O Movimento Nova Europa, liderado pelo ex-líder popular, Manuel Monteiro, poderá vir a transformar-se em partido político para assim poder participar nas próximas eleições para o Parlamento Europeu.
A ideia não é recente e o próprio Manuel Monteiro insinuou, numa entrevista ao Diário de Notícias, que a possibilidade de formar um novo partido político ainda continua de pé.
Lembre-se que, há cerca de quatro meses, Manuel Monteiro fez questão de exigir ser cabeça de lista do CDS-PP nas eleições europeias. Contudo, Portas disse-lhe que sobre essa matéria não poderia decidir sem antes falar com o PSD uma vez que irão concorrer naquelas eleições em lista conjunta.
Manuel Monteiro ameaçou na altura avançar sozinho. O problema que se põe nesta altura a Monteiro, é facto de ainda não serem possíveis listas independentes para o Parlamento Europeu, sendo que a eventualidade de essa matéria ser tratada em revisão constitucional é bastante remota.
Assim sendo, e depois de ter vindo a público falar na eventualidade de vir a formar um novo partido, Manuel Monteiro poderá virar-se para o movimento Nova Europa e daí avançar para as eleições europeias de 2004 com uma nova estrutura partidária. A ideia será aproveitar o espaço deixado pelo CDS-PP ao participar numa lista conjunta com o PSD.
Um novo projecto partidário poderá vir a contar com alguns monteiristas que recentemente saíram do partido e com uma demissão em bloco dos apoiantes de Manuel Monteiro no interior do partido. Portas ficaria assim na situação difícil de ficar com meio partido. Pedro Ferraz da Costa poderá vir a financiar o novo partido de Monteiro.
Em relação à recusa de Manuel Monteiro de ir ao próximo congresso do partido, Paulo Portas respondeu o seguinte: “nunca entro em polémica com militantes do partido”. No que toca à possibilidade de Monteiro formar um partido, o líder popular respondeu com a mesma frase.
A eventualidade de se demitir do CDS-PP e formar um novo partido de direita foi seriamente ponderada por Manuel Monteiro, há cerca de um ano, no rescaldo do congresso do partido do qual saiu derrotado. Na altura, alguns notáveis monteiristas chegaram mesmo a abandonar a militância no PP. Foi o caso de Nuno Fernandes Thomaz e Diogo Pacheco de Amorim que logo após o conclave popular bateram com a porta indignados com o modo como foram conduzidos os trabalhos.
Manuel Monteiro não acompanhou aquelas dissidências o que travou muitos monteiristas a sair do partido naquela altura. Há mesmo muitos monteiristas que garantem que Monteiro deveria ter saido há um ano e que neste momento seria precipitado avançar para formar um novo partido.