista contrapôs Cal Brandão.
Se fizer as coisas bem, Menezes até pode ser um caso de sucesso. Mesmo se perder para José Sócrates nas eleições legislativas de 2009, até com maioria absoluta do PS, a sua liderança pode não ficar em causa. Imagine-se que Menezes alcança um “score” muito acima dos 30 por por cento, beneficiando do efeito novidade, do voto de descontentamento com Sócrates, do voto útil do PP no PSD. Menezes ficaria a grande distância do resultado de Santana Lopes em 2005, o que contribuiria mais para o fortalecer. Recorde-se o caso de Ferro Rodrigues nas legislativas de 2002, em que o hoje embaixador na OCDE ficou a apenas dois pontos percentuais de Durão Barroso, acabando por continuar na liderança do PS (depois hipotecada por causa do caso Casa Pia).
Para além da disputa que fará com Sócrates em 2009, Menezes tem muitos outros trunfos para jogar. Apesar da sua promessa de serem as bases a decidir, é ele quem vai escolher ou dar luz verde aos candidatos às eleições europeias e às municipais, pelo menos no que se refere às grandes cidades. Também é ele, naturalmente, quem vai referendar as listas de deputados nas legislativas de 2009. Nas presidenciais de 2011, é igualmente Menezes quem vai ter uma palavra a dizer na recandidatura de Cavaco Silva.
O papel de Cavaco. Uma mistura paradoxal entre a necessidade de ajudar Marques Mendes e o excesso de confiança na sua vitória, fez Cavaco Silva não ter algumas precauções. A luz verde que teve que dar para Alexandre Relvas ser o mandatário da candidatura de Marques Mendes (depois de ter sido seu director de campanha) expôs a Presidência da República desnecessariamente. O mais surpreendente é que esta atitude nem se enquadra no estilo de Cavaco, muito sensato e prudente.
Cavaco tem tido, na Presidência da República, encargos excessivos. Quase como se tivesse de expiar alguma coisa. A sua coabitação de sonho com Sócrates é muito castrante e está na base, aliás, de boa parte dos problemas que Marques Mendes sentiu durante o seu mandato. O envolvimento de Cavaco nas directas, através de Relvas e de outros cavaquistas insuspeitos, pode ser visto, até, como uma forma de compensação política e psicológica face aos danos provocados a Mendes. Ora a ciência política e a sua estratégia não se compadece, muitas vezes, com mecanismos que lhe são exteriores.
Cavaco apresentou-se às presidenciais, em 2006, com o objectivo de fazer dois mandatos. Voluntária ou involuntariamente, o desempenho de Cavaco em Belém foi até hoje no sentido de ser reeleito com os votos do PSD e a não oposição do PS, passando pela não apresentação de um candidato próprio dos socialistas, como aconteceu com a reeleição de Mário Soares em 1991. Ora, a eleição de Menezes faz com que o que parecia seguríssimo há uma semana, deixe de o ser. Ou Cavaco se adapta aos novos tempos e diminui o nível de cooperação estratégica com Sócrates, ou não é liquido que o PSD de Menezes lhe dê um apoio efectivo à recandidatura. Se tal acontecesse, era ingrato para Cavaco apresentar-se em 2011 com o PS como o único entusiasta da sua reeleição.
Por sua vez, caso decida dar sinais de distanciamento de Sócrates, a posição do Presidente da República também pode não ser agradável, porque a vitória não é certa (e Cavaco gosta de coisas quase garantidas). No entanto, se ganhar o segundo mandato, o triunfo será mais gratificante e o PSD poderá ter finalmente um Presidente da República em Belém. Verdadeiramente seu.
A eleição de Menezes veio tornar tudo possível. Até com Santana Lopes. Para líder parlamentar do PSD, Santana não faz sentido. Só ofuscaria Menezes e podia levar, quase inevitavelmente para o Parlamento, a carga do seu passado. Santana está mortinho há dois anos para confrontar Sócrates. Ora esta guerra pessoal e política ficou lá atrás e interessa a Menezes afastar-se dela a sete pés. Mas já a hipótese de Santana ter uma luz intermitente do PSD para cumprir um dos seus sonhos e ser candidato a Belém, não deve ser descartada (mesmo com a candidatura ao lado de Cavaco). Ora, na perspectiva de Menezes, a candidatura de Santana em 2011 pode cumprir, se for caso disso, dois desideratos. Dar uma bofetada de luva branca a Cavaco e compensar Santana. Se Cavaco voltasse a ganhar Belém, tudo como dantes em relação ao actual PR. Por sua vez Santana teria, neste cenário, a sua prova dos nove em matéria de derrotas. Já se Santana ganhasse, Menezes ficaria como padrinho desse sonho realizado.

BCP – Jardim Gonçalves e Teixeira Duarte apoiam Filipe Pinhal …

Enquanto Filipe Pinhal aposta na normalização da vida do banco, para recuperar resultados até ao fim do ano, Pedro Teixeira Duarte prepara, fora do banco e sem pressa, a redacção dos novos estatutos. Todos estão de acordo em não correr riscos com alargamentos de conselhos gerais ou superiores e por isso o BCP deve voltar ao “modelo monista puro”, com um Conselho de Administração, um Conselho Fiscal e um Conselho de Vencimentos. O SEMANÁRIO sabe que Filipe Pinhal tem o apoio de Jardim Gonçalves e de Pedro Teixeira Duarte para fazer o próximo mandato, devendo ser substituído cerca de 30% do Conselho de Administração – devem sair Francisco Lacerda e Castro Henriques, eventualmente, substituídos por elementos da alta direcção do banco.

A precipitação da saída de Paulo Teixeira Pinto, na sexta-feira passada, não lhe retira dignidade, nem a imagem de seriedade que construiu. Ele tinha passado a ser parte do problema e decidiu antecipar-se. Jardim Gonçalves emerge de imediato como vencedor da contagem de espingardas, que já se tinha dado na Assembleia Geral do final do mês de Agosto, já se sabia. Com a saída do CEO, Filipe Pinhal, o primeiro vice-presidente de Paulo Teixeira Pinto, assumiu a presidência do Conselho de Administração.
Mas, o verdadeiro embate, que ficou enunciado, ainda está para acabar. Passa pela revisão dos estatutos e pela definição de quem irá dominar o banco depois dela. Para já Jardim Gonçalves não se assume como parte do problema. Pedro Teixeira Duarte saiu do Conselho Geral e de Supervisão para poder negociar mais à vontade um novo estatuto “monista puro” para o BCP. Por dentro, Filipe Pinhal faz os ajustamentos que entende necessários no banco, ele que é a personalidade que Jardim Gonçalves e Teixeira Duarte desejam ver como líder do BCP para o próximo mandato.
No Conselho de Administração, Francisco Lacerda e Castro Henriques preferiram não se demitir, mas foram publicamente convidados a irem para casa, com a retirada de pelouros. O mesmo se passa nas estruturas de alta direcção do banco. Mudanças normais.
Igualmente nos accionistas há mexidas. E com seis meses pela frente o verdadeiro governo executivo do BCP, composto pelos quatro gestores considerados do lado de Jardim, tem tempo e dinheiro para gerir e preparar o futuro, não tendo Pinhal caído no erro de Paulo Teixeira Pinto de ter, de início, aceite condições impossíveis.
As movimentações já começaram com o aparecimento de novos accionistas. A Jerónimo Martins anunciou deter já 1,5 milhões de acções do BCP. Outros movimentos estão a acontecer, levando o BCP a subir na bolsa, a contra-ciclo do mercado.

Accionistas do BCP apoiam o sistema monista puro

Estando totalmente afastado o cenário de uma fusão com o BPI, dado que a La Caixa o exclui e não faz sentido que queira perder o controlo de um banco contra uma posição irrelevante no BCP, o controlo do BCP passará por um grupo de accionistas nacionais, eventualmente associado a investidores institucionais nacionais e estrangeiros.
De acordo com fontes dos accionistas, um novo projecto de estatutos está em discussão no BCP e prevê eliminação dos órgãos liderados por Jardim Gonçalves, voltando-se a uma estrutura monista.
A blindagem dos estatutos do BCP está para durar, apesar das tentativas de alguns para as suavizar. Pelo menos a julgar pelo projecto que tem vindo a ser discutido por alguns dos principais accionistas.
Ao que os jornais apuraram, há já um amplo consenso em algumas matérias, nomeadamente a blindagem e o desaparecimento de alguns órgãos, como o Conselho Geral e de Supervisão. No que toca à blindagem, que não permite que qualquer accionista vote com mais de 10% dos votos presentes numa Assembleia Geral, há já o acordo do BPI que, com 8,5% do capital do banco, é um dos afectados por esta regra defensiva. O banco liderado por Fernando Ulrich tem estado, aliás, a trabalhar de forma muito próxima com a Teixeira Duarte, o accionista que tem assumido a condução das negociações quanto à nova redacção dos estatutos e do modelo societário do BCP.
A Teixeira Duarte quer chegar a um consenso quanto ao documento, e só depois disso se poderá começar a pensar em data para a marcação de uma Assembleia-Geral, em que os estatutos poderão ser alterados se contarem com o voto favorável de dois terços dos accionistas.
O presidente da construtora, que abandonou o Conselho Geral e de Supervisão, para melhor conduzir as negociações com outros accionistas, apesar de não quer perder o ímpeto reformista dos vários accionistas com quem negoceia, tem consciência que a aceleração do processo de revisão dos estatutos pode complicar a vida ao novo CEO e dar novo sinal de instabilidade aos clientes. No final do corrente mês de Setembro decorrerão novos contactos entre os accionistas, ficou estabelecido na reunião de ontem de alguns advogados ligados ao processo.
Por seu lado, Jardim Gonçalves tem como preocupação garantir a independência do banco e a manutenção de uma estrutura de gestão sólida e, por isso, aceitará a mudança.
O modelo em cima da mesa, e que não deverá sofrer grandes alterações, deverá passar pela transição para um “sistema monista puro”, em que desaparecerão, tanto o Conselho Geral como o Conselho de Supervisão. Está prevista a existência de “conselheiros do conselho de administração”, com reduzidos poderes não vinculativos, uma forma diplomática de proporcionar a algumas figuras e accionistas um acompanhamento, ainda que relativamente distante, da evolução da estratégia do banco, mas também a maneira eficaz de impedir o acesso de especuladores ou pequenos investidores de curto prazo ao núcleo estratégico do banco, como acontecia com a proposta de alargamento do Conselho Geral e de Supervisão proposto por Joe Berardo.

Pinhal acaba com comités executivos
e mantém para si pelouro da rede comercial

O novo presidente do BCP, que manteve para si a competência comercial sobre o retalho, acabou com os comités executivos no banco, manteve para si o comando da rede comercial e fundiu as operações internacionais, que passam depender de Christopher de Beck.
Na primeira reunião como presidente do conselho de administração do Banco Comercial Português (BCP), Filipe Pinhal determinou a extinção dos comités executivos, passando a existir apenas comités de coordenação.
Isto significa que o poder de decisão volta inequivocamente ao conselho de administração executivo, num sinal de que Pinhal vai conduzir o banco.
Além disso, cada área de negócio – retalho, corporate, banca de investimento, serviços bancários e operações internacionais (por fusão do European e do Overseas Committe) – passa a ter dois administradores responsáveis e não um com outro alternante, como acontecia até aqui.
O novo presidente do BCP deu também um sinal claro de que o enfoque é o negócio e a relação com os clientes ao manter para si o comando da rede comercial.
Alípio Dias juntou às suas competências, nas grandes empresas, a banca de investimento e Christopher de Beck ficou com a operação internacional, nomeadamente Angola, passando as relações com a Fortis para o CFO.

Socialistas: rentrée depois das férias de Verão na Madeira e sem …

No regresso à actividade politica depois das férias de Verão, os partidos multiplicam a forma de remarcarem a sua presença no panorama político nacional. O PS é a força que menos se preocupou com o evento, o PSD repete anos anteriores com a Universidade de Verão, assim como o PCP com a Festa do Avante. Por outro lado, o CDS inova com a intervenção do líder através das novas tecnologias, enquanto o Bloco institui o fórum de debates “Socialismo 2007”.

Partido Socialista

Os socialistas este ano não assinalam a sua “rentrée” politica depois das férias do Verão com alguma actividade ou comício que são comuns entre os partidos nesta altura. Estando no exercício de responsabilidades governativas, não surgiu até ao momento nenhum acontecimento por parte do PS que “marque” o recomeço da actividade partidária, sendo por sua vez, apenas relevante salientar a realização pelo PS/Madeira da Festa da Liberdade este domingo, na Fonte do Bispo e que mais uma vez não conta com a presença de José Sócrates.
Esta festa será “uma tentativa de reanimar” os militantes e apoiantes, depois da derrota eleitoral em Maio, onde o PS/Madeira passou de dezanove para sete deputados. Sobre o número de pessoas esperado no local, em 2006, estiveram reunidas cerca de 17 mil pessoas, pelo qual esperam que não haja muita diferença este ano.
Mais uma vez a festa anual dos socialistas madeirenses não conta com a presença do secretário-geral do partido, José Sócrates, que pelo quarto ano consecutivo falta a este evento, tendo invocado dificuldades de agenda relacionadas com a presidência portuguesa da União Europeia. O último secretário-geral a estar presente foi Ferro Rodrigues, em 2003. O PS/Madeira reitera no entanto, que como o convite era dirigido ao secretário-geral, que não pode ir devido a compromissos de agenda, não irá mais ninguém.
Sobre o teor das intervenções políticas, o novo presidente do partido, João Carlos Gouveia, eleito em finais de Julho, apontará baterias contra o governo do PSD na Madeira, realçará a polémica em torno das alegadas “negociatas” na Câmara Municipal do Funchal que motivou uma auditoria, do problema do poder dos “lobbies” económicos e da promiscuidade.
Sendo uma festa-comício, foram montadas no local mais de 50 barracas que disponibilizarão, entre outras coisas, os comes-e-bebes tradicionais deste tipo de iniciativas, estando a animação musical centrada nas cantoras Ruth Marlene, Micaela e os Canta Brasil.

Partido Social-Democrata

Depois do período de férias, o PSD regressa à actividade politica, à semelhança de anos anteriores com a Universidade de Verão que arrancou esta segunda-feira. Desta forma, cerca de uma centena de jovens, com idades compreendidas entre os 17 e os 30 anos e oriundos de todos os distritos do continente e regiões autónomas da Madeira e dos Açores iniciaram uma semana de estudo, com “professores” como Marcelo Rebelo de Sousa e Leonor Beleza, terminando com o discurso de “rentrée” do líder do partido.
A Universidade de Verão de 2007 teve início em Castelo de Vide e é uma iniciativa conjunta do PSD, da JSD e do Instituto Francisco Sá Carneiro. Intervieram na sessão de abertura, Joana Barata Lopes, Carlos Coelho, na qualidade de Director da Universidade de Verão, Pedro Rodrigues, Presidente da JSD, e Miguel Macedo, Secretário-Geral do PSD. O último, saudou os presentes na sessão de abertura, referindo que “foi o PSD que recuperou a formação dentro dos partidos, ao lançar a Universidade de Verão, em 2003”. Num segundo momento da sua intervenção, Miguel Macedo abordou um conjunto de questões dirigidas não só aos jovens, mas ao país em geral, acusando o governo do PS de ter “desistido da política de juventude”.
A primeira “aula” da Universidade de Verão, deu-se na terça-feira de manhã, com a participação do economista Vítor Gaspar, que falou sobre “Ajustamento à participação na zona Euro”. No primeiro jantar-conferência da Universidade de Verão, a convidada foi a ex-ministra da Saúde Leonor Beleza, que falou sobre a sua experiência como presidente da Fundação Champalimaud.
Na quarta-feira de manhã, o deputado social-democrata, Luís Marques Guedes versou o tema sobre “O Estado visto por dentro”, enquanto à noite, a jurista Teresa Morais falou sobre a questão da adopção e das crianças em risco.
Quinta-feira de manhã, o tema “Globalização” esteve ao cargo do eurodeputado Carlos Coelho, enquanto à noite, o convidado do jantar-conferência é o antigo juiz conselheiro do Tribunal Constitucional, Paulo Mota Pinto.
No penúltimo dia de aulas, será discutido o tema “Paixão e Razão no Processo de Construção Europeia” com o “professor” Miguel Maduro. O deputado do PSD Miguel Frasquilho e o eurodeputado socialista Joel Hasse Ferreira discutirão no mesmo dia, a questão “Baixar os impostos: Sim ou Não”. Logo a seguir, Marcelo Rebelo de Sousa dará uma “aula” sobre “Os dez mandamentos em Democracia” e no jantar-conferência, o professor Luís Valadares Tavares falará sobre Educação.
A última “aula”, será no sábado de manhã, com Rodrigo Moita de Deus, que falará sobre a Comunicação e, à noite, o convidado será Vasco Graça Moura.
No domingo, a encerrar uma semana de “aulas” na Universidade de Verão e a assinalar a “rentrée” social-democrata, o líder do PSD, Luís Marques Mendes, fará uma intervenção antes do almoço.

CDS-PP

O CDS para a sua rentrée politica que se realiza domingo no Porto, vai apostar nas novas tecnologias, arrancando hoje com a colocação de um vídeo de Paulo Portas no “YouTube” e no “Sapo”, onde o presidente do partido fará uma análise do que se passou até à abertura do ano político.
Deste modo, o CDS quer ser o primeiro partido em Portugal com canais próprios no maior operador nacional e no maior operador internacional de partilha de vídeos.
No domingo, o líder dos centristas encerrará a rentrée do partido numa intervenção também apoiada em tecnologias multimédia, mas mais virada para o futuro, onde traçará a agenda do CDS para o próximo ano. O recomeço da actividade politica terá também para os centristas uma vertente mais tradicional, arrancando às 14.30, com uma reunião da comissão política nacional alargada aos dirigentes distritais e concelhios do partido. A partir das 17:00, e durante duas horas, realizar-se-ão sete “workshops” em simultâneo, vários deles coordenados por novos membros da comissão política nacional.
As várias sessões de trabalho abordarão temas como a “Demografia, o desafio português” que será coordenada por Assunção Cristas, doutorada em Direito, um dos rostos do não na campanha do aborto e que entrou para a comissão política do CDS-PP no último Congresso do partido. O deputado Diogo Feio irá coordenar também um “workshop” sobre “Crítica geral sobre o sistema de ensino”, enquanto Manuel Castelo-Branco, director-geral da Media Capital e outra novidade da comissão política, coordenará uma sessão sobre “Televisão digital, mais uma escolha ou mais concentração?”. O painel sobre “Leis eleitorais, desmistificação de uma mudança anunciada” ficará a cargo de Filipe Lobo d`Ávila, outro novo membro da comissão política, enquanto o “workshop” dedicado à “Rússia, Kosovo, Turquia, Magreb: posições e interesses numa Europa mais à direita” será coordenado por Bernardo Pires de Lima, mestre em Relações Internacionais e também estreante no órgão directivo do CDS-PP. Será também dada atenção aos últimos acontecimentos, através do painel “Transgénicos, o caso de Silves: uma leitura científica, ideológica e jurídica de um precedente grave” e que terá três oradores, o engenheiro Luís Bulhão Martins, vice-presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal, o deputado Nuno Magalhães e o advogado e novo membro da comissão política do CDS, Francisco Mendes da Silva. O último painel será coordenado pelo presidente do Conselho Nacional do CDS-PP e gestor António Pires de Lima e dedicado a debater a questão “Porque é que a economia portuguesa cresce tão pouco?”.
O site do CDS-PP será também renovado devendo a nova versão estar disponível entre hoje e sábado e terá, entre as novidades, a possibilidade de os visitantes colocarem questões por e-mail, que semanalmente serão respondidas em vídeo por um dirigente do partido. Pretendem também que o site tenha um espaço para o comentário da situação nacional e internacional, com o objectivo de tornar a comunicação do partido mais interactiva.

Partido Comunista

O Partido Comunista Português regressará aos trabalhos após as férias de Verão já na próxima Festa do Avante, nos dias 7/8/9 de Setembro, no Seixal, marcando o imperativo de contra-atacar na “guerra”, que acusa o Governo de estar a preparar contra os trabalhadores com as alterações às leis laborais.
Os comunistas definiram o “trabalho e os direitos laborais” como um dos três temas políticos a que o PCP vai dar mais notoriedade na Festa do Avante, com debates e exposições que antecipam a resposta à “violenta ofensiva contra os trabalhadores”.
A Festa do Avante abre ao final da tarde de 7 de Setembro e por volta das 18 horas, conta com uma pequena intervenção do secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, que apresentará as principais linhas de resposta, acção e intervenção politica do PCP para os próximos meses.
A violenta ofensiva aos direitos dos trabalhadores, a “versão portuguesa da flexisegurança” para facilitar os despedimentos sem justa causa, a desregulamentação dos horários de trabalho, o “ataque às remunerações” e a “lei da selva” nas relações laborais são as razões que o PCP invoca para mobilizar os trabalhadores contra a “autêntica declaração de guerra” do Governo, que tem sido alvo de fortes criticas por parte do Partido Comunista Português. Além da questão laboral, os comunistas concentram-se ainda durante os três dias, nas críticas à “tentativa de imposição” da futura Constituição Europeia, acusando o governo de querer aprovar sem consulta popular um tratado que reforça “o federalismo, o neoliberalismo e o militarismo”.
Durante a festa, que decorre na Quinta da Atalaia, no Seixal, realizam-se cerca de 50 debates por onde passará a discussão, a reflexão e a denúncia da politica de direita encetada pelo PS, assim como também estarão centrados em temas como o desemprego, grupos económicos, direitos, Constituição Europeia e imigração. Os debates servirão para preparar a Conferência Nacional sobre questões económicas e sociais que o PCP realiza em Novembro e onde serão apresentadas as propostas do PCP para uma “ruptura democrática e de esquerda que o País precisa”, começando pela “valorização dos direitos dos trabalhadores”.
No Pavilhão Central estará patente a exposição “Com o PCP, por um Portugal de futuro”, apostada em afirmar a ideia de que o País “não está condenado a um rumo de injustiça e declínio nacional”. Outra exposição celebrará os 90 anos da Revolução de Outubro e a criação do “primeiro estado proletário do mundo”, a União Soviética.
A Festa do Avante Conta ainda com a apresentação de vários livros, entre os quais, “85 Momentos de vida e luta do PCP”. No que diz respeito aos espectáculos, o Avante conta com bandas como os “Blasted Mechanism”, Sérgio Godinho, “Sam the Kid”, concertos Jazz, e tributos a Adriano Correia de Oliveira e José Afonso.

Bloco de Esquerda

O Bloco de Esquerda promove entre 31 de Agosto e 2 de Setembro um fórum político e cultural denominado “Socialismo 2007”, que marcará a “rentrée” bloquista e onde a Europa, o Socialismo e o Trabalho serão temas centrais.
O regresso à actividade politica do BE, depois das férias de Verão, concretiza-se assim no primeiro fim-de-semana de Setembro, em Lisboa e inclui debates e conferências sobre temas políticos e económicos, mas também “momentos de convívio e festa”. O eurodeputado Miguel Portas afirma que este fórum é uma iniciativa que “marcará o reencontro político” do BE.
A abertura será hoje à noite, pelos dirigentes Ana Drago e João Teixeira Lopes, seguida de um espectáculo de “danças tradicionais europeias”.
Miguel Portas falará sobre a “Europa e o neoliberalismo” no primeiro dia, enquanto o líder parlamentar do BE, Luís Fazenda, e a deputada Mariana Aiveca intervirão sobre a “Flexi-segurança e os direitos do trabalho” no dia 1 de Setembro. Por fim, o coordenador da comissão política, Francisco Louçã, encerrará a iniciativa com o tema “Actualidade das ideias socialistas”.
Para além destes temas centrais, haverá módulos para debater desde “Darwin e o evolucionismo”, por Vítor Almada, e a “Inquisição”, pelo historiador António Borges Coelho, até à “Breve história do futebol: de Leninegrado ao Jamor” por José Neves.
Eduardo Prado Coelho abordará a obra da escritora Marguerite Duras, o sociólogo André Freire dará uma palestra sobre “sistemas eleitorais comparados” e Fernando Rosas sobre “Problemas no acesso à modernidade: Salazar”. Da parte da manhã, os bloquistas que se inscreverem podem ainda participar num “Atelier de Confiança e Expressão Corporal”, ou optar pelos de Vídeo ou Internet.
Entre os convidados internacionais, Miguel Portas destacou a presença do investigador François Georgeon, que falará sobre “A Turquia e a União Europeia”, e Gregor Gysi, líder do novo partido da esquerda alemão, no qual se reúnem outros ex-comunistas e sindicalistas sociais-democratas.
A mistura entre a “festa das ideias” e “os momentos de convívio” presentes na iniciativa do Bloco de Esquerda, de acordo com Miguel Portas “não se podem comparar à Festa do Avante, que o PCP promove há mais de 30 anos”, e que este ano se realiza no fim-de-semana seguinte. Segundo este, o Socialismo 2007, “Não tem nenhuma semelhança com a Festa do Avante, porque o centro são os debates e não os espectáculos”, frisando ainda que a iniciativa é “aberta a toda a esquerda”, sendo que “mais de metade dos oradores convidados não são militantes do Bloco de Esquerda”.

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