2025/07/04

Barbosa & Almeida aposta no mercado espanhol

A vidreira Barbosa & Almeida está disponível para assumir um papel activo na consolidação do sector, através de aquisição ou fusão com empresas espanholas, referiu o presidente do Grupo.

Carlos Moreira da Silva, presidente do Grupo Barbosa & Almeida, revelou também a sua preocupação relativamente ao aumento de capacidade na Península Ibérica e confirmando um investimento superior a 25 ME na unidade da Marinha Grande.

“Estamos mesmo à procura, em Espanha, de interessados neste processo de consolidação”, adiantou, à Reuters,
o presidente do grupo BA.

Descartando a possibilidade desse processo ser feito com empresas portuguesas, Carlos Moreira da Silva garantiu que, sem esta consolidação, “o sector não tem estabilidade possível”.

O problema é que a BA não encontra interessados no negócio. “Não se vê caminho para isso. Ninguém quer vender nem fundir-se, o que é motivo para preocupação”, afirmou o presidente da empresa, esta manhã, durante a apresentação de contas da BA relativas a 2002, um ano marcado pela duplicação dos resultados líquidos face ao ano anterior, para 6,4 milhões de euros (ME).

“A situação é particularmente grave, porque se avizinha um movimento de investimentos para aumentar a capacidade de produção (na Península Ibérica), o que irá degradar a situação do sector”, alertou Moreira da Silva.

“Em 2003 haverá mais excesso de oferta do que houve em 2002”, disse.
O presidente da BA mostrou-se apreensivo sobre a forma de consolidação do sector, devido ao tratamento fiscal que em Portugal é dado ao “goodwill”, classificando-o como um “absurdo”.

“Pelas nossas contas, e tendo em conta a fusão entre empresas de iguais dimensões, a compra de uma empresa portuguesa por uma espanhola fica mais barato 40 milhões de euros do que na situação inversa”, garantiu Carlos Moreira da Silva.

“É assim que se quer manter os centros de decisão em Portugal? O que é natural é que o centro vá para Espanha…”, denunciou.
Sobre o acordo com o Ministério da Economia e a Câmara Municipal da Marinha Grande relativamente à manutenção da fábrica da BA neste concelho, Moreira da Silva escusou-se a adiantar números, confirmando apenas que o investimento total a efectuar naquela unidade será superior a 25 ME.

Isto porque os incentivos e apoios estatais a este investimento serão negociados no âmbito da Agência Portuguesa para o Investimento (API), “cuja fasquia mínima é precisamente de 25 ME, sendo que o investimento a efectuar na Marinha Grande será superior a esse valor”, garantiu o presidente da BA.
Quanto a 2003, Carlos Moreira da Silva espera “um ano difícil”, mostrando-se apreensivo relativamente à manutenção da performance obtida pela BA no ano passado.

Depois de ter realizado grandes investimentos nos últimos anos, a vidreira tem apenas previsto para 2003 um investimento de sete ME na sua unidade de León, em Espanha.

Interrogado sobre a manutenção da BA em bolsa, Carlos Moreira da Silva mostrou-se favorável à saída da empresa do mercado, mas adiantou que os restantes accionistas não partilham da mesma opinião.

Acho que não há interesse em manter a empresa em bolsa, mas os accionistas não acham o mesmo…”, concluiu.

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