O ex-provedor adjunto da Casa Pia, Manuel Abrantes, negou que alguma vez tenha estado na casa de Elvas, onde alegadamente ocorreram situações de abusos sexuais de menores da Casa Pia, e insistiu que até o escândalo rebentar não conhecia pessoalmente os co-arguidos Carlos cruz, Hugo Marçal e Ferreira Diniz, nem as alegadas vítimas.
Durante mais uma sessão do julgamento, e numa referência explícita a uma fotografia em que Carlos Cruz estará em práticas sexuais com um aluno da Casa Pia, José Maria Martins começou por perguntar a Manuel Abrantes se alguma vez alguém lhe tinha falado nessa fotografia. Na resposta, o ex-provedor revelou que a companheira, Fernanda Flora Gomes, também funcionária da Casa Pia, lhe contou que um dos alunos e uma educadora lhe disseram ter visto a fotografia. A situação reporta a 1982, altura em que a educadora foi buscar a casa de Jorge Ritto, que estava ausente no estrangeiro, dois alunos que tinham fugido de um colégio da instituição de ensino. O ex-provedor da Casa Pia refutou também a ideia de que já conhecia há vários anos o médico João Ferreira Diniz, bem como o facto dos carros do clínico serem reparados nas oficinas mecânicas da instituição. Por outro lado, afirmou não conhecer antes deste processo o advogado e co-arguido Hugo Marçal, apesar de José Maria Martins lhe ter indicado que Marçal concorreu a um lugar de direcção nos colégios da Casa Pia no concurso em que Abrantes foi membro suplente do júri.