Mal grado os esforços de hipervalorização do encontro de alto nível entre a França, a Alemanha, a Bélgica e o Luxemburgo “a verdade é que se tratou de mais uma iniciativa parcelar no âmbito da União Europeia” – disse ao SEMANÁRIO uma fonte próxima do Governo português.
O Palácio do Eliseu fez algumas diligências e exerceu pressões para que no encontro de Paris desta semana estivessem presentes, um representante da Comissão, eventualmente o próprio presidente, Romano Prodi e o responsável pela política externa da União, Xavier Solana.
Imediatamente se desencadearam reacções negativas de um conjunto significativo de países membros da União, entre os quais Portugal, que inviabilizaram tal presença.
Como nos disse um assessor político do primeiro ministro, “A reunião de Paris tem o mesmo significado de outras cimeiras ou encontros de alto nível, parcelares que se têm realizado em diversos países, designadamente de sete primeiros ministros, na cidade do Luxemburgo e dos “dezoito” em Atenas.
A reunião de Paris constituiu uma tentativa para projectar ainda mais, no seio da União Europeia, a influência do eixo-franco-alemão. A Bélgica e o Luxemburgo estiveram presentes, na medida que em são países federalistas que reconhecem a necessidade de uma política comum de segurança e defesa.
Contudo, “devemos caminhar com cautela, sem ignorar que são necessários consensos entre os 15 ou até mesmo os 25. Uma política de segurança europeia não deve ser uma alternativa à NATO ou a qualquer outro sistema institucional já estabelecido. O tema é delicado, mas pode avançar-se, passo a passo”, sublinhou uma das fontes contactadas pelo SEMANÁRIO.