2025/07/05

PCP critica lei de imigração

O Partido Comunista insurgiu-se contra a nova lei de imigração promulgada pelo Governo. Em comunicado, a direcção do PCP considera que ” esta lei não irá resolver nenhum dos graves e complexos problemas que se colocam em matéria de imigração”.

Segundo a direcção do PCP, a nova lei de imigração não vem solucionar os verdadeiros problemas da imigração em Portugal.

Em comunicado, os comunistas afirmam que “o Governo, na esteira das linhas forças saídas da Cimeira de Nice da União Europeia, em vez de procurar aplicar as orientações da ONU que apelam aos Estados para abandonarem a ideia de “imigração zero” e estimularem a imigração legal vai originar com a nova lei de imigração, agora promulgada, um estimulo aos “esquemas” e à ilegalidade”.

o mesmo comunicado diz ainda, “esta lei não irá resolver nenhum dos graves e complexos problemas que se colocam em matéria de imigração e suscitará novos problemas, nomeadamente no que concerne ao reagrupamento familiar e à procura de formas menos claras de vir, estar e trabalhar em Portugal”.

Para o PCP, não se tratam os problemas da imigração com políticas sustentadas na repressão, na desconfiança e na intolerância. Estas só criarão “caldos de cultura” fomentadoras de ódios e agravamento de problemas sociais.

O Partido Comunista salienta ainda que “Portugal – país com uma tão vasta Comunidade Emigrante – só tem a ganhar em afirmar a sua especificidade no seio da U.E., pugnando por uma política de respeito dos direitos dos imigrantes, e em se revelar um país de que sinaliza a tolerância e a solidariedade como eixos da sua política.

Blair não fala de alternativa a Saddam

Tony Blair, recusou-se, hoje, a falar acerca de uma alternativa à governação de Saddam Hussein – que pretende derrubar por via militar.

Tony Blair, primeiro ministro britânico, recusou, hoje, especificar que tipo de alternativa à governação de Saddam Hussein tem em mente se conseguir derrubá-lo, como planeia. Na conferência de imprensa mensal, o chefe de Governo evitou responder a tr~es perguntas neste sentido, feitas por três jornalistas diferentes, dizendo apenas que “a futura governação do Iraque é algo a discutir nas Nações Unidas. Existe uma série de pontos difíceis a serem resolvidos”.

Mais uma vez, Blair insistiu na sua ideia de que a “integridade territorial” tem de ser mantida, mesmo perante a questão que levanta a presença de quarenta mil guerrilheiros curdos no norte do Iraque. Assim, reiterou a sua recusa em apoiar a criação de um Estado curdo a norte ou xiita a sul, como tem vindo a ser avançado como possibilidade.

Chirac vetará nova resolução

Jacques Chirac prometeu vetar uma nova resolução da ONU que preveja a acção militar, estreitando as hipóteses de uma União Europeia a uma só voz quanto ao Iraque.

Jacques Chirac comprometeu-se, ontem à noite, a vetar uma nova resolução do Conselho de Segurança que explicitamente autorize a acção militar. “Não existe necessidade para uma segunda resolução neste momento, pelo que a França não tem outra opção senão opor-se”, disse Chirac ao chegar à cimeira extraordinária da União Europeia, em Bruxelas.

Para o chefe de Estado francês, a acção militar é a “pior solução”. A posição francesa aprofunda ainda mais o abismo entre os que pretendem seguir a chamada norte-americana às armas e os que preferem dar tempo à diplomacia. Perante a recusa francesa em voltar ao debate na ONU, o chefe da diplomacia britânica, Jack Straw, assumiu a posição de defesa, afirmando que a resolução 1441 dá “toda a autoridade de que necessitamos”.

Neste momento, a União Europeia está dividida em três campos: o primeiro, apologista da solução militar, é constituído por Portugal, Espanha, Itália, Dinamarca, Holanda e Reino Unido; o segundo, pacifísta, pela França, Alemanha, Bélgica, Luxemburgo, Grécia e Áustria; e o último, os que não se pronunciam, pela Irlanda, Suécia e Finlândia.

Estrategas militares da NATO preparam defesa da Turquia

Os estrategas militares da NATO começaram, hoje, a trabalhar num conjunto de medidas para proteger a Turquia, depois da Aliança Atlântica ter quebrado um impasse de um mês sobre as preparações para uma eventual guerra contra o Iraque, liderada pelos EUA.

Os estrategas militares da NATO começaram, hoje, a trabalhar num conjunto de medidas para proteger a Turquia, depois da Aliança Atlântica ter quebrado um impasse de um mês sobre as preparações para uma eventual guerra contra o Iraque, liderada pelos EUA.

Mas, enquanto os militares trabalham, os membros da NATO vão fazendo um levantamento dos estragos infligidos na credibilidade da sua organização.

George Robertson, secretário geral da NATO, lutou durante o ano passado para repor o primado da NATO, organização que os mais críticas afirmaram ter sido eclipsada pelos EUA depois do ataque terrorista de 11 de Setembro de 2001.

Robertson foi uma força impulsionadora por detrás da criação de um novo fórum para a cooperação entre a NATO e a Rússia (seu velho inimigo dos tempos da Guerra Fria), e liderou a transformação dos países da Aliança Atlântica no sentido de se equiparem para eventuais ameaças à sua segurança.

Robertson afirmou que o domingo (dia 16) acabou por ser um “dia extraordinário” porque assinalou a prontidão da NATO em defender um aliado sob ameaça (e que é o seu objectivo principal). Para ele “a solidariedade na Aliança prevaleceu”.

A NATO vai começar a enviar aviões de vigilância AWACS, mísseis de defesa aérea Patriot e unidades de combate NBQ para a Turquia, que supostamente estarão na linha da frente numa eventual guerra contra o Iraque.

Os embaixadores da NATO reunidos no domingo, demoraram 13 horas a chegar a acordo. A reunião não contou com a França porque Robertson teve de levar o assunto ao Comité de Planeamento Defensivo da NATO – em que Paris não tem assento – para ultrapassar a sua resistência. A França não está incluída neste comité porque se retirou da estrutura militar da Aliança em 1966.

Turquia condiciona apoio a Bush em troca de contrapartidas financeiras

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Yasar Yakis, disse, hoje, que o seu Governo não consentiria a presença de tropas americanas em solo turco sem a existência de um acordo, visando contrapartidas financeiras que ajudassem a cobrir os custos do conflito.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Yasar Yakis, disse, hoje, que o seu Governo não consentiria a presença de tropas americanas em solo turco sem a existência de um acordo, visando contrapartidas financeiras que ajudassem a cobrir os custos do conflito.

Os EUA querem a aprovação urgente de Ancara dos planos para instalar uma frente norte contra o Iraque a partir da fronteira turca a sul, mas o Executivo turco está reticente porque receia não ser recompensada pelo seu apoio.

Yakis terá dito à agência noticiosa oficial daquele país que a apresentação da proposta ao Parlamento dependeria da chegada a um acordo com os norte-americanos.

Yakis encontrou-se com o Presidente, George W Bush, na semana passada, em Washington, onde este último terá exposto as propostas da sua administração. Relembre-se que a Turquia já se comprometeu em ceder bases e portos para os aviões e navios norte-americanos fazerem escalas.

A Turquia pretende uma ajuda financeira que, segundo alguns analistas, poderá variar entre os 4 e os 15 mil milhões de dólares ou mais, para os salvaguardar do impacto económico duma guerra. O turismo será atingido e as taxas de juro devem subir, o mesmo podendo acontecer ao preço do petróleo. A conjugação destes factores ameaça o programa de crises do Fundo Monetário Internacional que visa recuperar a frágil economia turca.