2025/07/05

Agenda de Barroso alimenta esperanças de um “boom” tecnológico

Com um perfil focado no crescimento, criação de emprego e inovação tecnológica, o plano de Barroso parece ser “genuíno” refere Laura D’Andrea Tyson, na “BusinessWeek”.

José Manuel Barroso tem sido criticado por uns e elogiado por outros. Nas páginas do SEMANÁRIO, sublinhavam-se recentemente os reparos feitos por um colunista do “Financial Times”, que denunciava o carácter “intergovernamentalista” do presidente da Comissão, acusando-o de estar a descurar a componente supranacional da União Europeia, ao centrar os objectivos estratégicos do seu mandato na redefinição da Agenda Lisboa. Para Wolfgang Munchau, Barroso definiu mal as prioridades ao optar por um instrumento – cuja a sua validade não é colocada em causa – que depende única e exclusivamente dos Estados-membros.

Ainda segundo este colunista, a missão de Barroso está inevitavelmente condenada ao fracasso perante as incompatibilidades e interesses dos vários países, que impedirão qualquer adopção de reformas para a implementação da Agenda de Lisboa.

Mas, a verdade é que a opção feita por Barroso, visando a revitalização da economia europeia, como meio de criar 6 milhões de empregos até 2010, parece ser a única forma de se aprofundarem posteriormente as áreas sociais e ambientais. No entanto, segundo o presidente da Comissão é necessário fomentar o investimento e desenvolvimento tecnológicos para colocar o crescimento económico europeu nos índices de, pelo menos, 3 por cento ao ano. Nem que para isso se secundarizem, para já, algumas políticas sociais e ambientais.

Ora, à primeira vista esta pode parecer uma medida pouco atractiva, mas que é efectivamente premente. Visto que sem um desenvolvimento económico robusto a União Europeia não consegue sustentar de forma eficaz outras políticas. Além do mais, o desemprego é um dos principais problemas que preocupam os europeus.

Assim sendo, a agenda programática da Comissão para os próximos cinco anos pode ser um bom instrumento para a União Europeia reforçar o seu motor económico. Com um perfil focado no crescimento, criação de emprego e inovação tecnológica, o plano de Barroso parece ser “genuíno” refere Laura D’Andrea Tyson, na “BusinessWeek”. “Depois de uma década de desapontamento na perfomance económica, está a Europa equilibrada para um ressalto sustentável? Existem razões para se pensar que sim.”

De acordo com Tyson, a questão da produtividade na Europa não está assim tão mal como se julga. Atente-se que no seio dos Quinze os índices de produção por cada hora são ligeiramente inferiores aos dos Estados Unidos. Entre 1995 e 2004, segundo dados do “Conference Board”, as taxas de produtividade entre os dois lados do Atlântico diferem apenas um por cento – 2,5 por cento nos Estados Unidos e 1,5 por cento na Europa ao ano. Nos casos particulares da Áustria, França e Suécia os valores estão próximos dos americanos.

Perante este cenário, Tyson acredita que as medidas apresentadas por Barroso podem ser aplicadas numa base que está solidificada. A acrescer a isto, aquela especialista defende que as reformas que estão a ser feitas na Alemanha vão, certamente, ter custos elevados nos próximos, mas que a médio e a longo prazo vão contribuir beneficamente para a redução de custos laborais e das restrições do mercado de trabalho.

A própria adesão dos dez novos Estados veio fazer com as empresas da União investissem mais em tecnologias de informação e comunicação para fazer face aos desafios vindouros. A necessidade de adaptação a uma nova realidade e a valorização do euro está a “obrigar” as companhias europeias a focarem-se na produtividade e na redução de custos dos investimentos adicionais. Por isso, os economistas da Morgan Stanley prevêem que a Europa possa estar perante o início de uma nova onda de produtividade, tal como aquela que assolou os Estados Unidos há uns anos com o “boom” do mercado das tecnologias de informação.

“O mais importante que a Comissão Europeia pode fazer para aumentar a produtividade é acelerar a desregulamentação do mercado, especialmente nas áreas das telecomunicações, serviços e negócios”, escreve Laura D’Andrea Tyson. Esta lógica assume contornos importantes, uma vez que a Europa ainda é regida por regimes de regulamentação nacional que, por vezes, criam barreiras à expansão de actores económicos.

Arafat diz que «o roteiro para a paz está morto»

O dirigente da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), Yasser Arafat, afirmou numa entrevista à CNN, que o roteiro para a paz morreu devido às últimas agressões militares israelitas. O representante da ONU no Iraque, Ramiro Lopes Silva, admite a possibilidade de uma guerra civil.

Yasser Arafat afirmou na madrugada de quarta-feira que o roteiro para a paz chegou ao fim. O líder da ANP, Yasser Arafat, afirmou numa entrevista à CNN em Ramallah, Cijordânia, que «o roteiro para a paz está morto, devido, exclusivamente, às agressões militares de Israel nas últimas semanas».
As recentes agressões militares israelitas contra grupos militares palestinianos põem de parte, segundo Yasser Arafat, a possibilidade de um cessar-fogo com o Hamas e a Jihad Islâmica. O plano de paz, levado a cabo pelos EUA, Nações Unidas, União Europeia e Rússia está assim ameaçado.
O líder da ANP acusou também os EUA de não se terem empenhado a fundo na aplicação do plano de paz devido a uma excessiva preocupação com as eleições presidenciais norte-americanas, que se realizam no início do próximo ano.
Confinado já há 20 meses ao seu quartel-general de Ramallah pelo exército israelita, Yasser Arafat negou qualquer ruptura com o primeiro-ministro Mahmoud Abbas. Considera que os desentendimentos existentes foram exagerados por Israel com o objectivo de provocar distúrbios na liderança palestiniana.
Estas declarações de Arafat foram feitas no mesmo dia em que Israel, através de Shaul Mofaz, ministro da Defesa, voltou novamente a ameaçar expulsar o dirigente palestiniano, acusando-o de ser um obstáculo para alcançar a paz.
O actual representante da ONU no Iraque, Ramiro Lopes Silva, em entrevista publicada esta quarta-feira no Diário de Notícias, afirma que é essencial «repor o sistema de justiça, recriar a polícia iraquiana com nova identidade, nova forma de se posicionar e relacionar com as populações». Se isto não acontecer, o sucessor de Sérgio Vieira de Melo, acredita na possibilidade de ocorrer uma guerra civil no país.

Atentado contra esquadra em Bagdad mata polícia iraquiano

Um polícia iraquiano morreu, na sequência de uma explosão provocada, esta terça-feira, por um carro armadilhado estacionado junto de uma esquadra da polícia, em Bagdad.

A explosão que vitimou um polícia iraquiano, esta terça-feira, ocorreu pelas 11 horas locais, tendo provocado um incêndio de grandes proporções. A viatura armadilhada explodiu entre o complexo policial de Rassafa, no leste de Bagdad, e a prisão.
Segundo fontes hospitalares, dois polícias ficaram gravemente feridos e 19 outros apresentam ferimentos ligeiros provocados pelo atentado à esquadra, situada perto da academia de polícia e do Ministério do Interior.
Já vai em quatro o número de atentados com carros armadilhados em menos de um mês no Iraque.

Ataque israelita mata dois palestinianos e fere 25

Dois palestinianos morreram e 25 ficaram feridos, esta segunda-feira, após um ataque de helicópteros israelitas que dispararam mísseis sobre uma viatura no centro de Gaza, na Cisjordânia.

O ataque desta segunda-feira, cujo o alvo se desconhece, é o sexto do género efectuado pelo exército israelita nas duas últimas semanas, no âmbito de uma retaliação ao atentado de 19 de Agosto último, em Jerusalém, que provocou a morte a 21 pessoas e perpetrado pelo movimento de resistência islâmico Hamas.
Com o ataque israelita desta segunda-feira, no centro de Gaza, ascende a dezena e meia o total de palestinianos mortos em ataques semelhantes desde 19 de Agosto, 10 deles ligados ao Hamas.

Ataques contra funcionários da ONU são crimes de guerra

O Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) aprovou, por unanimidade, uma proposta de resolução, apresentada pelo México, que prevê proteger todo o pessoal humanitário que se encontra em zonas de conflito.

A proposta de resolução apresentada só pôde ser aprovada após satisfeita a exigência dos Estados Unidos. Os americanos exigiram retirar do documento de toda e qualquer menção ao Tribunal Penal Internacional (TPI), instituição cuja existência legal os EUA não reconhecem.
Com a aprovação desta proposta de resolução por parte da ONU, todos os ataques contra funcionários das agências humanitárias passam a figurar como crimes de guerra.