2025/07/04

Monteiro sai após congresso popular

O ex-líder do CDS-PP, Manuel Monteiro, vai demitir-se do partido logo após o Congresso Nacional agendado para o próximo dia 21 de Março, no Porto. monteireitas dão o mote para a desmobilização total.

Desmobilização monteirista à espera do sinal
O SEMANÁRIO apurou que após a saída dos monteiristas Jorge Ferreira, Gonçalo Ribeiro da Costa, Nuno Correia da Silva e Francisco Peixoto, anunciada a semana passada, terá sido uma espécie de “primeira senha” para a desmobilização total dos apoiantes de Monteiro do CDS-PP.

A “segunda senha” será a demissão de Manuel Monteiro, que aproveitará as conclusões do próximo congresso para pedir a sua demissão.

O ex-líder popular estará apenas à espera da melhor altura para o fazer. E o momento que Monteiro irá aproveitar para entregar o seu cartão de militante no Largo do Caldas será logo após o próximo Congresso Nacional do partido.

Após as saídas de Nuno Fernandes Thomaz e de Diogo Pacheco de Amorim, logo a seguir ao último Congresso do CDS-PP há perto de um ano, juntaram-se na semana passada mais quatro militantes monteiristas de “primeira linha”.

Jorge Ferreira, Gonçalo Ribeiro da Costa, Nuno Correia da Silva e Francisco Peixoto apresentaram a sua demissão conjunta do partido.

Na carta demissionária enviada no final da semana passada para o Largo do Caldas, os quatro monteiristas afirmaram que “continuamos a acreditar nos mesmo valores, nas mesmas ideias e nos mesmos pressupostos, que nos levaram um dia a querer intervir politicamente.

Mas isso é hoje, na nossa opinião, incompatível com a manutenção neste partido”.O SEMANÁRIO soube ainda que Manuel Monteiro estava ao corrente da demissão dos seus opoiantes e que esta saída em grupo é o primeiro sinal para a desmobilização em bloco de todos os militantes monteiristas do CDS-PP.

O segundo passo, e derradeiro sinal, para a saída em bloco dos monteiristas, será dado pelo próprio Manuel Monteiro. O ex-líder popular avançará, logo a seguir ao congresso do Porto, com a sua demissão ao que se seguirá a demissão de todos os militantes monteiristas do partido.

Logo após a “desmobilização monteirista” do interior do Partido Popular, Manuel Monteiro começará a preparar um novo projecto partidário.

A estratégia de Monteiro passa por transformar o “movimento por uma Europa Nova” num novo partido de centro-direita que possa roubar o eleitorado descontente com a viagem do CDS-PP até ao centro, causada pela entrada do partido de Paulo Portas no Governo.

Manuel Monteiro avançará com o novo partido com vista a participar nas eleições para o Parlamento Europeu.

Iraque nega ligações a grupos terroristas

O ministério dos Negócios Estrangeiros iraquiano rejeitou, hoje, qualquer ligação com a Al-Qaeda, e com a organização Ansar al-Islam, que Colin Powell acusou de ter conexões com Bagdad.

O Iraque rejeitou, hoje, as acusações que o secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, fez na quarta-feira no Conselho de Segurança, indiciando ligações entre o regime de Bagdad e um grupo terrorista, chamado Ansar al-Islam, com conexões a rede Al- Qaeda de Osama bin Laden.

A organização referida por Powell é supostamente chefiada por Abu Musab al-Zarqawi, alegadamente o responsável pela morte de um diplomata americano na Jordânia no ano passado.

“Nós não conhecemos Abu al-Zarqawi, não sabemos do seu paradeiro, e continuamos a cooperar com as autoridades da jordanas para pôr um término às actividades desta organização no Iraque”, disse numa conferência de imprensa, Saeed al-Mousawi, um oficial iraquiano do ministério dos Negócios Estrangeiros.

Este acrescentou ainda que a organização Ansar al-Islam ocupa uma pequena bolsa de terreno no nordeste do Iraque, fora do controlo do Governo de Bagdad.
Mousawi aproveitou a ocasião para dizer que o Iraque não tem ligações à Al-Qaeda, e que a presença da Ansar al-Islam em território iraquiano se deve à situação anormal criada pelos Estados Unidos e Reino Unido.

BE considera “patética” polítca norte-americana de guerra

Depois das declarações de Colin Powell, tornou-se ainda mais evidente que a guerra contra o Iraque, decidida há muito, não tem qualquer justificação. Assistimos hoje a um dos episódios mais patéticos da história das relações internacionais

Depois das declarações de Colin Powell, tornou-se ainda mais evidente que a guerra contra o Iraque, decidida há muito, não tem qualquer justificação. Assistimos hoje a um dos episódios mais patéticos da história das relações internacionais.

Os Estados Unidos, tal como se esperava, não conseguiram demonstrar nenhuma das suas acusações e trataram as Nações Unidas com desrespeito ao levar ao Conselho de Segurança material de “prova” sem qualquer consistência. Quem se associar a esta estratégia dos Estados Unidos só o poderá fazer por puro seguidismo. Portugal não pode ter qualquer relação com esta encenação.

O Bloco de Esquerda reafirma a sua oposição a esta guerra pela pilhagem do petróleo iraquiano e lamenta o seguidismo português em relação à actual administração de extrema-direita dos Estados Unidos. Esta guerra é um crime. Ao associar-se a ela, Portugal será cúmplice de um crime.

O Bloco de Esquerda associa-se a todas as personalidades de todos os quadrantes políticos que, em todo o mundo, se opõem a esta guerra. E, acima de tudo, associa-se à generalidade da opinião pública portuguesa e europeia contra a arbitrariedade nas relações internacionais.

Powell apresenta provas

O secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, apresentou no Conselho de Segurança das Nações Unidas as tão esperadas provas de violação do regime iraquiano à resolução 1441. Conversas telefónicas e imagens aéreas foram as provas reveladas.

O secretário de Estado, Colin Powell, apresentou no Conselho de Segurança das Nações Unidas, há minutos, as tão esperadas provas contra o Iraque. Powell voltou a criticar o regime de Bagdad pelas constantes violações da resolução 1441, apresentando uma serie de gravações, nas quais se podiam ouvir conversas entre oficiais de alta patente do quartel-general iraquiano com vários funcionários, presentes em complexos que seriam alvos de inspecções.

Esta conversas teriam como objectivo erradicar todas as provas que pudessem incriminar o regime de Saddam Hussein, quando os inspectores da ONU se fizessem deslocar àqueles locais. Nesta perspectiva, Powell não tem dúvidas ao afirmar que Bagdad está a condicionar e a prejudicar os trabalhos dos técnicos da UNMOVIC, fazendo exactamente o oposto do que está previsto na resolução 1441.

O secretário de Estado norte-americano disse ainda que existem vários complexos suspeitos de terem armas químicas, tendo mostrado algumas fotografias aéreas, alegadamente deste tipo de local, sendo que num deles (Taji) foram encontradas há umas semanas algumas ogivas vazias. De acordo com as imagens reveladas e com a interpretação de Powell, constatou-se uma actividade anormal dias antes dos inspectores se terem deslocado ao complexo de Taji. De acordo com Washington, terão sido camiões a retirar substâncias proibidas. Powell disse que este procedimento foi repetido pelo menos em 30 locais diferentes.