2025/06/26

Almoço de Família

Política, a Educação, o Sexo, a Cultura, e o Trabalho com o mais puro veneno

O Cinema Mundial
, encerrado em Março de 2004 por razões de segurança e fraca afluência de público, tinha três salas, mas por agora apenas uma delas abriu ao público para apresentar a peça “Almoço de Família”. Versão adaptada para Portugal da comédia francesa que tem feito o êxito imparável da dupla Chevaliers du Fiel, “Almoço de Família” é um hino inspirado à família tal como ela é.
“Quem vai ficar com a sogra neste Natal? Quem é que tem sempre razão? Quem é que é o verdadeiro falhado? Quem canta de galo, mas no momento da verdade cacareja de galinha?” Nesta peça estão reunidos os ingredientes para que este almoço seja semelhante aos de muitas famílias. Os irmãos e actores Paulo e Pedro Pereira representam nesta peça o confronto de personalidades entre dois cunhados. O autor Eric Carrière, doutorado em Sociologia, criou duas personagens estereotipadas: um é Cajó, um pequeno empresário burguês, pouco culto, convicto das suas opiniões, o típico de novo–rico, com ideias de direita; o outro é Tó Zé, professor de esquerda, ecologista, liberal cuja militância se vai perdendo ao longo do almoço.
O ponto alto da encenação fica por conta do grande humor da dupla que promete muita entrega e uma grande energia e, em troca, os actores esperam muitas risadas.
Os dois irmãos, Paulo, 39 anos, e Pedro Pereira, 33, são de uma família tradicional ribatejana e trabalham juntos profissionalmente há 17 anos. O Pedro participa, como cantor, num projecto denominado “Orquestra Nova Harmonia” liderado pelo maestro José Marinho. O seu irmão, Paulo foi, entre 1990 e 1992, pianista da cantora Mafalda Veiga. Em 1989, os irmãos fundaram com os amigos Paulo Vilares e Naná Nunes, os Meninos d’Avó, uma banda que gravou dois álbuns de originais e que se encontra neste momento em fase de “hibernação”.
A peça está em cartaz desde a abertura do “Festival Internacional de Humor de Lisboa – RIR”, no dia 22 de Outubro do ano passado e já acumulou vários espectadores.
Agora chegou a vez do cinema Mundial receber esta peça que promete uma boa dose de risadas e de humor.|

A odisseia dos sons

Aos 18 anos a “virtuosidade da voz de Amália” despertou Cristina Branco para a música. Com “Ulisses” a cantora quebra o epíteto de fadista e assume-se como uma cantora de música urbana portuguesa. Este álbum é uma aventura pela música portuguesa ao qual a cantora juntou também outros idiomas. “Ulisses” evoca a viagem, a aventura, a divagação, o amor, a partida, o regresso.

Em Portugal é conhecida como fadista, assume-se como tal?
Não me assumo como uma cantora de fado. Um fadista canta exclusivamente fado, um cantor canta o que for necessário. Eu faço o que me dá na “gana”. Não gosto que me categorizem. Eu canto aquilo que no momento a minha vida me dá para cantar.
No nosso país temos muito o jeito de catalogar as coisas, colocá-las em prateleiras. Este álbum é uma ruptura com essas dúvidas todas.

3ª edição do ExperimentaDesign 2003 no S. Jorge

O cinema S. Jorge vai encerrar as portas, esta sexta-feira, para dar inicio à montagem da edição 2003 da ExperimentaDesign, uma iniciativa. Esta terceira edição decorre entre 17 de Setembro e 2 de Novembro.

A ExperimentaDesign é uma bienal portuguesa de âmbito internacional sobre design, criação artística e cultura de projecto, que inclui diversas áreas: ambient design, arquitectura, artes visuais, cinema, design gráfico, design industrial, design de moda, fotografia, multimédia, música, vídeo e web design.
Esta iniciativa abrange a realização de cerca de 15 eventos em Lisboa, com diferentes formatos, como conferências, projecções, exposições e intervenções urbanas.
O cinema S. Jorge vai receber entre 17 de Setembro e 2 de Novembro a ExperimentaDesign 2003 e, paralelamente, recebe a Festa do Cinema Francês, entre 9 e 19 de Outubro, numa iniciativa que resulta da parceria entre a Câmara Municipal de Lisboa e o Instituto Franco-Português.

As várias vidas de Duras

“Marguerite D.” de Manuel Sardinha, estreou ontem no Teatro Nacional D. Maria II. Com interpretação de Daniela Feio e Fernando Landeira, este é um projecto construído a partir do “Amante da China do Norte”, “O Amor”, “Hiroshima Meu Amor”, “Doença da Morte e “É Tudo”, da escritora Duras.

Marguerite Duras, a “escritora gato”, a mulher de várias vidas inventadas, autora respeitada por muitos e contestada por mais alguns, vê agora alguns dos seus textos adaptados ao teatro, por Manuel Sardinha. A Sala Estúdio Amélia Rey Colaço/Robles Monteiro, do Teatro Nacional D. Maria II, acolhe este projecto que prende constituir-se como viagem nas memórias pessoais de Duras, construído a partir do “Amante da China do Norte”, “O Amor”, “Hiroshima Meu Amor”, “Doença da Morte e “É Tudo”, da escritora Duras.
Ela é especialista em “reiventar” as vidas e as mortes, em processo de eterna reescrita, como que desdém à memória e ao registo. “A mesma loucura que na vida”, a errância como ponto de poucas certezas iniciais, são o plano que fará mover os jogos de representação, com interpretações de Daniela Feio e Fernando Landeira.
Segundo Manuel Sardinha, “a vida e a obra de Marguerite Duras encantaram/apaixonaram os intervenientes deste projecto que procuram a sua transmutação (em parte) para o teatro sob a designação de Marguerite D.” Até 26 de Julho é possível ver esta incursão teatral ambiciosa.

Biblioteca Nacional expõe filatelia portuguesa

“Em Torno do Selo Postal Português” é o título da exposição com que a Biblioteca Nacional e o Ministério da Cultura assinalam os 150 anos do surgimento do selo de correio em Portugal. A exposição é inaugurada esta quinta-feira, dia 10 de Julho, pelas 18 horas, e é comissariada pelo historiador João José Alves Dias, presidente da Direcção do Grupo de Amigos do Museu das Comunicações.

Em exibição vão estar as reimpressões dos quatro primeiros selos postais portugueses, que começaram a ser vendidos a 1 de Julho de 1853, com o busto da rainha D. Maria II. Portugal tornava-se assim no 45º Estado a adoptar uma reforma postal concebida à semelhança da que tinha sido implementada 13 anos antes, na Grã Bretanha. Vai ser também apresentada na exposição a mais significativa bibliografia produzida em torno do selo, e das colecções por si motivadas.
Apesar de ter surgido como pagamento de um serviço aios correios, o selo foi assumindo um valor cultural, político e até propagandístico. A par dos selos normais, começaram a aparecer as séries comemorativas, das quais a primeira impressa em Portugal, no ano de 1894, evocou o 5º centenário do nascimento do Infante D. Henrique.
De tudo isto, e muito mais, nos fala a exposição sobre a filatelia portuguesa, que vai estar patente na Biblioteca Nacional de 10 de Julho até 11 de Outubro deste ano.