Ao fim de uma semana o Tour corre o risco de já estar decidido. Lance Armstrong até nem tem uma vantagem tão grande como seria de esperar depois da passagem pelos Alpes, mas a desistência de Joseba Beloki, companheiro de José Azevedo na ONCE, deixou, certamente o ciclista norte-americano mais seguro na liderança.
As principais ameaças à quinta vitória consecutiva de Armstrong no Tour são o russo Vinokourov, um ciclista da Deutche Telecom que deu nas vistas na primeira parte do Tour, e o alemão Jan Ulrich, da Bianchi, que tem uma desvantagem ligeiramente superior a dois minutos.
No entanto, o maior adversário do chefe de fila da US Postal pode ser a sua condição física. Na mítica subida ao Alpe D’ Huez, Armstrong não atacou, como seria de esperar, o que colocou algumas dúvidas sobre o seu momento de forma. Se melhorar, o norte-americano tem dois contra-relógios planos (um deles hoje) para ganhar tempo a Vinokourov, e os Pirinéus, na próxima semana, para “fugir” a Ulrich.
Quanto ao português José Azevedo, que no ano passado, em estreia no Tour, fez um brilhante sexto lugar, resta saber como será, daqui em diante, a sua reacção ao abandono do seu chefe de fila, Joseba Beloki.
Houve quem vaticinasse que, para o português, o melhor seria que Beloki desistisse, uma vez que a missão de Azevedo era “carregar” com o ciclista basco montanha acima. No entanto, no dia da desistência de Beloki, e no dia seguinte, o português mostrava-se ainda bastante transtornado pela sorte do seu companheiro de equipa e amigo.
Se a reacção for positiva, Azevedo tem ainda os Pirinéus para recuperar do 29.º lugar que ocupa actualmente, a 12 minutos de Armstrong. Certo é que Azevedo reúne o respeito dos adversários. Vinokourov, depois de vencer ma segunda-feira, apontou mesmo o português como ciclista a ter em conta na equipa ONCE, depois da queda de Beloki.