2025/06/25

China ganha batalha dos têxteis bloqueados nas alfândegas europeias

Têxteis portugueses acusam CE de fraqueza face
a interesses organizados

“A Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) lamenta profundamente a cedência da Comissão Europeia à pressão do ‘lobby’ da distribuição e das autoridades chinesas.” Assim classifica a ATP o pacto preliminar obtido segunda-feira, em Pequim, que define que mais de 87 milhões de artigos de vestuário e 130 toneladas de fio de linho, retidos há algumas semanas nas alfândegas europeias, podem ser liberados e introduzidos no mercado.
De acordo com Paulo Nunes de Almeida, presidente daquela associação, o pacto agora celebrado contraria a determinação do passado dia 10 de Junho para controlar a importação de artigos têxteis e de vestuário chineses na Europa. O acordo determinava a reintrodução temporária – até final de 2007 – de quotas em 10 categorias de produto, em resposta ao crescimento exponencial das exportações chinesas.
E apesar da Comissão Europeia ter revelado “firmeza” nas negociações, “que fazia crer que os acordos assinados eram para cumprir, mal-grado as pressões dos importadores e distribuidores europeus e as ameaças de guerra comercial por parte da China”. Interesses que, no entender de Paulo Almeida, prevaleceram “infelizmente face aos da indústria e do emprego têxtil europeus”, resultando na celebração do acordo estabelecido esta semana.
O acordo anunciado em Pequim terá ainda que ser ratificado pelos Estados-
-membros embora a ATP explica que dado haver apenas uma minoria de bloqueio a querer impedi-lo, um retrocesso da medida é, neste momento, “altamente improvável”. A convenção prevê, segundo informações recolhidas junto da Euratex, que metade das 87 milhões de peças e das 130 toneladas de fio de linho sejam desbloqueadas fora dos termos do entendimento estabelecido em Junho último, o que constitui uma “inexplicável e inaceitável cedência” da UE relativamente à China. A restante metade será liberada, recorrendo-se em parte a quotas de produtos têxteis ainda não esgotadas ou por conta das quotas do ano que vem.

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