2025/07/12

EUA têm 5 mil indivíduos sob custódia no Iraque

As autoridades dos Estados Unidos da América têm cerca de 5 mil indivíduos sob custódia no Iraque.

As autoridades americanas no Iraque já têm cerca de 5 mil indivíduos sob custódia no país, entre prisioneiros de guerra, presos comuns e detidos civis por razões de segurança, anunciou esta segunda-feira a responsável pela polícia militar dos EUA no Iraque, Janis Karpinski.
De acordo com a militar, entre 300 e 400 pessoas estão detidas por razões de segurança. São sobretudo pessoas acusadas de cometer ou incitar actos violentos contra as forças da coligação, com motivação política.
Entre os detidos estão ainda 205 cidadãos estrangeiros, precisou a responsável.

Atentado na Indonésia: um cidadão português entre os feridos

Entre as 149 pessoas que ficaram feridas, na sequência do rebentamento de uma bomba junto a um hotel em Jacarta, encontra-se um cidadão português. Segundo informou o gabinete do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas (SECP), 13 pessoas morreram neste atentado terrorista.

De acordo com uma nota enviada à Agência Lusa pelo gabinete do SECP, “o rebentamento de uma bomba que ocorreu, esta terça-feira, junto de um hotel na capital da Indonésia provocou ferimentos num cidadão português residente em Jacarta”. O português, que reside há já algum tempo nesta cidade, é quadro superior de um banco e estava a almoçar com uma das vítimas mortais do atentado quando a bomba detonou. “O cidadão português encontra-se internado na Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital Abdi Waluio” acrescenta a nota do SECP.
A acção terrorista, que fez pelo menos 13 mortos, três dos quais estrangeiros, e 149 feridos, segundo o último balanço da Cruz Vermelha indonésia, foi perpetrado por um carro armadilhado, conduzido por um suicida, contra o hotel norte-americano Marriott, um dos mais luxuosos de Jacarta.
Este atentado aconteceu exactamente dois dias antes de a justiça indonésia dar a conhecer um primeiro veredicto no julgamento de militantes islâmicos acusados de estarem envolvidos no atentado de Bali, em Outubro de 2002.

Euronext Lisboa acompanha Europa em alta

A Euronext Lisboa segue em alta, acompanhando a tendência das principais praças europeias. Esta terça-feira é um dia de liquidez muito reduzida, a espelhar o período de férias.

O índice de referência da bolsa portuguesa, o PSI 20, ganhava uns ligeiros 0,09% para 5.731,65 pontos, com cinco títulos negativos, 10 positivos e cinco estáveis. A liderar as valorizações está a Teixeira Duarte a subir 1,27%, seguida da Semapa com um acréscimo de 1,06% e da SAG Gest a subir 0,84%. Nas quedas seguia-se a Novabase a perder 0,89% e a EDP com uma desvalorização de 0,51%.

Bettencourt orgulhoso por receber Manchester United em Alvalade XXI

O presidente da Sporting, SAD, José Eduardo Bettencourt, demonstrou, nesta terça-feira, a sua satisfação por ter no jogo inaugural do Alvalade XXI, na quarta-feira, o Manchester United.

O presidente da SAD demonstrou-se satisfeito com a vinda do Manchester United à inauguração do novo estádio Alvalade XXI. “As pessoas não têm a consciência do que é ter o Manchester United na inauguração do nosso estádio, uma equipa requisitada por todo o mundo e que vem de uma digressão que excedeu todas as expectativas. É um orgulho para nós recebê-los e uma gentileza da parte deles associarem-se à festa da forma como fizeram. Estamos muito orgulhosos de recebê-los na nossa inauguração”.

José Tribolet: A crise de Portugal não é económica, é moral e cultural

José Tribolet, professor do Instituto Superior Técnico, considera que, na educação e formação, pais, professores e Estado parecem “ter medo de insistir que é preciso ser disciplinado e saber disciplinar”. Para ele, a crise do nosso país “não é económica, mas, sim, uma crise moral e cultural”.

O Instituto de Defesa Nacional (IDN) destinou três dias em Outubro próximo (7, 8 e 9) para fazer um seminário sobre “Educação da Juventude: Carácter, Liderança e Cidadania”, que tem o patrocínio do Presidente da República. A comissão de honra incluirá os ministros da Defesa, da Economia, da Educação e da Ciência.
Abriu uma página na Internet, já online, http://idnjuventude.tagus.ist.utl.pt para envolver e obter o contributo de particulares, instituições educativas do básico, secundário e superior, associações de pais, professores, estudantes, patronais e laborais, para se obterem “conclusões plurais sobre resultados práticos da introdução, no processo educativo, daqueles três vectores”.
José Tribolet, professor do Instituto Superior Técnico, faz parte da Comissão Executiva do evento e acedeu a responder a perguntas sobre o tema base das seis sessões do seminário de Outubro.

Qual o papel do Estado para cuidar, apostar e investir na formação dos jovens?

A forma como a Nação cuida, aposta e investe na formação dos seus jovens determina, em larga medida, o nosso futuro colectivo. Pensar nela é muito mais do que discutir os conteúdos das disciplinas, a carreira dos professores e funcionários, o estatuto das instituições educativas, os regulamentos e os procedimentos administrativos! É, em primeiro lugar, decidir que tipo de cidadãos queremos que os nossos filhos sejam; qual o quadro de valores que queremos promover na nossa sociedade; que comportamentos e atitudes de liderança, cooperação e solidariedade queremos instituir. O processo educativo de um jovem, só com intervenções múltiplas da família, escola, trabalho e sociedade. E tem de ser desenhado para promover estes atributos éticos e, depois, avaliado em termos dos resultados alcançados nestes domínios.

Que políticas públicas para co-responsabilizar pais e professores?

Há que conciliar, na educação, os objectivos para promover: a excelência individual, apostando no desenvolvimento máximo de cada indivíduo e com o objectivo de valorizar/optimizar o todo social; a capacidade de trabalho em grupo; a solidariedade; e o sacrifício individual em prol do colectivo. Disciplina, rigor, trabalho, método, persistência, lealdade, sacrifício, honra, amizade, competição, liderança, cooperação, coragem e autocontrole são atributos que têm de ser experimentados no dia-a-dia de cada jovem. O processo educativo deve concentrar-se na formação de cada pessoa, na sua integralidade física e espiritual e não ser apenas como receptáculo de conteúdos. Importa, pois, tornar explícito, no processo educativo (nomeadamente no âmbito dos Projectos Educativos) de cada escola e demais instituições formativas, as formas concretas como aqueles atributos são vivenciados e avaliar os resultados finais alcançados.

Em que falha o nosso sistema educativo?

O estado actual do nosso sistema educativo está muito desprovido deste tipo de preocupações e, sobretudo, de práticas concretas neste domínio. Parece que temos medo de insistir que é preciso ser disciplinado e saber disciplinar. Que para ter resultados é preciso trabalhar. Que o esforço, o rigor, a competência e o conhecimento são fontes de realização pessoal, de prazer e de alegria. Que contribuir para o desenvolvimento dos outros, ser solidário e saber ser ajudado nos enriquece pessoal e colectivamente. Que a competição leal é fonte de progresso e não é incompatível com a cooperação. Que há que assumir as consequências das nossas acções. Que há que promover a diferença. Que cada um tem o seu nicho de excelência. Que há vocações!

Se isso tem valor para a pessoa, tê-lo-á também para uma sociedade virada para a economia e as finanças?

Todos estes atributos da pessoa humana têm hoje um valor económico, social e cultural cada vez maior. A formação do capital humano de uma sociedade não é matéria que compete apenas ao Estado, ao Ministério da Educação, aos seus agentes. É, sim, o cerne da aposta do futuro de uma Nação. É, sim, a possibilidade de cada um dos actuais adultos (pais, professores, patrões, gestores, profissionais) moldarem o nosso País, a nossa realidade daqui a umas gerações. A educação dos jovens é uma responsabilidade de cada um de nós, adultos.

Será que os adultos acreditam nesse motor de mudança?

O estado do País deriva, directamente, do laxismo comportamental dos actuais adultos, da nossa descrença no valor da educação, como o tal motor de transformação social. Se é verdade que as nossas capacidades, como indivíduos, não ficam a dever nada em comparação com a dos de outras nacionalidades, também é um facto, lamentável, que o nosso comportamento colectivo — nas estradas, no trabalho, nas obrigações sociais e fiscais, no nosso gozo da violação das leis mais elementares, na nossa inveja endémica perante o progresso e o sucesso dos outros, na nossa defesa da igualdade na mediocridade — explica e perpetua, todos os dias, o nosso atraso social e cultural.

Está a dizer que a crise não é económica…

A crise da nossa Nação não é económica. Não é uma questão política, de esquerda ou de direita. É, sim, uma crise moral. É uma crise cultural!

Então…

… então é imperativo romper com este estado de coisas. Há que debater, frontalmente, este tipo de atitudes e problemas e não nos refugiarmos na culpabilização dos outros, do Estado, do ministério, dos professores, dos jovens, de todos menos de nós próprios.

No segmento educativo, o que fazer?

Há que defender e promover toda a excelência. Há que preservar e multiplicar todos os modelos educativos de sucesso. Estatais ou privados. E assim se deve entender a organização desse debate nacional sobre “Educação da Juventude: Carácter, Liderança e Cidadania”, que agora começa e que culmina em Outubro. É isso que o seminário de Outubro e, agora, o debate, propõe.