2025/06/25

Loureiro dos Santos defende solução mista para o Iraque

A decisão tomada pelo Governo de enviar um contigente de forças da GNR para o Iraque, provocou o descontentamento nalguns sectores do ramo do Exército. Loureiro dos Santos disse ao SEMANÁRIO que “uma
solução mista, composta por forças militares e forças da GNR, é a melhor opção».No seio da GNR, a grande preocupação é os contornos da missão no Iraque que o Governo ainda não divulgou.

O envio de um contigente de 120 homens da Guarda Nacional Republicana para o Iraque, está a gerar alguma celeuma em alguns sectores do Exército.

Fontes militares revelaram ao SEMANÁRIO que a missão atribuída pelo Governo à GNR, para a estabilização da segurança no teatro de operações do Iraque, “é uma missão claramente para as Forças Armadas e não para a GNR”, precisou.

Segundo a mesma fonte, o facto de outros países como a Dinamarca e a Espanha terem enviado forças militares em vez de policiais, demonstra a instabilidade ainda vivida no Iraque.

Esta fonte militar considera que nesta fase de alguma projecção de forças e de uma forte política externa, não é indicado o envio de forças de segurança interna. ” Estas missões têm associadas componentes de contra-informação e de segurança de informações que normalmente são desempenhadas por efectivos de natureza militar, algo que as forças de segurança não têm nem estão preparadas para tal”, afirmou esta fonte militar.

Contactado pelo SEMANÁRIO, o general Loureiro dos Santos, defende uma solução mista no envio de militares para o Iraque.
Para este general, Portugal devia dar uma contribuição mais forte, dada a natureza do teatro de operações, “eu julgo que aquilo que é mais necessário no Iraque são forças militares, afirmou.

Segundo este especialista em assuntos de militares, ” uma força militar era a mais indicada neste cenário, eventualmente com elementos da GNR e até da Policia de Segurança Pública com algum enquadramento”, assegurou. Na opinião de Loureiro dos Santos, ” o ideal seria o envio de um comando brigada, eventualmente dois batalhões no mínimo, e outras forças de apoio logístico, conforme o CEMGFA já havia dito ser possível enviar”.

Recorde-se que Mendes Cabeçadas disse ser possível o envio imediato de uma companhia de fuzileiros, uma companhia de atiradores mecanizada, mais umas unidades.

Este ex-CEME, entende que caso o Governo não opte por reforçar o contigente de militares para o Iraque, ” isso é um mau sinal para as Forças Armadas, algo que não me admira, pois, não se está a fazer quase nada pelas Forças Armadas, nomeadamente em termos de efectivos”, enfatizou.

O mesmo general, considera que, ” apesar de tudo, foi um sinal positivo e de vontade de participar da parte do Governo, portanto, “eu julgo que o envio de elementos da GNR, foi aquilo que o governo pode fazer”, frisou.

Alpedrinha Pires, presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA), disse ao SEMANÁRIO que a AOFA não se queria pronunciar na questão de envio de tropas para o Iraque.

Este responsável da AOFA revelou no entanto que ” a presença de missões militares no exterior, que se enquadram agora no âmbito do Iraque, está onerar a situação dos militares no activo”.

Alpedrinha Pires acrescentou ainda, “o governo tem em atraso os compromissos de pagamentos das forças no exterior, e isso, tem como consequência o não pagamento atempado por parte do ramo do Exército aos militares no activo no estrangeiro”.

GNR desconhece os moldes da missão

Na próxima semana, o Ministro da Administração Interna, António Figueiredo Lopes, vai ao Parlamento anunciar em que moldes se realizará a missão das forças da GNR que vão actuar no teatro de operações do Iraque. Questões como a segurança dos agentes, o comando da operação, remuneração, entre outras, estão ainda por esclarecer, em particular aos elementos que serão destacados para a missão no Iraque.

Contactado pelo SEMANÁRIO, José Manageiro, presidente da Associação de Profissionais da Guarda(APG), disse que ” sobre a missão em si, a GNR ainda não tem conhecimento sobre a forma e a área que vai intervir, não recebemos até à data qualquer tipo de elementos e informação sobre esta intervenção”, assegurou.

Este responsável da APG revelou ainda que a Associação encarou com alguma preocupação a decisão anunciada pelo Governo, de enviar militares da GNR para ajudar à estabilização do Iraque. ” Estamos preocupados, pois, não sabemos ainda em condições é que as pessoas vão operar e quais as condições em termos de compensação remúneratoria, existem muitas questões que queremos ver esclarecidas” assegurou.

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