2025/07/07

Straw acusa Chirac de tornar guerra mais provável

A insistência francesa em vetar uma nova resolução na ONU torna a guerra mais provável, e não o contrário, acusa Jack Straw, chefe da diplomacia britânica.

Numa entrevista ao jornal inglês “The Guardian”, Straw classifica a posição de Chirac de “extraordinária”. “Infelizmente, decidiram não forçar o cumprimento da resolução 1441. Isso torna mais provável a guerra e não o contrário”, disse.

Straw refutou a sugestão de que a guerra seria ilegal, na óptica do direito internacional, sem uma nova resolução. Para o secretário para as relações exteriores, se a nova resolução se perder, a que existe, ou seja, a 1441, continua a determinar a posição legal, e esta determina que o Iraque pode vir a sofrer consequências se não cumprir com as suas deliberações.

Para além disso, Straw minimizou as provas no sentido de Saddam Hussein ter destruído o seu stock de gas VX, dizendo que isso é apenas uma medida insignificante “para ganhar tempo”.

Por fim, disse acreditar ainda numa solução diplomática, em especial agora que a contagem decrescente parece ter-se precipitado.

EUA podem não levar resolução a votos

O secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, disse, hoje, que a resolução que prevê a acção militar contra o Iraque pode nem ser votada, uma clara demonstração do receio norte-americano de não recolher apoio suficiente.

“As opções são as mesmas: ir a votos e ver o que os membros têm a dizer, ou não ir a votos”, afirmou Powell perante a comissão do congresso norte-americano. “Todas as opções serão revistas hoje, amanhã e durante o fim de semana”, adiantou.

A admissão de que não levar a resolução a votação na ONU é uma opção vem contra o que George W. Bush, Presidente dos Estados Unidos, afirmou a semana passada. Então, disse que procuraria o apoio daquela organização de qualquer maneira.

Bush tem levado a cabo uma campanha para conseguir os nove votos de que precisa para ver o ataque ao Iraque legitimado.

A oposição a esta ofensiva tem tomado um tom agressivo, nomeadamente da França e da Rússia, que afirmam que utilizarão o seu direito de veto para bloquear a aprovação da resolução.

Primeiro ministro sérvio assassinado

Zoran Djindjic, primeiro ministro sérvio e um dos líderes da revolta que levou à destituição de Slobodan Milosevic, foi assassinado, hoje, em Belgrado.

De acordo com a imprensa local, Djindjic foi alvejado duas vezes no estômago ao entrar no edifício do governo, ao início desta tarde. Foi levado para o hospital, onde recebeu tratamento e acabou por sucumbir aos ferimentos. No local, foram imediatamente detidos dois homens.

Ainda o mês passado, Djindjic foi alvo de uma tentativa de assassínio, quando um camião colidiu, propositadamente, contra o seu carro oficial – um atentado que o primeiro ministro minimizou, afirmando que não o demoveriam de levar a cabo as reformas democráticas necessárias.

Djindjic nunca gozou de muita popularidade, sendo classificado por muitos de autoritário, mas foi ele que entregou Slobodan Milosevic a Haia, em troca de ajuda financeira ao país.

UE avisa Turquia que pode sofrer com fim do processo de paz do Chipre

A Comissão Europeia avisou a Turquia que a sua candidatura à integração da União pode sofrer com o colapso do processo de paz no Chipre.

O porta-voz da comissão, Jean-Cristophe Filori disse, hoje, que a União prosseguirá com a assinatura do tratado de adesão com a parte grega do Chipre, no dia 16 de Abril, tal como planeado.

Se não existir um acordo de paz na ilha na altura da candidatura da Turquia, em Dezembro de 2004, será muito difícil recomendar o início das negociações, uma vez que “seria muito esquisito negociar a entrada de um país que não reconhece um dos nossos Estados-membro”, afirmou Filori.

As negociações no Chipre falharam, hoje, quando a minoria turco-cipriota rejeitou o plano proposto pelas Nações Unidas e estas anunciaram o fim dos esforços de reunificações da ilha antes da entrada na União Europeia, em 2004.

Moo-hyun quer americanos na Coreia do Sul

O Presidente sul-coreano, Roh Moo-hyun disse, hoje, que a Coreia do Sul tem de aceitar a presença dos 37 mil militares norte-americanos no país por mais algum tempo.

Num discurso proferido na academia militar da Coreia do Sul, Moo-hyun disse que a questão da diminuição da presença norte-americana não é nova, mas que agora não é altura para debatê-la, dada a ameaça da Coreia do Norte.

“O mais importante é que estejamos totalmente preparados. Desde que nos mantenhamos preparados, não existirá uma verdadeira crise. Enfrentaremos a situação sem medo e completaremos os preparativos para uma eventual mudança de circunstâncias”, afirmou o Presidente recém empossado.

Estas declarações vêm menos de uma semana depois do secretário para a Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, ter dito que a presença norte-americana na fronteira entre as Coreias já não era bem vinda e que, como tal, poderia vir a ser terminada.

A Coreia do Norte testou um míssil de curto alcance na segunda-feira, numa altura em que a tensão devido à retoma do programa nuclear é cada vez maior. No início do mês, caças norte-coreanos interceptaram um avião de espionagem norte-americano.