2025/07/03

PCP critica Lei do Financiamento dos Partidos do PSD/PP e PS

O PCP já reagiu à proposta de Lei referente ao financiamento dos Partidos. A declaração da Comissão Política do PCP, refere que é necessário «tornar pública uma veemente e frontal oposição do PCP a estes projectos».

A Comissão Política do PCP já examinou o conteúdo dos projectos de lei apresentados pelo PS, pelo PSD e pelo CDS-PP sobre o financiamento dos partidos e sobre uma nova lei dos partidos.

A declaração de Vítor Dias, da Comissão Política do PCP, refere que é necessário «tornar pública uma veemente e frontal oposição do PCP a estes projectos, empreender uma vigorosa denúncia pública das concepções que os inspiram e alertar para que a sua aprovação representaria um intolerável retrocesso de caracter profundamente antidemocrático».

A mesma declaração diz ainda que «o PCP considera oportuno lembrar que a apresentação destes projectos se verificou no quadro de uma lamentável e condenável convergência entre a maioria governamental e o PS em torno da urgente colocação na agenda política de uma suposta «reforma do sistema político», o que serve manifestamente as conveniências governamentais de desviar as atenções de problemas efectivamente cruciais do país.

No que respeita aos projectos do CDS-PP (apoiado pelo PSD) e do PS sobre financiamento dos partidos, o PCP adverte que, descontadas as doses maciças de retórica, os seus grandes e capitais objectivos são: «aumentar significativamente as subvenções do Estado aos partidos e às suas campanhas eleitorais e criar excessivas limitações e absurdas dificuldades à obtenção pelos partidos de receitas próprias.»

O PCP anuncia ainda que, no quadro do seu combate político aos projectos já apresentados, apresentará em breve um projecto-lei sobre o financiamento dos partidos que, procedendo a melhorias pontuais na lei em vigor, visará sobretudo diminuir os limites máximos das despesas eleitorais em cada eleição que estão em vigor, assim enfrentando, ao contrário do PS, do PSD e do CDS-PP, o problema crucial do despesismo eleitoral.

O comunicado comunista, chama a atenção para «a excepcional gravidade dos projectos coincidentes apresentados pelo PSD (apoiado pelo CDS-PP) e pelo PS com vista a uma nova lei dos partidos e que, ao pretenderem impor por via legal um modelo único de funcionamento e organização internos para todos os partidos, representam uma insolente tentativa de subversão e esmagamento de princípios e concepções democráticas justamente protegidos pela ordem jurídica pós-25 de Abril.

Segundo o comunicado do Partido Comunista, «o PSD, CDS-PP e PS querem impor por lei a outros partidos as suas próprias concepções sobre matérias em relação às quais, em termos democráticos, a decisão só pode pertencer à opinião e vontade dos membros desses partidos”.

O PCP que considera reger-se – como dispõe o art.º 51º da Constituição – «pelos princípios da transparência, da organização e da gestão democráticas e da participação de todos os seus membros, jamais se atreveria a apresentar um projecto de lei dos partidos para impor ao PSD, ao CDS ou ao PS alterações em aspectos do seu funcionamento que porventura considere de discutível ou insuficiente democraticidade».

Desta forma, o PCP afirma através do comunicado que “dará um firme combate às intoleráveis e antidemocráticas imposições e ingerências contidas nos projectos do PSD e do PS”.

Chirac e Blair “de acordo” quanto ao Iraque

Apesar das divergências quanto à questão do Iraque, Chirac e Blair declararam concordar inteiramente quanto à necessidade de desarmar aquele país, através das Nações Unidas.

O Presidente francês, Jacques Chirac, disse, na terça-feira, que, apesar de existirem algumas divergências com a posição britânica quanto à questão do Iraque, concorda com o primeiro-ministro britânico Tony Blair no que respeita à necessidade daquele país ser desarmado através do Conselho de Segurança da ONU.

“No que respeita ao Iraque, temos diferentes abordagens mas, antes de mais e sobretudo, temos duas convicções que são fundamentais e partilhadas: a primeira é que temos de desarmar o Iraque, e a segunda é que isto tem de ser levado a cabo através do conselho de Segurança das Nações Unidas. Quanto a isso, estamos inteiramente de acordo”, afirmou Chirac.
O Reino Unido e a França acordaram, também, num plano para pressionar a União Europeia a adoptar políticas de defesa e segurança comuns.

Numa cimeira em Le Touquet, dominada pelo Iraque, Tony Blair e Jacques Chirac apoiaram fortemente o desenvolvimento da há muito discutida Força de Reacção Rápida.

Também concordaram em partilhar equipamento militar, como aero-cargueiros, destinado a missões humanitárias ou de manutenção de paz. “A França e o Reino Unido concordam que esta é a altura para a União Europeia aceitar novas responsabilidades no âmbito da gestão de crise”, disseram numa declaração conjunta. Blair e Chirac declararam, ainda, o seu apoio à iminente tomada do controlo das operações da NATO na Macedónia por tropas da União e revelaram que apresentarão propostas conjuntas para o destacamento de mais forças europeias para a Bósnia, na cimeira de ministros de negócios estrangeiros da União, no próximo mês. Finalmente, os líderes apelaram aos parceiros europeus que aumentem a sua despesa na defesa.

Barbosa & Almeida aposta no mercado espanhol

A vidreira Barbosa & Almeida está disponível para assumir um papel activo na consolidação do sector, através de aquisição ou fusão com empresas espanholas, referiu o presidente do Grupo.

Carlos Moreira da Silva, presidente do Grupo Barbosa & Almeida, revelou também a sua preocupação relativamente ao aumento de capacidade na Península Ibérica e confirmando um investimento superior a 25 ME na unidade da Marinha Grande.

“Estamos mesmo à procura, em Espanha, de interessados neste processo de consolidação”, adiantou, à Reuters,
o presidente do grupo BA.

Descartando a possibilidade desse processo ser feito com empresas portuguesas, Carlos Moreira da Silva garantiu que, sem esta consolidação, “o sector não tem estabilidade possível”.

O problema é que a BA não encontra interessados no negócio. “Não se vê caminho para isso. Ninguém quer vender nem fundir-se, o que é motivo para preocupação”, afirmou o presidente da empresa, esta manhã, durante a apresentação de contas da BA relativas a 2002, um ano marcado pela duplicação dos resultados líquidos face ao ano anterior, para 6,4 milhões de euros (ME).

“A situação é particularmente grave, porque se avizinha um movimento de investimentos para aumentar a capacidade de produção (na Península Ibérica), o que irá degradar a situação do sector”, alertou Moreira da Silva.

“Em 2003 haverá mais excesso de oferta do que houve em 2002”, disse.
O presidente da BA mostrou-se apreensivo sobre a forma de consolidação do sector, devido ao tratamento fiscal que em Portugal é dado ao “goodwill”, classificando-o como um “absurdo”.

“Pelas nossas contas, e tendo em conta a fusão entre empresas de iguais dimensões, a compra de uma empresa portuguesa por uma espanhola fica mais barato 40 milhões de euros do que na situação inversa”, garantiu Carlos Moreira da Silva.

“É assim que se quer manter os centros de decisão em Portugal? O que é natural é que o centro vá para Espanha…”, denunciou.
Sobre o acordo com o Ministério da Economia e a Câmara Municipal da Marinha Grande relativamente à manutenção da fábrica da BA neste concelho, Moreira da Silva escusou-se a adiantar números, confirmando apenas que o investimento total a efectuar naquela unidade será superior a 25 ME.

Isto porque os incentivos e apoios estatais a este investimento serão negociados no âmbito da Agência Portuguesa para o Investimento (API), “cuja fasquia mínima é precisamente de 25 ME, sendo que o investimento a efectuar na Marinha Grande será superior a esse valor”, garantiu o presidente da BA.
Quanto a 2003, Carlos Moreira da Silva espera “um ano difícil”, mostrando-se apreensivo relativamente à manutenção da performance obtida pela BA no ano passado.

Depois de ter realizado grandes investimentos nos últimos anos, a vidreira tem apenas previsto para 2003 um investimento de sete ME na sua unidade de León, em Espanha.

Interrogado sobre a manutenção da BA em bolsa, Carlos Moreira da Silva mostrou-se favorável à saída da empresa do mercado, mas adiantou que os restantes accionistas não partilham da mesma opinião.

Acho que não há interesse em manter a empresa em bolsa, mas os accionistas não acham o mesmo…”, concluiu.

Artur Santos Silva descarta fusões na banca nacional

Não é provável que o mercado bancário português venha a ser alvo de um processo de consolidação importante em 2003, disse Artur Santos Silva, presidente do Banco BPI.

Acrescentou, durante a conferência de imprensa de apresentação de resultados do BPI, que a instituição não é vulnerável a uma oferta, nem sequer vê algum interesse em avançar para um processo de consolidação.

“Não acho provavel que haja consolidação consideravel durante 2003”, disse Artur Santos Silva, realçando que “estamos muito entusiasmados com o sucesso do nosso projecto”, refere a agência a Reuters.

“Da nossa parte não vejo que haja condições ou interesse para avançar com um projecto desses (consolidação)”, concluiu Santos Silva.

O Semanário Económico revelava, na edição da passada sexta-feira, que o Santander, através do Totta, estava a estudar a aquisição do BPI. O SEMANÀRIO, em Dezembro, também já tinha avançado com este estudo.

Esta informação foi desmentida pelo Totta que disse ter apenas uma participação financeira no BPI, mas isso não impediu uma forte valorização do título, com os operadores a considerarem que se trata de uma instituição ‘opável’.

Artur Santos Silva referiu que o Itaú e a La Caixa detêm cerca de 15 por cento cada, enquanto a Allianz controla cerca de nove por cento, detendo três outros accionsitas, que estão presentes no conselho de administração do banco e que também estão ligados a um acordo de preferência, cerca de 7,5 por cento em conjunto.

O Totta controla 8,5 por cento, excluindo os cerca de 3,6 por cento do acordo de reporte feito com a Sonae.

Mota-Engil funde empresas e cria maior portuguesa na construção

A Mota-Engil decidiu proceder à fusão das suas empresas da área de construção — Mota & Companhia, Engil e Mota-Engil Internacional — que controlava a 100 por cento, dando origem à Mota-Engil Engenharia e Construções, a maior empresa portuguesa de construção.

Esta sub-holding deterá também as participações de outras participadas do sector da construção, integrando, juntamente com a Mota-Engil Concessões de Transportes, Mota-Engil Imobiliário e Turismo e Mota-Engil Ambiente e Serviços, o Grupo Mota-Engil.

“A sociedade resultante da fusão será, pela agregação dos volumes de negócios da Mota & Companhia, da Engil e da Mota-Engil Internacional, a maior construtora nacional, e com uma importante parcela desses negócios realizada em mercados externos em virtude da integração da última daquelas empresas e das suas subsidiárias e associadas”, revelou a Mota-Engil, citada pela Reuters.

Esta fusão vai permitir, segundo a Mota-Engil, “incrementar consideravelmente as economias de escala que já vinham sendo de algum modo obtidas, mas também gerar substanciais economias estruturais e operacionais, quer directas quer através do poderoso aumento de sinergias a que conduzirá no seio do grupo”.