O novo líder parlamentar do PSD, Paulo Rangel, começou a sua intervenção a saudar os presentes e a lançar o repto pela manutenção do respeito entre os intervenientes e que os debates sejam de efectivamente “úteis” para o país.
O novo líder parlamentar do PSD, Paulo Rangel, começou a sua intervenção a saudar os presentes e a lançar o repto pela manutenção do respeito entre os intervenientes e que os debates sejam de efectivamente “úteis” para o país. O mesmo começou por salientar que “não tolera” o argumento da legitimidade moral do Governo, pois foi eleito pelo povo para “fazer oposição e fiscalizar o Governo”.
Ao inicio do debate, o líder parlamentar do PSD considerou que José Sócrates “não falou enquanto primeiro-ministro de Portugal, mas enquanto secretário-geral do PS”, ao criticar tão duramente a oposição.
No entanto, a principal crítica apontada por Rangel, encarou do estado do Governo como uma “doença bipolar” entre a euforia dos anúncios e as desculpas pela falta de resultados.
Posteriormente, Paulo Rangel lançou três perguntas para Sócrates responder. Em primeiro lugar, perguntou como era possível culpar a conjuntura internacional do mercado imobiliário, em segundo lugar, se será aceitável que os incentivos ao emprego previstos na reforma laboral só se activam em Junho de 2009, “será isto emergência social ou emergência eleitoral?” e em terceiro lugar, quanto aos investimentos públicos, Rangel afirmou que o PSD não está contra as obras públicas no geral, mas o PSD “exige saber qual é o encargo em cada obra e cada investimento”.
Em resposta, Sócrates criticou Paulo Rangel por não ter apresentado “nenhuma proposta” e que a nova liderança “é um regresso ao passado”.
O momento mais marcante do debate incidiu sobre a apresentação dos estudos que estão na base das obras públicas que Rangel não recebeu, mas que estão disponíveis na internet. Sócrates lidou com a situação de uma forma satírica presenteando a bancada do PSD com os estudos realizados enquanto eram governo, causando desconforto entre os “laranjas”. Alberto Martins do PS, começou a sua intervenção salientando a debanda dos parlamentares social-democratas, considerando que “não gostaram” da prestação da nova liderança parlamentar. Esperava-se mais de Paulo Rangel e as coisas não correram bem neste que foi o primeiro embate com o primeiro-ministro.
Paulo Rangel, 40 anos, professor universitário e jurisconsulto, é deputado pela primeira vez na actual legislatura, pelo círculo eleitoral do Porto. Entre 2004 e 2005, no executivo PSD/CDS-PP chefiado por Pedro Santana Lopes, foi secretário de Estado Adjunto do ministro da Justiça, José Pedro Aguiar Branco.
Enquanto deputado, Paulo Rangel destacou-se com uma intervenção em nome do PSD na sessão solene do 25 de Abril de 2007 em que afirmou que Portugal vivia em “claustrofobia democrática”.
Com o apoio da nova presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, candidatou-se a líder parlamentar do PSD no final de Junho e foi eleito com 41 votos a favor, 23 contra, seis votos em branco e dois nulos, numa eleição em que participaram 72 dos 75 deputados do partido.
Na sua primeira declaração política em plenário como líder parlamentar do PSD, na semana passada, Paulo Rangel, criticou a postura do Governo para com a oposição e exigiu respeito, lembrando que o executivo depende do Parlamento segundo a Constituição e não o contrário.|