2025/06/25

Socialistas: rentrée depois das férias de Verão na Madeira e sem …

No regresso à actividade politica depois das férias de Verão, os partidos multiplicam a forma de remarcarem a sua presença no panorama político nacional. O PS é a força que menos se preocupou com o evento, o PSD repete anos anteriores com a Universidade de Verão, assim como o PCP com a Festa do Avante. Por outro lado, o CDS inova com a intervenção do líder através das novas tecnologias, enquanto o Bloco institui o fórum de debates “Socialismo 2007”.

Partido Socialista

Os socialistas este ano não assinalam a sua “rentrée” politica depois das férias do Verão com alguma actividade ou comício que são comuns entre os partidos nesta altura. Estando no exercício de responsabilidades governativas, não surgiu até ao momento nenhum acontecimento por parte do PS que “marque” o recomeço da actividade partidária, sendo por sua vez, apenas relevante salientar a realização pelo PS/Madeira da Festa da Liberdade este domingo, na Fonte do Bispo e que mais uma vez não conta com a presença de José Sócrates.
Esta festa será “uma tentativa de reanimar” os militantes e apoiantes, depois da derrota eleitoral em Maio, onde o PS/Madeira passou de dezanove para sete deputados. Sobre o número de pessoas esperado no local, em 2006, estiveram reunidas cerca de 17 mil pessoas, pelo qual esperam que não haja muita diferença este ano.
Mais uma vez a festa anual dos socialistas madeirenses não conta com a presença do secretário-geral do partido, José Sócrates, que pelo quarto ano consecutivo falta a este evento, tendo invocado dificuldades de agenda relacionadas com a presidência portuguesa da União Europeia. O último secretário-geral a estar presente foi Ferro Rodrigues, em 2003. O PS/Madeira reitera no entanto, que como o convite era dirigido ao secretário-geral, que não pode ir devido a compromissos de agenda, não irá mais ninguém.
Sobre o teor das intervenções políticas, o novo presidente do partido, João Carlos Gouveia, eleito em finais de Julho, apontará baterias contra o governo do PSD na Madeira, realçará a polémica em torno das alegadas “negociatas” na Câmara Municipal do Funchal que motivou uma auditoria, do problema do poder dos “lobbies” económicos e da promiscuidade.
Sendo uma festa-comício, foram montadas no local mais de 50 barracas que disponibilizarão, entre outras coisas, os comes-e-bebes tradicionais deste tipo de iniciativas, estando a animação musical centrada nas cantoras Ruth Marlene, Micaela e os Canta Brasil.

Partido Social-Democrata

Depois do período de férias, o PSD regressa à actividade politica, à semelhança de anos anteriores com a Universidade de Verão que arrancou esta segunda-feira. Desta forma, cerca de uma centena de jovens, com idades compreendidas entre os 17 e os 30 anos e oriundos de todos os distritos do continente e regiões autónomas da Madeira e dos Açores iniciaram uma semana de estudo, com “professores” como Marcelo Rebelo de Sousa e Leonor Beleza, terminando com o discurso de “rentrée” do líder do partido.
A Universidade de Verão de 2007 teve início em Castelo de Vide e é uma iniciativa conjunta do PSD, da JSD e do Instituto Francisco Sá Carneiro. Intervieram na sessão de abertura, Joana Barata Lopes, Carlos Coelho, na qualidade de Director da Universidade de Verão, Pedro Rodrigues, Presidente da JSD, e Miguel Macedo, Secretário-Geral do PSD. O último, saudou os presentes na sessão de abertura, referindo que “foi o PSD que recuperou a formação dentro dos partidos, ao lançar a Universidade de Verão, em 2003”. Num segundo momento da sua intervenção, Miguel Macedo abordou um conjunto de questões dirigidas não só aos jovens, mas ao país em geral, acusando o governo do PS de ter “desistido da política de juventude”.
A primeira “aula” da Universidade de Verão, deu-se na terça-feira de manhã, com a participação do economista Vítor Gaspar, que falou sobre “Ajustamento à participação na zona Euro”. No primeiro jantar-conferência da Universidade de Verão, a convidada foi a ex-ministra da Saúde Leonor Beleza, que falou sobre a sua experiência como presidente da Fundação Champalimaud.
Na quarta-feira de manhã, o deputado social-democrata, Luís Marques Guedes versou o tema sobre “O Estado visto por dentro”, enquanto à noite, a jurista Teresa Morais falou sobre a questão da adopção e das crianças em risco.
Quinta-feira de manhã, o tema “Globalização” esteve ao cargo do eurodeputado Carlos Coelho, enquanto à noite, o convidado do jantar-conferência é o antigo juiz conselheiro do Tribunal Constitucional, Paulo Mota Pinto.
No penúltimo dia de aulas, será discutido o tema “Paixão e Razão no Processo de Construção Europeia” com o “professor” Miguel Maduro. O deputado do PSD Miguel Frasquilho e o eurodeputado socialista Joel Hasse Ferreira discutirão no mesmo dia, a questão “Baixar os impostos: Sim ou Não”. Logo a seguir, Marcelo Rebelo de Sousa dará uma “aula” sobre “Os dez mandamentos em Democracia” e no jantar-conferência, o professor Luís Valadares Tavares falará sobre Educação.
A última “aula”, será no sábado de manhã, com Rodrigo Moita de Deus, que falará sobre a Comunicação e, à noite, o convidado será Vasco Graça Moura.
No domingo, a encerrar uma semana de “aulas” na Universidade de Verão e a assinalar a “rentrée” social-democrata, o líder do PSD, Luís Marques Mendes, fará uma intervenção antes do almoço.

CDS-PP

O CDS para a sua rentrée politica que se realiza domingo no Porto, vai apostar nas novas tecnologias, arrancando hoje com a colocação de um vídeo de Paulo Portas no “YouTube” e no “Sapo”, onde o presidente do partido fará uma análise do que se passou até à abertura do ano político.
Deste modo, o CDS quer ser o primeiro partido em Portugal com canais próprios no maior operador nacional e no maior operador internacional de partilha de vídeos.
No domingo, o líder dos centristas encerrará a rentrée do partido numa intervenção também apoiada em tecnologias multimédia, mas mais virada para o futuro, onde traçará a agenda do CDS para o próximo ano. O recomeço da actividade politica terá também para os centristas uma vertente mais tradicional, arrancando às 14.30, com uma reunião da comissão política nacional alargada aos dirigentes distritais e concelhios do partido. A partir das 17:00, e durante duas horas, realizar-se-ão sete “workshops” em simultâneo, vários deles coordenados por novos membros da comissão política nacional.
As várias sessões de trabalho abordarão temas como a “Demografia, o desafio português” que será coordenada por Assunção Cristas, doutorada em Direito, um dos rostos do não na campanha do aborto e que entrou para a comissão política do CDS-PP no último Congresso do partido. O deputado Diogo Feio irá coordenar também um “workshop” sobre “Crítica geral sobre o sistema de ensino”, enquanto Manuel Castelo-Branco, director-geral da Media Capital e outra novidade da comissão política, coordenará uma sessão sobre “Televisão digital, mais uma escolha ou mais concentração?”. O painel sobre “Leis eleitorais, desmistificação de uma mudança anunciada” ficará a cargo de Filipe Lobo d`Ávila, outro novo membro da comissão política, enquanto o “workshop” dedicado à “Rússia, Kosovo, Turquia, Magreb: posições e interesses numa Europa mais à direita” será coordenado por Bernardo Pires de Lima, mestre em Relações Internacionais e também estreante no órgão directivo do CDS-PP. Será também dada atenção aos últimos acontecimentos, através do painel “Transgénicos, o caso de Silves: uma leitura científica, ideológica e jurídica de um precedente grave” e que terá três oradores, o engenheiro Luís Bulhão Martins, vice-presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal, o deputado Nuno Magalhães e o advogado e novo membro da comissão política do CDS, Francisco Mendes da Silva. O último painel será coordenado pelo presidente do Conselho Nacional do CDS-PP e gestor António Pires de Lima e dedicado a debater a questão “Porque é que a economia portuguesa cresce tão pouco?”.
O site do CDS-PP será também renovado devendo a nova versão estar disponível entre hoje e sábado e terá, entre as novidades, a possibilidade de os visitantes colocarem questões por e-mail, que semanalmente serão respondidas em vídeo por um dirigente do partido. Pretendem também que o site tenha um espaço para o comentário da situação nacional e internacional, com o objectivo de tornar a comunicação do partido mais interactiva.

Partido Comunista

O Partido Comunista Português regressará aos trabalhos após as férias de Verão já na próxima Festa do Avante, nos dias 7/8/9 de Setembro, no Seixal, marcando o imperativo de contra-atacar na “guerra”, que acusa o Governo de estar a preparar contra os trabalhadores com as alterações às leis laborais.
Os comunistas definiram o “trabalho e os direitos laborais” como um dos três temas políticos a que o PCP vai dar mais notoriedade na Festa do Avante, com debates e exposições que antecipam a resposta à “violenta ofensiva contra os trabalhadores”.
A Festa do Avante abre ao final da tarde de 7 de Setembro e por volta das 18 horas, conta com uma pequena intervenção do secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, que apresentará as principais linhas de resposta, acção e intervenção politica do PCP para os próximos meses.
A violenta ofensiva aos direitos dos trabalhadores, a “versão portuguesa da flexisegurança” para facilitar os despedimentos sem justa causa, a desregulamentação dos horários de trabalho, o “ataque às remunerações” e a “lei da selva” nas relações laborais são as razões que o PCP invoca para mobilizar os trabalhadores contra a “autêntica declaração de guerra” do Governo, que tem sido alvo de fortes criticas por parte do Partido Comunista Português. Além da questão laboral, os comunistas concentram-se ainda durante os três dias, nas críticas à “tentativa de imposição” da futura Constituição Europeia, acusando o governo de querer aprovar sem consulta popular um tratado que reforça “o federalismo, o neoliberalismo e o militarismo”.
Durante a festa, que decorre na Quinta da Atalaia, no Seixal, realizam-se cerca de 50 debates por onde passará a discussão, a reflexão e a denúncia da politica de direita encetada pelo PS, assim como também estarão centrados em temas como o desemprego, grupos económicos, direitos, Constituição Europeia e imigração. Os debates servirão para preparar a Conferência Nacional sobre questões económicas e sociais que o PCP realiza em Novembro e onde serão apresentadas as propostas do PCP para uma “ruptura democrática e de esquerda que o País precisa”, começando pela “valorização dos direitos dos trabalhadores”.
No Pavilhão Central estará patente a exposição “Com o PCP, por um Portugal de futuro”, apostada em afirmar a ideia de que o País “não está condenado a um rumo de injustiça e declínio nacional”. Outra exposição celebrará os 90 anos da Revolução de Outubro e a criação do “primeiro estado proletário do mundo”, a União Soviética.
A Festa do Avante Conta ainda com a apresentação de vários livros, entre os quais, “85 Momentos de vida e luta do PCP”. No que diz respeito aos espectáculos, o Avante conta com bandas como os “Blasted Mechanism”, Sérgio Godinho, “Sam the Kid”, concertos Jazz, e tributos a Adriano Correia de Oliveira e José Afonso.

Bloco de Esquerda

O Bloco de Esquerda promove entre 31 de Agosto e 2 de Setembro um fórum político e cultural denominado “Socialismo 2007”, que marcará a “rentrée” bloquista e onde a Europa, o Socialismo e o Trabalho serão temas centrais.
O regresso à actividade politica do BE, depois das férias de Verão, concretiza-se assim no primeiro fim-de-semana de Setembro, em Lisboa e inclui debates e conferências sobre temas políticos e económicos, mas também “momentos de convívio e festa”. O eurodeputado Miguel Portas afirma que este fórum é uma iniciativa que “marcará o reencontro político” do BE.
A abertura será hoje à noite, pelos dirigentes Ana Drago e João Teixeira Lopes, seguida de um espectáculo de “danças tradicionais europeias”.
Miguel Portas falará sobre a “Europa e o neoliberalismo” no primeiro dia, enquanto o líder parlamentar do BE, Luís Fazenda, e a deputada Mariana Aiveca intervirão sobre a “Flexi-segurança e os direitos do trabalho” no dia 1 de Setembro. Por fim, o coordenador da comissão política, Francisco Louçã, encerrará a iniciativa com o tema “Actualidade das ideias socialistas”.
Para além destes temas centrais, haverá módulos para debater desde “Darwin e o evolucionismo”, por Vítor Almada, e a “Inquisição”, pelo historiador António Borges Coelho, até à “Breve história do futebol: de Leninegrado ao Jamor” por José Neves.
Eduardo Prado Coelho abordará a obra da escritora Marguerite Duras, o sociólogo André Freire dará uma palestra sobre “sistemas eleitorais comparados” e Fernando Rosas sobre “Problemas no acesso à modernidade: Salazar”. Da parte da manhã, os bloquistas que se inscreverem podem ainda participar num “Atelier de Confiança e Expressão Corporal”, ou optar pelos de Vídeo ou Internet.
Entre os convidados internacionais, Miguel Portas destacou a presença do investigador François Georgeon, que falará sobre “A Turquia e a União Europeia”, e Gregor Gysi, líder do novo partido da esquerda alemão, no qual se reúnem outros ex-comunistas e sindicalistas sociais-democratas.
A mistura entre a “festa das ideias” e “os momentos de convívio” presentes na iniciativa do Bloco de Esquerda, de acordo com Miguel Portas “não se podem comparar à Festa do Avante, que o PCP promove há mais de 30 anos”, e que este ano se realiza no fim-de-semana seguinte. Segundo este, o Socialismo 2007, “Não tem nenhuma semelhança com a Festa do Avante, porque o centro são os debates e não os espectáculos”, frisando ainda que a iniciativa é “aberta a toda a esquerda”, sendo que “mais de metade dos oradores convidados não são militantes do Bloco de Esquerda”.

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