2025/07/05

Crise económica é a maior do período pós-guerra

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, deslocou-se ao Japão, durante a semana que agora termina, naquela que foi a sua primeira visita ao exterior, enquanto secretária de Estado. O Japão rumando depois à Indonésia, em uma nova etapa de sua primeira viagem oficial como chefe da diplomacia dos Estados Unidos.

Japão mergulha na crise

A economia nipónica, tida como uma das mais fortes do planeta, encontra-se num estado extremamente frágil, culpa da crise que não perdoa nem aos mais ricos

Os sinais que vinham revelando a debilidade da economia do país do sol nascente têm vindo a acentuar-se, contudo, nos últimos tempos esses tornaram-se bem mais visíveis e chegou a altura dos responsáveis admitirem o que já não pode ser escamoteado, a economia japonesa encontra-se numa fase de recessão. O facto de atravessar este período negro aumenta o descontentamento dos seus cidadãos, habituados a não serem atormentados com questões do género, e que agora vêem a sua nação a sofrer aquela que já é considerada, pelas próprias autoridades, como a pior recessão desde o final da II Guerra Mundial, altura em que se iniciou o milagre nipónico, que fez com que um dos países mais atingidos pelo conflito e que viu parte do seu território reduzido a nada, ascendesse a pulso e se tornasse numa das maiores potências económicas ao nível global.
A economia daquele país sofreu, só no último trimestre do ano transacto, a maior contracção das últimas décadas, tendo o seu PIB sido reduzido em cerca de 13% face ao período homólogo de 2007. Esta quebra funcionou como uma espécie de dano colateral face às recessões que afectaram os principais parceiros comerciais do país, como os Estados Unidos e a União Europeia, aliados económicos, que em crise profunda deixaram de comprar os produtos japoneses, facto que afundou as exportações nipónicas.
Tendo em conta os dados do trimestre anterior, o PIB contraiu-se 3,3%, segundo anunciou a entidade responsável pela estatística nipónica. Este parâmetro caiu pelo terceiro trimestre consecutivo, o que fez o país declarar oficialmente o estado de recessão. A contracção apurada nos últimos três meses do ano passado ficou acima do estimado por vários especialistas em economia, cujos estudos apontavam para uma quebra estimada em 11,6%. A contracção intertrimestral de 3,3% é superior ao registado noutras economias do mesmo género, como é o caso da americana, que se contraiu em 1% e da Zona Euro que caiu 1,5%.
No quarto trimestre, as exportações do Japão reduziram-se a um nível nunca antes visto, de 13,9%, face ao terceiro trimestre, muito por culpa da quebra da indústria automóvel e do ramo da electrónica, duas das maiores áreas de exportação do país. Grandes industriais como a Toyota, a Hitachi e Sony já reportaram prejuízos e estão a despedir milhares de empregados.
A economia nipónica encontra-se a atravessar “a pior crise desde 1945”, segundo afirmou o ministro da Economia, Kaoru Yosano, agora demissionário, depois de uma insólita aparição numa conferência de imprensa, após um encontro do G7, em que o responsável governamental nipónico aparentava um elevado estado de embriaguez, desmentido pelo próprio, que culpou o jet lag e os medicamentos para a gripe, como responsáveis da sua incapacidade em se expressar e mover. “Esta é a pior crise desde o fim da guerra. Não há nenhuma dúvida quanto a esse assunto”, disse Yosano, em declarações à comunicação social.
“A economia japonesa, cujo crescimento depende bastante das exportações de automóveis, de maquinaria e de produtos electrónicos, foi literalmente devastada” pela crise, avançou o mesmo.
“O Japão será incapaz de recuperar sozinho. Não há fronteiras na economia. A nossa economia vai recuperar ao mesmo tempo que as dos outros países”, continuou o governante, acrescentando ainda que “reconstruir a economia nacional é uma questão de responsabilidade frente aos outros países”.

Administração Obama quer colaborar com os japoneses

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, deslocou-se ao Japão, durante a semana que agora termina, naquela que foi a sua primeira visita ao exterior, enquanto secretária de Estado. O Japão rumando depois à Indonésia, em uma nova etapa de sua primeira viagem oficial como chefe da diplomacia dos Estados Unidos.
Durante sua estada em Tóquio, Hillary encontrou-se com o primeiro-ministro Taro Aso, com quem discutiu sinergias a serem concertadas entre o Japão e os EUA e falou sobre a Coreia do Norte. A secretária também conversou a respeito da visita do chefe do governo japonês à Casa Branca, prevista para a próxima semana.
Conforme havia já anunciado à chegada ao Japão, Aso será o primeiro líder estrangeiro a ser recebido na Casa Branca pelo Presidente Barack Obama.
Numa conferência de imprensa conjunta com o ministro dos Negócios Estrangeiros Hirofumi Nakasone, Hillary advertiu a Coreia do Norte contra o possível lançamento de um míssil intercontinental e destacou a importância de uma desnuclearização “completa e verificável”.
A imprensa nipónica destacou a visita da senhora Clinton como um sinal da mudança que o Governo de Obama propõe e de uma nova atitude norte-americana, segundo os japoneses, “mais dispostos a escutar”.
Depois do país do sol nascente, a responsável pela política externa de Washington rumou a Jacarta, para se reunir com os governantes indonésios, um dos aliados dos norte-americanos na zona.

Chávez referenda eternidade presidencial

Os venezuelanos irão às urnas no próximo domingo para se pronunciarem sobre uma emenda constitucional, num referendo que servirá para sondar o apoio ao presidente Hugo Chávez e o desejo do povo de mantê-lo no poder depois de 2012, ano em que acaba o seu segundo e último mandato, face as actuais leis.

Venezuelanos vão às urnas no domingo

O presidente venezuelano acha-se o garante máximo da Pátria venezuelana e como tal quer prolongar o seu mandato ad aeternum

Os venezuelanos irão às urnas no próximo domingo para se pronunciarem sobre uma emenda constitucional, num referendo que servirá para sondar o apoio ao presidente Hugo Chávez e o desejo do povo de mantê-lo no poder depois de 2012, ano em que acaba o seu segundo e último mandato, face as actuais leis.
“Todos às urnas, que não haja um homem honesto sem votar pelo ‘sim'”, é o apelo feito por Chávez, confiante numa vitória esmagadora, defendendo que a emenda “dá mais força à democracia venezuelana” e que a sua permanência no poder “garantirá a paz”.
Segundo especifica a Constituição, o presidente venezuelano, que chegou ao poder em 1999, deve deixar o cargo após as próximas eleições presidenciais, altura em que termina o segundo mandato.
Para dar a volta à situação que impossibilita o carismático líder venezuelano de se voltar a candidatar, irá ser feita uma modificação de cinco artigos do ordenamento jurídico do país, o que vai permitir que Chávez se volte a candidatar quantas vezes quiser, assim como os governadores, munícipes, vereadores e deputados da Venezuela.

Oposição manifesta-se

A poucos dias do tão aguardado referendo têm aumentado as manifestações contra Chávez e a sua ideia de prorrogação de mandato, contudo, apesar de muito participadas, estas têm sido altamente controladas pelas forças da ordem, agora muito próximas do Presidente, o que faz crescer o receio de possíveis perseguições àqueles que agora se apresentam na oposição. Em algumas localidades do país estão mesmo a ser preparadas milícias pró-Chavez que irão “obrigar” todos a exercerem os seu direito de voto.
“No domingo temos a oportunidade de fazer Chávez entender que tem um amplo período para governar e que depois tem que ceder o posto a alguém do seu próprio partido ou à oposição. Temos que derrotar essa ideia de permanência no poder, de que ele é imprescindível”, declarou a politóloga Maruja Tarre em declarações à AFP.
O governo rejeita o termo “reeleição indefinida” e ressalta que a emenda abre apenas a possibilidade de o povo manter os bons governantes no poder, se assim desejar.
“A cada seis ou quatro anos, o povo venezuelano avaliará a gestão do Presidente, governadores e deputados e decidirá se merecem continuar”, reiterou à imprensa o ministro da Informação, Jesse Chacón.

Incerteza nos resultados

Os principais centros de sondagens da Venezuela consideram, a dois dias do referendo, que é impossível fazer prognósticos sobre quem sairá vitorioso. Segundo eles, não há uma vantagem clara e as respostas dos consultados não são tão confiáveis como noutras ocasiões, “o medo faz com que muitos digam uma coisa e nas urnas optem por outra”, disse uma fonte da oposição ao SEMANÁRIO.
Os membros do governo asseguram que as sondagens são-lhes favoráveis e que a vitória do ‘sim’ é “irreversível”.
Por seu turno, a oposição, que conquistou um importante espaço nas eleições regionais de Novembro, confia na vitória do “não”, resultado que, manteria o princípio da alternância no poder.
Além disso, os críticos de Chávez afirmam que a questão da reeleição contínua já foi incluída num projecto de ampla reforma à Constituição, rejeitado num referendo em 2007.
“O povo não quer reeleição, é um mecanismo inconveniente para a democracia. A proposta de emenda não resolve os problemas. Queremos a unidade, a reconciliação e isso é o que podemos conseguir votando “não”, declarou recentemente o líder do partido de oposição Copei, Luis Ignacio Planas.
A campanha eleitoral foi curta, porém intensa. Apesar dos 14 plesbícitos nos últimos dez anos, espera-se que os venezuelanos participem massivamente nesta nova consulta.
“Não tenho dúvidas de que está em marcha o plano “derrubem o rei”, de me tirar o quanto antes (…) Estão se a preparar para não aceitar os resultados eleitorais no caso muito provável de favorecerem a revolução”, afirmou Chávez.
Mais uma vez, o presidente, que possui grande popularidade, esteve omnipresente na campanha, na qual percorreu o país pedindo apoio à emenda, ligou para militantes, jogou basebol, num jogo a favor do “sim” e comemorou os seus 10 anos no poder manifestando o desejo de permanecer por mais uma década.

Walesa atemoriza Chávez

O ex-presidente polaco, Lech Walesa, pretende deslocar-se, na sexta-feira, a Caracas no intuito de se encontrar com representantes da sociedade civil, mas o presidente Hugo Chávez deu a entender que pode vetar a entrada no país do dirigente europeu, de forma a proteger a “dignidade da Venezuela”.
Walesa, emblemático líder sindical e prémio Nobel da Paz, confirmou numa entrevista ao jornal El Nacional que chegará à Venezuela na sexta-feira para se encontrar com representantes do movimento estudantil e ONGs.
“Nós somos obrigados a fazer respeitar a dignidade da Venezuela. Ele pode dizer isto onde lhe der vontade fora da fronteira venezuelana, mas aqui, dentro da Venezuela, não”, declarou Chávez, referindo-se a declarações recentes de Walesa, que é muito crítico em relação ao governo de Chávez. O ex-presidente polaco afirmou várias vezes que é preciso apoiar a oposição venezuelana e acusou Chávez de ser “demagogo” e “populista”.

Bush lançou repto à Nação!

Na semana em que fez o seu último discurso como Presidente americano na Assembleia Geral das Nações Unidas, usando este palco para abordar a questão da grave crise económica, que parece alastrar-se a todo o mundo, o Presidente americano teve uma aparição inesperada e informou que o estado da economia dos Estados Unidos é grave e carece de uma intervenção rápida.

Numa aparição televisiva, anunciada em cima da hora, o Presidente norte-americano veio apresentar ao país e ao mundo a verdadeira crise que afecta o sector económico dos Estados Unidos e que já se alastrou ao resto do globo.
Afirmando que a América está no centro de uma grave crise crise financeira, o Presidente George W. Bush apresentou um retrato assustador de uma economia em risco e que poderá vir a atravessar uma “longa e dolorosa recessão”, caso não venham a ser tomadas rápidas medidas. Este ultimato deverá ter servido para convencer aqueles que se mostram mais cépticos de que pacote de “salvação económica”, apresentado pelo líder republicano, que ronda o valor dos de 700 biliões de dólares, é essencial.

O Presidente Bush lançou um repto a todos os cidadãos ao afirmar que “toda a economia americana está em perigo”, disse o republicano no pronunciamento, para todo o País, do seu discurso televisivo da noite de quarta-feira (madrugada de quinta-feira em Lisboa). “Se não houver uma acção imediata do Congresso, os Estados Unidos podem mergulhar num cenário de agonia e pânico financeiro.” Bush disse ainda que “mais bancos poderão falir e o mercado de acções poderá cair ainda mais”, advertiu.

Esta aparição, com um cariz de urgência, é o mais recente, devendo ser o último, dos esforços da administração republicana, para convencer o eleitorado e os congressistas dos dois partidos de que o pacote económico apresentado deverá ser aprovado o mais rapidamente possível na tentativa de melhorar a situação.

Presidente juntou McCain e Obama
Numa altura em que o plano estatal ainda não foi aprovado pelo Congresso, o que poderá vir a acontecer nos próximos dias, Bush pediu ajuda a Barack Obama e a John McCain. O Presidente reuniu-se, ontem, com os dois candidatos à Casa Branca, na sua residência oficial.
Como o SEMANÁRIO já defendera na passada semana, a crise económica passou a comandar a corrida eleitoral americana.
O candidato John McCain suspendeu, na quarta-feira, a sua campanha, tendo proposto ao Presidente Bush um encontro em que deveria marcar, também, presença do candidato democrata, o que já aconteceu, ontem, na tentativa de discutir o pacote de medidas extraordinárias para a salvação dos mercados.
O plano, apresentado e defendido por Bush na sua aparição televisiva, vai custar aos contribuintes americanos cerca de 700 mil milhões de dólares, mas, caso venha a ser chumbado pelo Congresso, terá um custo muito maior para os eleitores, afirmou o Presidente.
O candidato democrata, Barack Obama, que já antes tinha concordado com uma declaração conjunta sobre a presente crise financeira, acedeu ao convite feito pelo presidente Bush e, no dia de ontem, rumou também a Washington.

Democrata destacam-se nas sondagens
Na semana em que Obama voltou a ganhar uma grande margem nas sondagens apresentadas, fruto das críticas sobre as más decisões no plano económico da administração republicana, o democrata quer continuar a ganhar pontos, graças ao seu domínio neste campo, e deixar essa vantagem bem expressa perante o povo americano.
A passar uma fase menos boa, John McCain, propôs ao seu rival político, que se viesse a anular o debate televisivo, o primeiro que irá pôr frente-a-frente os dois candidatos, agendado para sexta-feira, mas Obama não aceitou a ideia. O democrata defende não existirem razões para que o confronto televisivo venha a ser cancelado.
Desta forma, temas “quentes” como a segurança, a imigração e a politica externa, Com são relegados para um segundo plano, devido à grande urgência da crise financeira.
Caso venham a comparecer os dois candidatos no estúdio onde se irá desenrolar o debate, o que é esperado, McCain deverá ter uma das suas últimas oportunidades para não deixar fugir os democratas nas sondagens, o que não deverá vir a ser fácil perante a actual conjuntura financeira e muito por culpa do tema em si, que não é, de todo, aquele em que o republicano mais se sente à vontade. Obama pode, assim, aumentar ainda mais a sua vantagem, que se cifra, agora, nos nove pontos percentuais.

Aquecem os motores para a última corrida à Casa Branca

As últimas sondagens dão McCain mais próximo de Obama, numa altura em que o democrata prepara, com grande pompa, o ataque final ao acesso à presidência.

A poucos dias da importante convenção democrata, que se iniciará na próxima segunda-feira, onde muitos dos pontos fulcrais da corrida à Casa Branca serão alinhavados, Barack Obama vê o seu rival republicano, John McCain, aproximar-se nas sondagens, atingindo este a percentagem mais alta dos últimos tempos.
Com esta aproximação, abrupta, dos concorrentes, o candidato democrata prepara a recta final da sua campanha, agora que entramos nas semanas decisivas, com toda a pompa e circunstância. Apesar de ter vindo a ser criticado pelos opositores, de estar a levar a cabo a “política espectáculo”, Obama não se intimida e vai, amanhã, participar num marcante acto eleitoral, onde poderá anunciar já o seu candidato a vice-presidente.
O acto mencionado realizar-se-á no Old State Capitol em Springfield, estado do Illinois, o mesmo local onde anunciou oficialmente a sua candidatura, no dia 10 de Fevereiro do ano passado.
Segundo vários analistas políticos americanos, o democrata poderá aproveitar este comício para anunciar o nome do seu candidato a vice-presidente, devido ao grande simbolismo do evento e do local onde este se irá realizar.
Contudo, não se descarta que o anúncio aconteça mesmo antes de sábado, pois várias especulações dão conta de que no fim da sexta-feira o candidato pode vir a anunciar o nome de seu vice, para que eles pudessem comparecer juntos ao comício de Illinois. Lembramos que esta, tão aguardada, divulgação está apontada para ser feita através de sms, para cerca de 70 mil apoiantes, inscritos com antecedência, numa lista de pessoas que saberá, em primeira mão, o nome tão esperado.
Depois da presença neste, que se espera marcante, acto, Barack Obama rumará à Convenção Nacional Democrata, que começará na próxima segunda-feira em Denver, estado do Colorado. Este acto inicia-se no dia 25 e é esperado que o candidato a vice-presidente, escolhido por Obama, discurse ao país, já nessa condição, no próximo dia 27, o que faz antever que a divulgação do nome escolhido estará mesmo para breve.

Vários são os “favoritos” de Obama

Depois de muito se especular e de muitos nomes terem surgido, enquanto outros tantos foram afastados, restam-nos um grupo de três nomes, de onde deverá sair o próximo candidato democrata ao lugar de vice-presidente dos Estados Unidos da América.
O governador de Virgínia é visto por muitos analistas como o mais sério candidato ao cargo. Tim Kaine é um homem bastante popular e consigo deverá atrair os eleitores de um estado-chave, aquele onde é governador e o voto católico e branco. A maior desvantagem de Kaine é que ele pouco traz de novo no que toca à política externa.
Outro dos nomes mais falados é Joe Biden, senador por Delaware. Este é um dos democratas mais antigos no Congresso, é presidente do Comité de Relações Exteriores do Senado e deverá conseguir agregar experiência à candidatura, principalmente no ponto em que Kaine mais fragilidades demonstra.
O terceiro nome forte, apontado como possível escolha de Obama, é Evan Bayh, senador eleito pelo estado do Indiana. É conservador, apoiou Hillary Clinton nas primárias, e por isso muita gente acredita que ele traria votos do centro e dos eleitores da ex-primeira dama.

McCain mais próximo de Obama nas sondagens

Na mais recente sondagem, divulgada nos Estados Unidos, John McCain aparece mais próximo de Barack Obama na disputa das eleições norte-americanas. As sondagens dão ao candidato republicano 43% de intenção de voto. Obama, por sua vez, atinge 45% da preferência do eleitorado, segundo esta sondagem, divulgada esta semana na edição do “Los Angeles Times”.
Com uma margem de erro de cerca de 3% esta é uma diferença insignificante entre os dois candidatos. O estudo revela ainda que a escolha dos eleitores brancos recai, maioritariamente, sobre McCain, com um resultado de 47% contra 36%. Nesta sondagem a economia e o Iraque estão no topo das preocupações dos norte-americanos.
Obama é visto como o melhor candidato para resolver a crise económica e também os problemas energéticos. 48% dos eleitores acha que Obama não tem experiência para conduzir os destinos da Casa Branca, contra 44% que o consideram capa para tal. Esta sondagem foi realizada no período entre 15 e 18 de Agosto, atingindo um universo de 1375 pessoas.
Uma outra sondagem dá mesmo a vantagem ao candidato republicano, o que acontece pela primeira vez nesta campanha.
Segundo esse estudo o senador do Arizona consegue agradar a 46 % dos eleitores inquiridos contra os 41 % que disseram preferir o senador Obama.|

Cimeira dos mais poderosos termina sem consenso

O preço dos cereais, a pobreza extrema, que cada vez afecta uma maior percentagem da população do planeta, com maior incidência em África, bem como os problemas inerentes às alterações climáticas, dominaram a ordem de trabalhos da reunião anual dos 7 países mais industrializados do globo, aos quais se associa nesta cúpula a Rússia, que teve lugar em Hokkaido Toyako, no Japão.

Naquele que foi o último encontro do G8 para George W. Bush e o primeiro em que marcou presença o Presidente russo, Dimitri Medvedev, os dois líderes chegaram a abordar o sistema antimíssil norte-americano em antigos países do Leste, embora o assunto não tenha sofrido qualquer avanço, porque o rumo da reunião centrou-se nos mais pobres e nos problemas climatéricos.
Reunida no Japão, a Cimeira anual, que junta os países mais industrializados do mundo, mais a Rússia, grupo denominado por G8, chegou ao fim na última quarta-feira, sem se ter alcançado qualquer acordo de monta, no que toca ao tema onde se aguardava um possível entendimento entre todos os representantes, mais precisamente sobre as questões climatéricas. Aquelas que são consideradas como economias emergentes, a China, Índia, Brasil, México e África do Sul, aproveitaram este encontro para relembrar os restantes membros desta elite que não estão, neste momento, em condições de reduzir para cerca de metade as emissões de carbono até ao ano de 2050, como era esperado.
De modo a colmatar as falhas neste patamar, os membros do G5, nome pelo qual é denominado o grupo das nações emergentes, incapaz de cumprir as metas fixadas pelos mais poderosos do Mundo, promete tentar cumprir objectivos de médio prazo, com maior probabilidade de poderem ser bem sucedidos, modelo já defendido por vários grupos de ambientalistas.
O grupo em que se incluem a China, Índia, Brasil, México e África do Sul, demonstrou, neste encontro com os mais ricos do Planeta, que está preocupado com os problemas inerentes à emissão de gases com efeito de estufa. As nações emergentes concordam com a necessidade de reduzir as emissões deste tipo de gases maléficos, mas defendem que é da competência dos seus parceiros mais industrializados dar o exemplo disso mesmo.
Os países que formam o grupo do G8 é, hoje em dia, responsável por 40% das emissões globais de CO2, enquanto a China e Índia, membros do G5, países em forte processo de aumento de produção industrial, emitem 25% destes gases altamente nocivos para a atmosfera.
O próprio Presidente chinês, Hu Jintao, chamou à atenção de que estas são nações que se encontram envolvidas num pleno processo de industrialização e modernização, onde ainda é necessário melhorar a qualidade de vida das populações, factor mais importante para o executivo de Pequim, do que a poluição que dessa melhoria pode advir.
Em substituição da meta apontada para 2050, impossível de ser atingida, um novo compromisso contra o aquecimento global, desta feita não vinculativo, e que foi pela primeira vez foi assumido também pelos Estados Unidos, o grupo dos cinco países em fase de modernização industrial propôs uma redução que variará de 25 a 40% das emissões de gases poluentes até ao ano de 2020.
Vozes contraditórias e demonstrativas de grande insatisfação vieram da boca dos ambientalistas, que aproveitaram para denunciar a falta de vontade governamental dos países mais ricos para assumir a liderança no combate contra o aquecimento global.
Já nos descontos de uma cimeira, que voltou a não trazer alterações significativas para as áreas que foram lançadas a debate, tudo porque a vontade própria de cada um se voltou a superiorizar ao bem comum, o Presidente americano, George W. Bush, não deixou de elogiar aquilo a que nomeou de “significativos esforços” alcançados nesta cimeira, pelos países do G8.
Embora tenham sido muitas as horas de conversações em que se incluíram os líderes presentes nesta cimeira, de concreto o que se conseguiu foi pouco mais do que saber que tanto o Presidente americano, como o seu homólogo francês, Nicolas Sarkozy, deixaram a certeza de que estarão de volta ao continente asiático já em Agosto próximo, para participarem na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim, porque, de resto, nem saber sobre que pratos recaiu a escolha dos governantes, no repasto final, foi tarefa fácil, devido ao vasto leque de 24 pratos que foram servidos aos “senhores do mundo”, quiçá se não significado do vasto número de vontades diferentes existentes entre os representantes dos Estados presentes.

África foi alvo de grandes atenções

Quando se pensava que temas quentes, nomeadamente a segurança e defesa, dominariam a ordem de trabalhos, as questões da pobreza, principalmente a que se alastra e afecta o continente negro, tomou conta do palco das discussões deste encontro.
Para além dos oito mais ricos, outros oito países, estes africanos, juntaram-se também aos trabalhos que se debruçaram e centraram particular atenção nos problemas de África. Tema em que as ideias para resolução abundam, mas o problema é que as promessas feitas se mantêm ainda por cumprir.
De olhos postos em África e com a participação adicional de oito nações deste continente, foi de alimentos que se falou e de pôr África a produzir em maior quantidade. Governantes como Gordon Brown defendem que África deve duplicar a quantidade do que produz actualmente.
Na realidade, colectivamente, os oito países mais ricos entregaram a África cerca de 2 mil milhões de euros, número que fica muito longe dos 16 mil milhões prometidos em 2005. O Reino Unido e os Estados Unidos destacam-se como os que mais cumprem neste âmbito.
À margem da Cimeira, Durão Barroso anunciou a utilização de mil milhões de euros de fundos europeus parados para ajudar os agricultores pobres dos Países em Vias de Desenvolvimento, para compra de sementes e para acesso a fertilizantes.|