2025/07/01

A odisseia dos sons

Aos 18 anos a “virtuosidade da voz de Amália” despertou Cristina Branco para a música. Com “Ulisses” a cantora quebra o epíteto de fadista e assume-se como uma cantora de música urbana portuguesa. Este álbum é uma aventura pela música portuguesa ao qual a cantora juntou também outros idiomas. “Ulisses” evoca a viagem, a aventura, a divagação, o amor, a partida, o regresso.

Em Portugal é conhecida como fadista, assume-se como tal?
Não me assumo como uma cantora de fado. Um fadista canta exclusivamente fado, um cantor canta o que for necessário. Eu faço o que me dá na “gana”. Não gosto que me categorizem. Eu canto aquilo que no momento a minha vida me dá para cantar.
No nosso país temos muito o jeito de catalogar as coisas, colocá-las em prateleiras. Este álbum é uma ruptura com essas dúvidas todas.

Honda Civic IMA

A arte de Poupar


Com as oscilações e subidas constantes do preço da gasolina
no mercado mundial, a Honda desenvolveu um motor inovador designado por IMA (Integrated Motor Assist),
capaz de transformar a compra de um simples carro
num “investimento” seguro.

Já alguma vez esteve a conduzir o seu carro e desejou que o ponteiro da gasolina não descesse tão depressa? Pois bem, a Honda apresentou no início de 2004 uma excelente opção de um veículo esteticamente atraente, com um habitáculo agradável, e com um incrível consumo de gasolina.
Mas analisando apressadamente o exterior deste médio familiar, não há muito a dizer de um modelo interessante e agressivo q.b., onde se destaca um toque de classe no design. Já o interior, espaço e conforto são os principais atributos, onde é necessário salientar-se os imensos equipamentos de origem que este Civic tem para nos oferecer.

Tecnologia inteligente
Relativamente ao principal motivo de interesse deste carro, o inovador sistema IMA baseia-se num motor eléctrico que auxilia o motor a gasolina. Mas passando a explicar melhor este processo, em condução normal, apenas funciona o motor a gasolina, enquanto o motor eléctrico, se necessário, recarrega as baterias instaladas nos bancos traseiros. Quando se desacelera, o motor eléctrico armazena a energia que de outra forma seria desperdiçada. Mas quando se carrega no pedal do acelerador, o motor eléctrico auxilia o motor a gasolina, proporcionando mais potência e reduzindo o consumo de combustível.
No que diz respeito a esta verdadeira “arte de poupar” por parte deste modelo, refira-se também que quando se imobiliza o automóvel durante um determinado período de tempo, o motor desliga-se automaticamente. Para se reiniciar a marcha novamente basta engrenar a primeira velocidade normalmente, poupando-se assim mais uns mililitros de combustível.
Em relação ao motor 1.4 do Civic testado pela OLÁ! Semanário, debita 90 cavalos e atinge uma velocidade máxima de 177 km/hora, percorrendo a distância dos 0 aos 100 km/hora em 12,8 segundos, com um consumo combinado a rondar uns impressionantes 4,9 l/100 km. Já em termos de preço, cerca de 22.500 euros é quanto terá de despender para “investir” neste Honda Civic IMA.|

CDS/PP não exclui entendimentos pontuais com PS

Um acordo pós-eleitoral entre o CDS/PP e o PS está fora de questão, apurou o SEMANÁRIO. A única possibilidade de vir a existir um entendimento pós-eleitoral entre os dois partidos será pontualmente, nas áreas de defesa e política externa, nomeadamente em questões relacionadas com a NATO e só se se justificar para o País.

A polémica em torno do eventual entendimento pós-eleitoral com o PS em áreas como a defesa e a política externa continua a preocupar PSD, embora Santana Lopes e Morais Sarmento já tenham desvalorizaram a questão. Na apresentação da candidatura de António Pires de Lima, no Porto, Paulo Portas também não quis alimentar mais polémicas sobre o assunto. Portas recusou-se a fazer qualquer comentário sobre a carta enviada por Morais Sarmento ao vice-presidente do seu partido, António Pires de Lima, por causa de declarações públicas que atentariam contra o acordo pré-eleitoral estabelecido com os sociais-democratas. “O CDS não entra em polémicas, o eleitorado não nos perdoaria”, reagiu Portas ao ser confrontado pelos jornalistas sobre a polémica. No entanto, fontes próximas do CDS/PP revelaram ao SEMANÁRIO que o CDS/PP, não pretende qualquer tipo de acordo pós-eleitoral com o PS em áreas como a defesa e a política externa, disponibilizando-se apenas para apoiar, casos pontuais destas políticas, em pontos de vista comuns entre os dois partidos, nomeadamente em questões relacionadas com a NATO. Esta mesma fonte adiantou ainda que não há qualquer intenção em apoiar o programa do PS nestas matérias, a não ser em circunstâncias onde ambos os pontos de vista partidários, sejam benéficos para o País, revelou. Na sua apresentação, António Pires de Lima também, pós alguma agua na fervura ao revelar que se houver qualquer questão a clarificar entre os dois partidos, isso será feito de “forma privada”, num remoque ao facto de o conteúdo da carta ter saído no “Diário de Notícias” antes de lhe ter chegado às mãos. “Qualquer questão que deva ser esclarecida, clarificada, entre os dois partidos deve ser feita de forma privada. Oportunamente, se for caso disso, darei explicações, conversarei com ele [Morais Sarmento] sobre as questões que me põe na carta, afirmou. Também questionado sobre a carta, Santana Lopes reafirmou a sua confiança no acordo estabelecido com os populares e considerou que as declarações de Paulo Portas e Pires de Lima “são fruto da tensão da pré-campanha”.

CDS confiante em derrotar o PS no Porto

O líder do CDS/PP, Paulo Portas anunciou na cerimónia de apresentação que “vamos abrir a campanha no Porto, é uma homenagem ao Porto e é um grande desafio à capacidade de mobilização do partido no distrito”, alertou, desafiando os militantes e simpatizantes a “encherem o Palácio de Cristal”. Já Pires de Lima, o número um da lista pelo distrito, não moderou ambições. “É absolutamente fundamental que o CDS cresça no Porto e retire deputados ao PS”, defendeu, chegando mesmo a dizer que não há limites na próxima batalha eleitoral. “Temos hoje três deputados no distrito do Porto, quatro, considero que é o mínimo que me proponho, um quinto não seria mau. Mas, estando consciente do peso histórico do partido, não estabeleço limites ao crescimento do CDS no distrito, nem a nível nacional. Iremos tão longe quanto os portuenses e os portugueses entenderem ser útil”, disse Pires de Lima, que enunciou depois alguns dos compromissos eleitorais. Fazer da cidade do Porto “a verdadeira capital empresarial e logística do noroeste peninsular” é uma das principais apostas do candidato.

Sondagens confirmam a tendênciapor Rui Teixeira Santos

O professor Freitas do Amaral tem, por razões que só ele sabe, essa convicção que António Guterres não vai ser candidato presidencial do PS, e que, nessas circunstâncias, ele ainda tem alguma hipótese da ser o candidato da esquerda. Há actos que Freitas do Amaral poderia evitar.

O professor Freitas do Amaral tem, por razões que só ele sabe, essa convicção que António Guterres não vai ser candidato presidencial do PS, e que, nessas circunstâncias, ele ainda tem alguma hipótese da ser o candidato da esquerda. Há actos que Freitas do Amaral poderia evitar. E, o resultado está à vista: ele não leva um só voto para o PS, nem dá mais credibilidade aos socialistas, ou ao engenheiro Sócrates. Pelo contrário, irrita o centro e a direita, ou seja, mobiliza o centro e a direita.
As razões de Freitas do Amaral, para além das tácticas, são subscritas por todos os europeus: nenhum Governo europeu merece ganhar eleições, excepto se não houver alternativa melhor. É o efeito da anemia económica, do disparate do Pacto de Estabilidade e Crescimento.
Todos fizeram a mesma política; todos cometeram os mesmos erros; e todos estiveram calados, coniventes no desastre. Mas, como acontece em França ou na Alemanha, a questão é que a alternativa não é melhor que a situação. E, é, por isso, que os governos ganham as eleições na Europa. (O caso espanhol é excepcional e tem a ver com a gestão do 11-M.)
Ora, em Portugal, não há nenhuma razão para este governo e esta maioria parlamentar perderem as eleições. Ou melhor dito, não há nenhuma razão para esta oposição as ganhar.
As sondagens estão aí para confirmar (apesar das limitações) a tendência de perda de peso eleitoral da esquerda: da maioria absoluta do PS já ninguém fala e ela era uma certeza, há menos de quatro semanas. Na sondagem de ontem, publicada na “Visão”, a direita já estava a dois pontos do PS. Ora, com mais de três semanas de campanha eleitoral, parece evidente que a direita vai recuperar esses pontos, até porque a dinâmica de perda do PS parece incontrolável.
A partir daqui, todos os cenários são possíveis, desde que excluam uma maioria absoluta de um só partido. E, neste sentido, o eleitorado responde à letra a António Guterres, que desprezou a maioria absoluta do queijo limiano, quando sentiu que as dificuldades económicas estavam de volta e abandonou o governo, permitindo o regresso da direita ao poder, condicionada, contudo, com a necessidade de fazer uma política de contenção, em face da situação das finanças públicas: o PS não merece maioria absoluta.
Assim, não podendo o próximo parlamento ser dissolvido, por falta de poderes presidenciais, pelo menos até ao Verão de 2006, sendo instável a solução de um governo minoritário do PSD ou do PS e estando inviabilizada qualquer hipótese de Frente Popular ou acordo com incidência governamental, à esquerda (em face do radicalismo do BE e da memória da experiência governamental dos governos provisórios, onde o PS esteve aliado ao PCP no Governo), as alternativas que se colocam passam por entendimentos entre o PSD e o PP (conforme acordo celebrado), o PS e o PP (por causa do regime e da questão NATO, de acordo com Paulo Portas) ou, finalmente, pelo Bloco Central (o pacto de regime necessário segundo Jorge Sampaio).
Ou seja, a solução de estabilidade política desejada pelo Presidente da República só será possível, no quadro instável de coligações, que servem objectivos parcelares de política externa ou de reformas financeiras, mas que não traduzem opções ideológicas fracturantes na sociedade portuguesa.
E é exactamente isso que explica esta mobilização que se começa a sentir à direita. Torna-se inevitável o balizamento europeu das opções nacionais e a consolidação das Finanças Públicas, numa opção liberalizante que reduza necessariamente o peso do Estado na economia e, portanto, reforme o Estado Social.
Neste contexto, com mais ou menos disparates e erros de contas ou projecções, com mais ou garotices e cartas com mimos entre partidos, a estratégia dos partidos acaba por ser muito semelhante e a diferença programática quase irrelevante.
Sobra então o carisma de cada candidato e a táctica da campanha. A filosofia política tem aqui o seu novo espaço de reflexão: entre o “Ser” o “Acontecimento”. Nas sociedades europeias, o “Acontecimento” secundariza o “Ser”, torna mesmo a “Verdade” irrelevante, como se viu no 11-M em Madrid.
O agente político fica condicionado pelo destinatário e não pelo ser. Ou seja, ele não é agente, mas consequência. O Governo circunscreve-se ao universo da representação e, subitamente, distinguimos a democracia como regime, da democracia enquanto processo político. O Governo torna-se governância, do mesmo modo que, na eleição política, se exclui a ideologia.
A política não é determinante da História, nem emana dela. A política e a História traduzem-se em universos diferentes: até o Bloco de Esquerda já abandonou a ideia da revolução proletária e a conversa da vanguarda operária.
Esse sentimento enorme, herdado do Romantismo do século XIX, de que fazíamos parte do processo histórico, desapareceu, como que confiscado pela história do pensamento ocidental. E, agora, sem Deus nem demónio, só nos sobra, melhor, somos confrontados com o universo da representação, com o “cenário de celofane” que é a política europeia, esta grande herança de um século XX que, afinal, não foi apenas de tragédia, guerra e genocídio (de que o Holocausto faz parte).
É, aqui, que ganha Pedro Santana Lopes.

Um desastre nunca vem só

A saída de Durão Barroso para Bruxelas desencadeou uma crise política de que o País ainda está a pagar o respectivo preço. Ao não tomar em Junho a decisão natural, isto é, a convocação de eleições antecipadas, o Presidente da República assumiu a co-autoria política do que se tem passado no País desde então.

A saída de Durão Barroso para Bruxelas desencadeou uma crise política de que o País ainda está a pagar o respectivo preço. Ao não tomar em Junho a decisão natural, isto é, a convocação de eleições antecipadas, o Presidente da República assumiu a co-autoria política do que se tem passado no País desde então. E, como sucede com José Barroso e com a coligação, não fica nada bem nesta fotografia lamentável em que o País está retratado.
Agora, a um mês de eleições, Jorge Sampaio decidiu proclamar publicamente que entende que o País precisa de uma maioria absoluta, deduz-se que de um só partido, pois que o Presidente acaba de dissolver o Parlamento existindo uma coligação com uma maioria absoluta composta por dois partidos.
No actual contexto político, esta afirmação do Presidente tem um significado objectivo de favorecimento do PS, que é o seu partido e do qual, ao contrário de Mário Soares, nunca se desvinculou. Pela simples razão de que parece ser o PS o único partido concorrente às próximas eleições em condições de eventualmente a conseguir.
Nunca Jorge Sampaio se tinha pronunciado até hoje sobre o tema, desta forma clara e enfática. Como nunca se tinha pronunciado sobre a necessidade de reformar o sistema eleitoral para propiciar as maiorias.
Ainda recentemente, o Presidente afirmou sim, que não se podia passar a vida a rever a Constituição. Fica bem a preocupação com a estabilidade legislativa. Mas o problema é que esta Constituição desfasada do País e das necessidades políticas do funcionamento das instituições, não há outro remédio, em atenção ao imobilismo dos partidos em modificá-la.
Agora é legitimo perguntar que razão estará por detrás destas preocupações anunciadas precisamente quando o jogo eleitoral está a meio.
Mais: Jorge Sampaio colocou-se na desconfortável posição de ver a sua posição institucional fortemente diminuída, caso os eleitores não lhe façam a vontade. O que fará o Presidente se o PS não alcançar a tão almejada maioria absoluta? Fará como Ferro Rodrigues, que bem ou mal tirou consequências do desaire político de Junho e demitiu-se, ou fará de conta que não aconteceu nada e prosseguirá imperturbável o caminho do final do seu mandato? Com que credibilidade e prestígio enfrentará o que resta desse mandato em termos de exercício dos poderes presidenciais?
Estamos substantivamente de acordo com o pressuposto da nova posição de Jorge Sampaio: o sistema político está esgotado, precisa de obras de estrutura urgentes e deixou de responder às necessidades do País. O que só se resolve com uma profunda revisão da Constituição ou até com uma nova. Mas as obras necessárias não são o remendo de oportunidade que lhe ouvimos propor. Porque, no essencial, os mandatos de Jorge Sampaio caracterizam-se por não tocarem no essencial do sistema.
E assim, do que temos a certeza, é de que essa revisão necessária não poderá jamais contar com o concurso da influência institucional de Jorge Sampaio.
O esgotamento do sistema é de tal ordem que até a SEDES, instituição central do sistema e normalmente contida nas suas análises, veio esta semana a público alertar para o risco de ingovernabilidade do sistema, reconhecendo que a alternância democrática, que cada vez mais se parece, aliás, com o estéril rotativismo de oitocentos, é claramente insuficiente para as necessidades do País. Pois é.
O problema é identificar onde está o nó do estrangulamento do sistema político para o desatar. Um deles é no sistema de poderes consagrados na Constituição para responder a circunstâncias históricas hoje completamente ultrapassadas, como reconhece neste ponto, bem, Jorge Sampaio.
Enquanto os eleitores sentirem que só são chamados a escolher quem não manda e que não são tidos nem achados para decidir quem é que de facto vai interferir nas suas vidas, a distância entre os cidadãos e a política e as instituições não cessará de aumentar. Solução, existe sim senhor: é o presidencialismo. Mas desta discussão, vá lá saber-se porquê, todos fogem como o diabo foge da cruz.

Tenho vontade de comprar quadrotor desses http://qway.com.ua/cn-jjrc-h8-mini.