O losartan, um novo medicamento utilizado no tratamento da hipertensão arterial, pode reduzir até 25 por cento o risco de acidente vascular cerebral (AVC), segundo os resultados de um estudo. Especialistas defendem que mais importante do que tratar a hipertensão é a forma como se faz esse tratamento. Um avanço científico essencial quando o AVC continua a ser a primeira causa de morte em Portugal.
Segundo um especialista, o AVC é uma doença comum geralmente associada à hipertensão, uma vez que a pressão arterial elevada é o principal factor de risco. Para prevenir a incidência do AVC é necessária uma mudança do estilo de vida, nomeadamente cuidados com a alimentação, eliminar o tabaco e praticar exercício físico, um controlo eficaz da pressão arterial, dos lípidos e do metabolismo.
O estudo, que envolveu mais de nove mil doentes de ambos os sexos e diferentes nacionalidades, proporcionou a comparação entre dois medicamentos habitualmente utilizados para tratar a hipertensão. O beta-bloqueante, um medicamento clássico, e o losartan, um medicamento recentemente investigado.
Os resultados mostraram a superioridade do novo fármaco na redução da pressão arterial, assim como na diminuição do risco cardiovascular e mortalidade dos doentes hipertensos. O estudo possibilitou a redução de 13 por cento na mortalidade e uma redução de 25 por cento do risco do AVC.
Para Lacerda Nobre, especialista em medicina interna do Hospital Santa Marta, em Lisboa, os resultados são importantes para a estratégia contra o AVC uma vez que mostraram uma redução da sua incidência nos doentes hipertensos e um benefício acrescido no controlo da pressão arterial.