APCOR anunciou que vai investir 3,2 milhões de euros em campanhas publicitárias para combater o vedante sintético dos mercados dos EUA, Austrália e Reino Unido. Esta estratégia visa a promoção da rolha de cortiça e das propriedades naturais desta matéria-prima.
A Associação Portuguesa de Cortiça (APCOR) apresentou recentemente a Campanha Internacional de Cortiça, uma estratégia de promoção da rolha de cortiça e das propriedades naturais desta matéria-prima nos mercados da Austrália, Reino Unido e EUA. Um dos grandes desafios desta campanha, orçada em 3,2 milhões de euros, visa defender a quota portuguesa mercado mundial e aumentar as exportações nos três países ao qual se dirige a campanha, segundo António Amorim, presidente da APCOR. A industria rolheira nacional detêm uma quota da ordem dos 80% a nível internacional, a que correspondem perto de 16 mil milhões de rolhas vendidas em todo o mundo. Esta presença da industria da cortiça nos mercados externos esta ameaçada pelos designados vedantes alternativos. De acordo com António Amorim, presidente da maior corticeira do país e da associação de industriais, o principal objectivo da campanha é a “credibilização da cortiça nos mercados internacionais” do vinho, que foi afectada nos últimos anos pelas campanhas dos concorrentes, rolhas sintéticas e cápsulas de rosca. Para o responsável da Apcor “existem argumentos suficientes” para destronar a concorrência, e falta apenas “passar a imagem”.
A favor da rolha, que faz de Portugal maior produtor e exportador mundial de cortiça, estão alegados problemas de oxidação que têm vindo a ser detectados nos vedantes sintéticos, e adulteração do vinho pelas cápsulas (“screw caps”), feitas de alumínio, em períodos de estágio superiores a um ano. “Temos de mobilizar a fileira da cortiça como um todo, de tirar partido de que os vedantes artificiais não são perfeitos, e que são menos perfeitos que a cortiça”, afirmou o responsável da Apcor numa conferência de imprensa para apresentação da campanha. A realidade da concorrência, num mercado onde a cortiça até há poucos anos era quase hegemónica, “não é absolutamente nova”, mas “tem vindo a intensificar-se nos últimos anos”, admite António Amorim.Segundo dados da associação, a rolha natural tem actualmente uma quota de perto de 80% nos mercados de vedantes de vinho, correspondente a 13 mil milhões de
unidades vendidas por ano. Perto de 15% são vedantes artificiais, e o restante são “screw caps”, a mais recente tendência do mercado, e que para a qual se prevê forte crescimento nos
próximos anos, principalmente entre produtores do “Novo Mundo” vinícola, como a Austrália, Nova Zelândia e Chile.
A campanha da Apcor, apoiada pelo Icep Portugal, visa principalmente os mercados do Reino Unido, Estados Unidos e Austrália, os mais importantes para a rolha natural, e onde se têm registado significativos decréscimos de quota. A segunda Campanha Internacional da Cortiça (CIC 2) tem um orçamento previsto de 3,2 milhões de euros, que beneficia de incentivos públicos a cerca de 70%, concedidos ao abrigo do Programa de Incentivos para a Modernização da Economia (PRIME).
Através de acções específicas de marketing, pretende-se comunicar sobretudo com enólogos, técnicos, líderes de opinião, organizações ambientalistas, consumidores, cadeias de retalho, que têm um peso cada vez maior na definição das características da embalagem.