2025/07/05

Hepatite C pode ser transmitida por tatuagens e piercings

Apesar do risco ser reduzido, quando se faz uma tatuagem ou um piercing existe a possibilidade de transmissão do vírus da hepatite C se não houver cuidado na esterilização do material usado. Os jovens, como adeptos destas modas, devem estar a par dos riscos de contágio. Hoje em dia, a probabilidade de cura, devido aos progressos científicos, é superior a 50 por cento.

Esta doença transmite-se através do sangue e derivados do sangue. Os especialistas alerta para o esclarecimento, principalmente dos jovens, em relação à realização de tatuagens e piercings, visto que existe risco de transmissão da doença através destas práticas, se os materiais utilizados não forem devidamente esterilizados.

Segundo o chefe de serviço de Gastrenterologia dos Hospitais da Universidade de Coimbra Armando de Carvalho, a esterilização é uma prática médica que exige rigor e controlo de qualidade, no caso do material usado nas tatuagens e piercings não se sabe quem garante a qualidade dos mesmos. “Qualquer tipo de actividade que implicasse a possibilidade de transmissão de doenças deveria ser vistoriada por autoridades de saúde e os profissionais deveriam ter formação”, refere Armando Carvalho.

A hepatite C é uma doença assintomática, pelo que grande parte dos doentes não sabe que está infectado. A doença não provoca quaisquer sintomas e como o doente não sabe que está infectado não toma as medidas de precaução para evitar o contágio. Quando a doença atinge um estado mais avançado pode originar estados graves e por vezes irreversíveis como a cirrose hepática ou cancro. Actualmente existe mais pessoas infectadas pelo vírus da hepatite C do que pelo vírus da sida.

Em Portugal estima-se que o número de doentes com hepatite C seja cerca de 15 por cento da população, no entanto a maioria não está diagnosticada nem em tratamento. “Apesar dos hospitais portugueses já terem visto uns bons milhares de indivíduos com hepatite C ao longo da última década, este é um número francamente inferior à realidade do país”, refere o especialista.

CNA protesta contra multas à produção de leite

A Confederação Nacional de Agricultura (CNA) refere que é necessário resolver problemas como as penalizações aos produtores de leite por excesso da Quota Leiteira. No último ano Portugal ultrapassou o limite em cerca 30 mil toneladas. Devido a Imposição Suplementar atribuída aos produtores, a CNA resolveu apresentar o seu protesto e exigir resoluções para campanhas futuras por parte do Governo.

Portugal ultrapassou em cerca de 30 mil toneladas a sua Quota Leiteira, no ano de 2002/2003, como tal foi atribuída aos produtores uma Imposição Suplementar no valor de 11 milhões de euros. A CNA refere que é injusto que, num sector onde desapareceram dezenas de milhar de explorações familiares, os poucos resistentes, que não ultrapassam os 20 mil quando já atingiram os 100 mil, sejam vitimas de más políticas e de más negociações.

A CNA apresentou as suas exigências para evitar que de futuro não surjam problemas como na campanha de 2002/2003. A CNA exige que o Governo encontre formas de os produtores não serem penalizados, caso não seja possível, as soluções poderiam passar, por exemplo, por deduzir o valor das Imposições Suplementares no IRS.

Em relação à Campanha 2003/2004 e seguintes, a CNA refere que um forte investimento no sector e uma melhoria genética dos efectivos leiteiros, provam que a produção e os produtores respondem quando incentivados. Segundo a CNA, é imprescindível assegurar o futuro dos produtores.

A CNA aponta algumas solução e caminhos possíveis para resolver a situação no sector, tais como, conseguir da União Europeia um aumento da Quota Nacional, resolver a manutenção das 73 mil toneladas para a Região Autónoma dos Açores e conseguir alguma margem de crescimento para a região, assim como, exigir uma correcção da taxa de gordura de referência para Portugal.

A CNA exige, também, que o Governo recuse a proposta de Reforma da Política Agrícola Comum (PAC) no sector do leite e produtos lácteos, porque, com a baixa de 28 por cento nos preços de produção, os produtores teriam uma perda bastante significativa.

Tratar hipertensão pode diminuir o risco de AVC

O losartan, um novo medicamento utilizado no tratamento da hipertensão arterial, pode reduzir até 25 por cento o risco de acidente vascular cerebral (AVC), segundo os resultados de um estudo. Especialistas defendem que mais importante do que tratar a hipertensão é a forma como se faz esse tratamento. Um avanço científico essencial quando o AVC continua a ser a primeira causa de morte em Portugal.

Segundo um especialista, o AVC é uma doença comum geralmente associada à hipertensão, uma vez que a pressão arterial elevada é o principal factor de risco. Para prevenir a incidência do AVC é necessária uma mudança do estilo de vida, nomeadamente cuidados com a alimentação, eliminar o tabaco e praticar exercício físico, um controlo eficaz da pressão arterial, dos lípidos e do metabolismo.

O estudo, que envolveu mais de nove mil doentes de ambos os sexos e diferentes nacionalidades, proporcionou a comparação entre dois medicamentos habitualmente utilizados para tratar a hipertensão. O beta-bloqueante, um medicamento clássico, e o losartan, um medicamento recentemente investigado.

Os resultados mostraram a superioridade do novo fármaco na redução da pressão arterial, assim como na diminuição do risco cardiovascular e mortalidade dos doentes hipertensos. O estudo possibilitou a redução de 13 por cento na mortalidade e uma redução de 25 por cento do risco do AVC.

Para Lacerda Nobre, especialista em medicina interna do Hospital Santa Marta, em Lisboa, os resultados são importantes para a estratégia contra o AVC uma vez que mostraram uma redução da sua incidência nos doentes hipertensos e um benefício acrescido no controlo da pressão arterial.

Seminários sobre a constitucionalidade do Código de Trabalho

A Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) vai organizar dois seminários sobre a constitucionalidade do Código de Trabalho, dia 15 de Abril no Porto e dia 16 de Abril em Lisboa. Os seminários têm o objectivo de contribuir para a reflexão e debate sobre este tema.

O primeiro seminário vai realizar-se no Auditório do Jornal de Notícias, no Porto, dia 15 pelas 14h30. O debate vai ser moderado por Mário Brochado Coelho e conta com as intervenções de Dantas Ferreira e dos professores Francisco Liberal Fernandes, João Leal Amado, Jorge Leite, Júlio Gomes e Pedro Bacelar de Vasconcelos.

O segundo seminário vai realizar-se no Hotel Altis, em Lisboa, no dia 16 pelas 14h30. A moderação do debate está a cargo de Victor Ramalho e tem como oradores principais Fausto Leite e os professores António Garcia Pereira, António Monteiro Fernandes, João Reis e José João Abrantes.

Um Futebol de contrastespor Pedro Martins

A pouco mais de um ano de acolher um campeonato da Europa, o futebol português atravessa uma época recheada de contrastes.

É que se por um lado, F.C.Porto e Boavista estão muito perto de fazer história na Taça UEFA, por outro, há clubes quase a fecharem as portas devido a uma grave crise económico-financeira.

E é com este cenário de grandes contrastes, que o nosso País se prepara para organizar uma competição, que bem aproveitada pode dar em definitivo ao futebol português, o empurrão que lhe falta para que um dia se possa equiparar ao espanhol, italiano ou inglês.

Sim, porque não se pense que uma dupla presença portuguesa, como se deseja, na final da Taça UEFA em Sevilha, seja também só por si, a solução milagrosa para o problema. Não será esse feito de portistas e axadrezados que vai liquidar de imediato os ordenados em atraso, em mais de 80% das equipas profissionais.

Como o próprio presidente do Sindicato dos Jogadores reconheceu a semana passada, “a crise é generalizada, com os incumprimentos a chegarem aos dez meses de ordenados em atraso”. Como resolver o problema?

Reduzindo por exemplo o quadro de jogadores em cada clube. Aliás, e ainda segundo António Carraça, dos 506 jogadores inscritos a época passada na I Liga, 40 não foram utilizados nunca pelos seus treinadores.

Isto para já não falar das provas não profissionais (II Divisão B e III Divisão), onde um número elevado de contratos de trabalho levam muitos jogadores a receberem ordenados na casa dos 500/600 euros, quando se sabe que esta é uma profissão que termina por volta dos 35 anos.

Se a tudo isto juntarmos a má gestão dos clubes ou das SAD´s ainda pior. Veja-se o caso do Vitória de Setúbal, onde Carlos Cardoso é já o terceiro treinador esta época a orientar os sadinos.

Com tantos despedimentos nos últimos meses, são já onze os técnicos que estão a ser indemnizados pela SAD do último classificado da Superliga. Se ao menos os resultados desportivos ajudassem a explicar este tipo de gestão!

Assim não é de admirar que pela primeira vez em Portugal, uma equipa de Futebol através do Sindicato de Jogadores tenha emitido um comunicado de pré-aviso de greve. A situação financeira no Farense é extremamente delicada, ao ponto dos futebolistas admitirem nesta altura não comparecerem no próximo jogo dos algarvios na II Liga, frente ao Alverca.

Perante este cenário, de que vale ao futebol português, os excelentes resultados de F.C.Porto e Boavista nas competições europeias, abrindo mesmo a possibilidade de Portugal ter na época 2005/2006, três equipas na Liga dos Campeões e outras três na Taça UEFA.

É que se os dirigentes dos clubes mas também dos órgãos que gerem o futebol no nosso País não alterarem rapidamente os seus comportamentos, não há Euro 2004 ou final de Sevilha que nos valha.

P.S.: Já a semana passada aqui tinha falado do Estoril Open, lamentando a ausência de nomes sonantes na edição deste ano. Desta vez volto ao tema, para dar os parabéns a João Lagos.

Nem a chuva afastou os amantes do Ténis dos courts do Jamor, e na final, a vitória voltou a sorrir a um desconhecido, o russo Davydenko, que quem sabe não começou no Estoril Open, uma ascensão meteórica como aconteceu o ano passado com o argentino David Nalbandian.