O Conselho do Atlântico Norte não conseguiu, hoje de manhã, desbloquear a crise que, desde segunda-feira, a França, a Alemanha e a Bélgica despoletaram ao vetar qualquer tipo de apoio defensivo à Turquia no âmbito da NATO, receando provocar uma escalada no conflito contra o Iraque e minar os esforços diplomáticos em curso.
Os embaixadores da NATO não conseguiram, esta manhã, desbloquear a situação problemática que desde segunda-feira se abateu sobre aquela organização. O Conselho do Atlântico Norte, reunido pela quarta vez num espaço de três dias, terminou ao fim de 90 minutos sem resultados práticos.
O secretário de Defesa norte-americano, Donald Rumsfeld, já fez saber que a actual crise no seio da NATO não irá atrasar uma possível acção militar contra o Iraque. Relembre-se que a França, a Alemanha e a Bélgica vetaram na segunda-feira qualquer tipo de acção defensiva aplicada no âmbito da NATO em território turco, receando uma escalada para a guerra contra o Iraque e a deterioração dos esforços diplomáticos.
A decisão destes três países está a provocar uma crise sem precedentes na Aliança, criando-se um impasse quanto ao papel da organização militar numa futura intervenção militar contra o regime de Saddam Hussein. Os três governos em questão recusaram-se a disponibilizar meios de vigilância (aviões AWACS), mísseis Patriot e material anti-NBQ, para a Turquia.
Perante a posição assumida por Paris, Berlim e Bruxelas, o Governo de Ancara, evocou o artigo 4º do Tratado, tendo iniciado consultas de emergência com os restantes parceiros da NATO sobre uma eventual ajuda desta estrutura àquele país.
Os Estados Unidos consideram a decisão dos três países “vergonhosa” e “indesculpável”, e de acordo com o correspondente da BBC em Bruxelas, Stephen Sackur, a contenda entre os Estados Unidos, e aquilo a que o secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, chamou de “antiga Europa” poderá minar a solidariedade na Aliança.