2025/06/26

Ministro diz que empresas têm de investir

As empresas nacionais não devem esperar pela retoma económica para relançar a sua actividade mas apostar imediatamente no ganho de quota de mercado doméstico que perderam nos últimos anos, disse Carlos Tavares, ministro da Economia.

Nos últimos quatro anos as empresas nacionais perderam cerca de quatro pct do PIB nacional (cinco mil ME) que foi substituído pelo aumento da taxa de penetração das importações o que ditou o acréscimo do défice externo.

“Temos uma parte do mercado interno que podemos e é possível recuperar”, disse Carlos Tavares, na VIII Conferência do Diário Económico.

O ministro da Economia disse que as extensas reformas económicas em curso permitirão a Portugal voltar a crescer mais do que a média europeia, vincando que novos estímulos ao crescimento da procura interna não levarão a um crescimento.

“Insistir numa política de aumento da procura seria um erro dado que há falta de oferta competitiva, há questões estruturais que não foram corrigidas e têm que voltar a ser”, acrescentou Carlos Tavares.

Entre o que há a corrigir, Carlos Tavares sublinhou que Portugal tem que voltar a convergir com a União Europeia o que não acontece desde há três anos, o PIB per capita, apesar de ter evoluído, está 25 pct abaixo da média da União Europeia, o peso das exportações está ao nível de 1995 e a produtividade é 40 pct abaixo da média da União Europeia.

Em 2002, o Governo conseguiu descer um défice externo de 9,6 pct do PIB para oito pct, reduzindo o défice do SPA de 4,2 pct para 2,6 pct.

Carlos Tavares lembrou que é preciso prosseguir com as refomas estruturais, sendo certa que algumas não terão efeito imediato.

Vincou que, desde o lançamento da API-Agência Portuguesa para o Investimento, a ideia era o relançamento do investimento directo estrangeiro de qualidade.

“Era fundamental diversificar as origens do investimento directo estrangeiro”, afirmou Carlos Tavares.

“Nos últimos anos, concentramo-nos muito na Europa e esquecemos que outros blocos podem ser origens importantes de investimento estrangeiro. Os EUA são seguramente um deles, daí a importância de, por exemplo, na administração da API estar o embaixador dos EUA”, acrescenta Tavares citado pela Reuters.

Solbes diz Guerra justifica incumprimento dos défices orçamentais

A guerra no Iraque é um risco «excepcional» para a economia e pode justificar uma interrupção temporária nas restrições do Pacto de Estabilidade e Crescimento, que limita os países da Zona Euro a ter um défice orçamental abaixo dos 3 por cento do PIB, disse Pedro Solbes.

O Comissário Europeu para os Assuntos Monetários, em declarações ao jornal francês «Les Echos», afirma que a guerra é «claramente» uma das «circunstâncias excepcionais» que pode permitir aos Governos por de lado a obrigação de cumprir o limite de 3por cento no défice orçamental.

No PEC estão estabelecidas algumas ressalvas que desobrigam os países a cumprir as metas fixadas no documento, com o caso de ocorrer uma recessão prolongada ou a existência de uma guerra.

O ano passado Portugal conseguiu obter um défice orçamental abaixo dos 3por cento do PIB, depois de em 2001 ter sido o primeiro país a violar o PEC.
Este ano o Governo espera um défice de 2,4 por cento do PIB, mas os dados da execução orçamental e o abrandamento da economia parecem ameaçar este objectivo.

A existência de uma guerra e caso Bruxelas confirme o aliviar das regras do PEC, Portugal e os países da UE, a braços com um abrandamento da economia, podem assim abrandar as restrições orçamentais.

O ano passado a França e a Alemanha violaram as regras do PEC, ao apresentarem défices orçamentais acima dos 3 por cento.

União Europeia apresenta relatório sobre o preço dos automóveis

Relatório da UE revela a existência de discrepâncias substanciais nos preços de veículos novos.

O último relatório sobre o preço dos veículos automóveis, anunciado pela Comissão Europeia, revela que mantêm-se a existência de discrepâncias nos preços de viaturas novas, embora se comece a verificar alguma convergência, sobretudo na zona euro.

Segundo este relatório referente a Novembro de 2002, ainda era possível nessa altura os consumidores europeus obterem reduções no preço na compra de viaturas noutro estado-membro, provocando uma concorrência que não produz uma covergência dos preços.

Segundo este relatório, a Dinamarca, a Grécia e os Países Baixos, são os países onde custa menos comprar um automóvel novo, excluindo os impostos, quanto à zona euro, os mercados mais elevados continuam a ser o alemão e o austríaco, porém o “top” do mercado mais caro da União europeia continua a ser ocupado pelo Reino Unido.

Barbosa & Almeida aposta no mercado espanhol

A vidreira Barbosa & Almeida está disponível para assumir um papel activo na consolidação do sector, através de aquisição ou fusão com empresas espanholas, referiu o presidente do Grupo.

Carlos Moreira da Silva, presidente do Grupo Barbosa & Almeida, revelou também a sua preocupação relativamente ao aumento de capacidade na Península Ibérica e confirmando um investimento superior a 25 ME na unidade da Marinha Grande.

“Estamos mesmo à procura, em Espanha, de interessados neste processo de consolidação”, adiantou, à Reuters,
o presidente do grupo BA.

Descartando a possibilidade desse processo ser feito com empresas portuguesas, Carlos Moreira da Silva garantiu que, sem esta consolidação, “o sector não tem estabilidade possível”.

O problema é que a BA não encontra interessados no negócio. “Não se vê caminho para isso. Ninguém quer vender nem fundir-se, o que é motivo para preocupação”, afirmou o presidente da empresa, esta manhã, durante a apresentação de contas da BA relativas a 2002, um ano marcado pela duplicação dos resultados líquidos face ao ano anterior, para 6,4 milhões de euros (ME).

“A situação é particularmente grave, porque se avizinha um movimento de investimentos para aumentar a capacidade de produção (na Península Ibérica), o que irá degradar a situação do sector”, alertou Moreira da Silva.

“Em 2003 haverá mais excesso de oferta do que houve em 2002”, disse.
O presidente da BA mostrou-se apreensivo sobre a forma de consolidação do sector, devido ao tratamento fiscal que em Portugal é dado ao “goodwill”, classificando-o como um “absurdo”.

“Pelas nossas contas, e tendo em conta a fusão entre empresas de iguais dimensões, a compra de uma empresa portuguesa por uma espanhola fica mais barato 40 milhões de euros do que na situação inversa”, garantiu Carlos Moreira da Silva.

“É assim que se quer manter os centros de decisão em Portugal? O que é natural é que o centro vá para Espanha…”, denunciou.
Sobre o acordo com o Ministério da Economia e a Câmara Municipal da Marinha Grande relativamente à manutenção da fábrica da BA neste concelho, Moreira da Silva escusou-se a adiantar números, confirmando apenas que o investimento total a efectuar naquela unidade será superior a 25 ME.

Isto porque os incentivos e apoios estatais a este investimento serão negociados no âmbito da Agência Portuguesa para o Investimento (API), “cuja fasquia mínima é precisamente de 25 ME, sendo que o investimento a efectuar na Marinha Grande será superior a esse valor”, garantiu o presidente da BA.
Quanto a 2003, Carlos Moreira da Silva espera “um ano difícil”, mostrando-se apreensivo relativamente à manutenção da performance obtida pela BA no ano passado.

Depois de ter realizado grandes investimentos nos últimos anos, a vidreira tem apenas previsto para 2003 um investimento de sete ME na sua unidade de León, em Espanha.

Interrogado sobre a manutenção da BA em bolsa, Carlos Moreira da Silva mostrou-se favorável à saída da empresa do mercado, mas adiantou que os restantes accionistas não partilham da mesma opinião.

Acho que não há interesse em manter a empresa em bolsa, mas os accionistas não acham o mesmo…”, concluiu.