As empresas nacionais não devem esperar pela retoma económica para relançar a sua actividade mas apostar imediatamente no ganho de quota de mercado doméstico que perderam nos últimos anos, disse Carlos Tavares, ministro da Economia.
Nos últimos quatro anos as empresas nacionais perderam cerca de quatro pct do PIB nacional (cinco mil ME) que foi substituído pelo aumento da taxa de penetração das importações o que ditou o acréscimo do défice externo.
“Temos uma parte do mercado interno que podemos e é possível recuperar”, disse Carlos Tavares, na VIII Conferência do Diário Económico.
O ministro da Economia disse que as extensas reformas económicas em curso permitirão a Portugal voltar a crescer mais do que a média europeia, vincando que novos estímulos ao crescimento da procura interna não levarão a um crescimento.
“Insistir numa política de aumento da procura seria um erro dado que há falta de oferta competitiva, há questões estruturais que não foram corrigidas e têm que voltar a ser”, acrescentou Carlos Tavares.
Entre o que há a corrigir, Carlos Tavares sublinhou que Portugal tem que voltar a convergir com a União Europeia o que não acontece desde há três anos, o PIB per capita, apesar de ter evoluído, está 25 pct abaixo da média da União Europeia, o peso das exportações está ao nível de 1995 e a produtividade é 40 pct abaixo da média da União Europeia.
Em 2002, o Governo conseguiu descer um défice externo de 9,6 pct do PIB para oito pct, reduzindo o défice do SPA de 4,2 pct para 2,6 pct.
Carlos Tavares lembrou que é preciso prosseguir com as refomas estruturais, sendo certa que algumas não terão efeito imediato.
Vincou que, desde o lançamento da API-Agência Portuguesa para o Investimento, a ideia era o relançamento do investimento directo estrangeiro de qualidade.
“Era fundamental diversificar as origens do investimento directo estrangeiro”, afirmou Carlos Tavares.
“Nos últimos anos, concentramo-nos muito na Europa e esquecemos que outros blocos podem ser origens importantes de investimento estrangeiro. Os EUA são seguramente um deles, daí a importância de, por exemplo, na administração da API estar o embaixador dos EUA”, acrescenta Tavares citado pela Reuters.