O CCB deu “carta-branca” aos seus programadores no sentido de dar uma nova visibilidade e usufruto dos espaços exteriores da instituição. O objectivo é a revolução, o libertar dos espaços na sua plenitude. O resultado é uma programação, que, com poucas excepções, se passará nos jardins, praças e esplanadas
do CCB durante os meses de Julho e Agosto de 2007. Mega Ferreira vira o CCB do avesso e põe em prática uma ideia há muito aguardada: CCB Fora de Si!
Esta é a primeira vez, desde a sua abertura em 1993, que o CCB apresenta uma programação para os meses de Verão. Novo-circo, fanfarras, música do mundo, teatro móvel, marionetas, jogos de água e instalações juntam-se a uma programação de jazz, com as quintas de jazz, para fazer do Verão de 2007 uma estação diferente.
CCB Fora de Si é uma programação desenhada para um público internacional. A ideia é que aqueles que, na época de férias, visitam o CCB e procuram pólos de interesse cultural, tenham uma oferta diferente. Há muito que se questionava por que não havia programação no CCB durante o Verão, porque não se programava mais nos espaços exteriores. A resposta surge agora, no tom de solução e de ideia genial, sendo que finalmente a instituição frui do ar livre, das condições atmosféricas dos meses de Verão. Aproveitamento do espaço no seu todo é a ideia-base.
O programa estende-se ao longo de Julho e Agosto e distribui-se pelos vários espaços. Juntam-se companhias portuguesas e estrangeiras, artistas de várias nacionalidades e apresentam-se actividades e espectáculos em diversas áreas.
De quinta-feira a domingo a programação intensifica-se com o objectivo de oferecer sentidos culturais aos fins-de-semana dos lisboetas e de todos os turistas que passam pela capital, apresentando à tarde e à noite propostas de espectáculos que primam pela inovação e heterogeneidade.
A iniciativa conta com o apoio do Instituto do Turismo de Portugal e da Agência de Turismo de Lisboa.
A abertura acontece no dia 1 de Julho (às 18h30). Cavalos brancos pousados no topo da fachada que convidam à entrada. As nuvens descem à terra e os gigantes sobem ao céu, com a envolvência sonora do percussionista Rui Júnior e os seus cem músicos. Esta instalação de insufláveis “Quadriga, Nuvens e Figuras Flutuantes”, de Max Streicher, estará no espaço até Setembro.
Max Streicher é um escultor, oriundo de Toronto, que trabalha com formas cinéticas insufláveis e traz a Lisboa figuras da natureza humana e animal.
Destaque para bandas e músicas oriundas de vários pontos do mundo, como os Balcãs ou o Rajastão, circo marroquino com um grupo acrobático de Tânger. A oferta é diversificada.
O teatro de objectos europeu é trazido por João Calixto, Turak, com “Pequena Fábrica de Pinguins”, de 27 a 29 de Julho, e pela Compagnie de Chemins de Terre, com “Polichineur de Tiroirs”, de 20 a 22 de Julho.
Marionetas reformadas de tamanho natural propõem pequenos espectáculos enquanto servem às mesas dos restaurantes, pela companhia Tof Théatre.
“Sensazione” é outra parte deste todo programativo, uma feira de circo e arte, que vem da Bélgica, com máquinas que convidam o público a pôr em marcha os seus mecanismos, a partir de uma participação acrobática, de 6 a 12 de Julho na Praça do Museu, numa concepção de Peter De Bie e Charlotte Heller, Laika & Time Circus. Uma feira colorida que procura o despertar de sentidos.
Estas duas companhias juntaram-se porque gostam de interacção entre actores e público, e porque estão convencidas de que um novo género teatral ambulante pode ser criado, saltando barreiras que amarram o teatro a um formato mais conhecido.
Pelas mãos do artista francês Flop, chegam experiências com objectos de luz que deslumbram as crianças com a ajuda do sol e da lua. Ocupam o Jardim das Oliveiras de 5 de Junho a 15 de Agosto.
O teatro chega-nos não só da Europa, mas também das Beiras, do Norte e do Alentejo. O Teatro Regional da Serra do Montemuro apresenta “Splash!”, de 13 a 15 de Junho, no Caminho Pedonal. O Teatro das Beiras traz-nos teatro humorístico, com “Piratas! O Mistério de Maria de la Muerte”, em que convida o público a fazer parte da tripulação de uma grande aventura. É teatro do território rural português a invadir o espaço urbano!
E ainda fanfarras com “Taraf Goulamas”, uma fanfarra culinária, com saxofones e ervas aromáticas, “Jaipur Kawa Brass Band”, da Índia: dez músicos, uma bailarina e um faquir, e a “Kumpania Algazarra”, a fanfarra portuguesa de inspiração internacional.
A magia é revelada por “Walkarround Magic” e “Formal Close-Up Show” em vários locais ao ar livre, de 13 a 15 de Julho.
“Walkarround Magic” pode acontecer, inesperadamente, ao lado de alguém que pára ou se senta para conversar ou descansar. É isto que esta programação pode ter de tão intenso, a surpresa e a qualidade da variedade de acontecimentos e movimentos. “Formal Close-up Show” é um espectáculo em que a plateia se reúne e é convidada a participar na execução de efeitos surpreendentes.
Estes são apenas alguns dos destaques de uma vasta programação que se apresenta em Lisboa nos meses de Verão. CCB Fora de Si é a grande aposta de um urbanismo intenso misturado com a arquitectura paisagista que o espaço tem para oferecer. Os olhos postos no rio, no jardim e nos movimentos que se criam. Lisboa em movimento.