2023/03/25

Bons resultados nas europeias agitam oposições à líder

Apesar de ter sido uma semana difícil para a líder do PSD, obrigada a desmentir que tivesse defendido um governo do Bloco Central, nem tudo corre mal a Ferreira Leite. O SEMANÁRIO sabe que há sondagens que dão excelentes resultados ao PSD nas europeias.

Apesar de ter sido uma semana difícil para a líder do PSD, obrigada a desmentir que tivesse defendido um governo do Bloco Central, nem tudo corre mal a Ferreira Leite. O SEMANÁRIO sabe que há sondagens que dão excelentes resultados ao PSD nas europeias. As oposições à líder do PSD, que já pensavam na queda de Ferreira Leite a seguir às europeias, é que ficaram agitadas. Se Ferreira Leite for às legislativas, a corrida à liderança no pós-ferreirismo fica ainda mais afunilada. Com nenhum jovem turco a cair no “lugar do morto” nas legislativas.

em tudo corre mal a Ferreira Leite. O Semanário sabe que há sondagens que dão excelentes resultados ao PSD nas europeias. Na semana em que teve de desmentir uma entrevista que ainda não tinha ido para o ar, rejeitando uma alegada defesa do Bloco Central, estes indicadores são um verdadeiro sopro de oxigénio para a líder do PSD. As oposições à líder do PSD, que já pensavam na queda de Ferreira Leite a seguir às europeias, é que ficaram agitadas. Na verdade, nas últimas semanas houve quem desse como adquirido que Paulo Rangel muito dificilmente levaria a água ao seu moinho. Mas o facto é que o líder parlamentar tem cumprido muito bem o seu papel. Rangel tem excelentes dotes oratórios, tem intuição política e é aguerrido. Tem demonstrado estas qualidades em vários palcos, já em pré-campanha para as europeias e ainda beneficia da exposição mediática de estar no Parlamento e de enfrentar, de quinze em quinze dias, o primeiro-ministro. Há muito tempo que o PSD vive em clima de facas longas, quase em permanência. O facto de existirem muitos galos para o mesmo poleiro, no pós-ferreirismo, faz com que a guerrilha se tenha intensificado. Pedro Passos Coelho, Rui Rio, Aguiar Branco, Alexandre Relvas, Nuno Morais Sarmento, são alguns dos putativos candidatos a líder do PSD depois de Ferreira Leite. Como o PS está há quatro anos no poder e as hipóteses de Sócrates voltar a ganhar são grandes, o lote de candidatos foi afunilando, porque ninguém quis avançar antes de tempo para ser abatido em combate. Foi, aliás, neste contexto que Marques Mendes e Luís Filipe Menezes tiveram a sua oportunidade. Há observadores da realidade laranja que referem que esta “inflação” de candidatos faz com que cada um trilhe o seu caminho com mil cuidados e se desdobre em jogos tácticos, com vista a que alguém fique pelo caminho. É assim que se entende que muitos dos nomes do lote acima referido tenham ao mesmo tempo de manter acesa a chama da candidatura e ao mesmo tempo dêem sinais claros de que não querem estar no que pode ser o “lugar do morto” nas eleições legislativas de Setembro, o que dá, por vezes, uma postura de acção bem contraditória. Nas próximas legislativas, se Sócrates ganhar, o líder do PSD do momento tem, certamente, de se demitir e dar o lugar a um “camarada” mais preparado, que vai ficar com uma melhor conjuntura para chegar ao poder, talvez em fim de crise económica e, sobretudo, entrar num ciclo político em que o PSD pode fazer um regresso “natural” ao poder, depois de dois mandatos governativos do PS. Face a este contexto, segundo o mesmo observador laranja, está a acontecer um jogo de colocar alguém no “lugar do morto” nas legislativas, na lógica que é menos um candidato a atrapalhar o tráfego da liderança após as legislativas de Setembro. Ora, se Ferreira Leite ganhar as europeias, ou tiver um resultado honroso, é ela, certamente, que vai disputar as legislativas. Se perder para Sócrates, como parecem indicar as sondagens, o seu lugar deverá ficar, depois, à disposição, para começar a luta dos “galos”, sem nenhum fora da corrida, porque nenhum morreu em combate. Muitos galos para o mesmo poleiro Passos Coelho é um candidato natural à liderança do PSD no pós-ferreirismo. Resta saber se os apoios serão suficientes. Curiosamente, Morais Sarmento parece estar a apoiar Rui Rio para uma futura corrida. Só que Rui Rio talvez seja o candidato pior colocado para lá chegar. Srerá por isso que Morais Sarmento o apoia, num eventual despique com Passos Coelho? Para quê? Naturalmente para que Rio desse apoio à própria corrida à liderança de Morais Sarmento. Porém, apesar das desvantagens, nem por isso Rui Rio tem deixado de fazer o seu papel como putativo líder. As divergências que começou a ter com Ferreira Leite evidenciam esta ambição. Curiosamente, o modo como Ferreira Leite “protegeu” Rio nas declarações divergentes sobre o enriquecimento ilícito fazem pensar que a actual líder poderá, ainda assim, ter uma preferência pelo autarca do Porto. Será? Quem não se lembra, também, das longas horas de conversa entre Ferreira Leite e Morais Sarmento no último Congresso do PSD. No entanto, há que recordar também que Morais Sarmento deu recentemente sinais de discordância em relação a Ferreira Leite. O que foi diferente, na apreciação da líder, dos mesmos “pecadilhos” de Rio e Morais Sarmento? Rio vai, entretanto, recandidatar-se à Câmara da Invicta, tendo um desafio complicado pela frente, que é o de ganhar a Elisa Ferreira. Se perder, Rio pode ver hipotecada a sua candidatura à liderança, porque os rivais estarão em melhor situação. Se ganhar, Rio também pode ter um problema. Como sair da autarquia para a corrida no PSD sem perder a credibilidade? Ainda para mais, o autarca já fez saber que quer cumprir o mandato. Rio pode, assim, ser do “lote” de potenciais candidatos aquele que está em pior situação. Quanto a Alexandre Relvas e a Aguiar Branco também não têm deixado de dar sinais de que estão na corrida, mais este do que aquele. Há quinze dias foi muito comentada a frase de Aguiar Branco de que as europeias não eram o seu combate. Tanto um como outro podem, de facto, avançar, mas talvez para servirem objectivos tácticos de outros candidatos, também arregimentando votos que depois entregam, fortalecendo também a sua posição política. Que candidatos? Passos Coelho e Morais Sarmento.

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