2025/11/12

Não há razão para a direita perderpor Rui Teixeira Santos

Não há nenhum eleitor que tenha votado em Durão Barroso que vá agora votar em José Sócrates. Bem pelo contrário, o que assistimos é a uma mobilização extraordinária do CDS/PP, que bem pode permitir que o CDS/PP vá buscar votos suficientes para tirar deputados ao PS, por exemplo, em Coimbra ou em Viana do Castelo.

Não há nenhum eleitor que tenha votado em Durão Barroso que vá agora votar em José Sócrates. Bem pelo contrário, o que assistimos é a uma mobilização extraordinária do CDS/PP, que bem pode permitir que o CDS/PP vá buscar votos suficientes para tirar deputados ao PS, por exemplo, em Coimbra ou em Viana do Castelo. E basta isso para que o PS não tenha a maioria absoluta. A única questão agora prende-se com o PSD. Os cabeças de lista abandonaram a campanha, ficando em palco apenas Santana Lopes. (Em boa verdade eles eram todos terceiras figuras, pelo que até pode ter funcionado a favor. Veremos.)
É verdade que o poder não se conquista. O poder perde-se e o que a direita fez foi, exactamente, tudo o que pode para perder o poder: desde Cavaco Silva a Marcelo Rebelo de Sousa, de Pacheco Pereira a Freitas do Amaral, todos fizeram tudo o que podiam e sabiam para que o PSD perdesse estas eleições, no que foram acompanhados pela generalidade de imprensa e da opinião publicada e televisiva. Os governos da AD foram maus e, muito pior, é o desânimo que tomou conta do PSD e dos militantes do PSD nesta campanha. É inexplicável que os cabeças de lista não tenham feito campanha, certos que os seus lugares estavam assegurados. Só que alternativa é o transformismo, o jogo táctico de um guterrismo reciclado e sem soluções, que não entusiasma o País também.
Aliás, o síndroma transformista atacou também nos jornais, num misto de perda de dignidade e de valores, que tornou opaco o regime político. Já se tinha percebido isso com o Presidente da República. No próximo domingo à noite o mesmo Presidente terá definitivamente deixado tudo na mesma ou, pior ainda, contribuído para a falência deste regime político. E o efeito acaba por ser contrário ao pretendido, porque transforma em concreta a vitimização que caracterizou a campanha do PSD, tornando evidente que nada foi coincidência.
É este sentimento de excesso e de jogada traiçoeira que torna improvável que o eleitorado que votou antes no PSD vá agora votar no PS. Já ninguém vai atrás de Marcelo Rebelo de Sousa ou mesmo de Cavaco Silva, depois das cenas dos últimos capítulos. Não é possível julgar, e o eleitorado não o fará, um Governo com quatro meses, por muito mau que tenha sido e por muito inábil que tenha sido a sua comunicação. Por isso mudar não faz sentido, e o eleitorado não sente que pudesse ter melhor. A alternativa é a instabilidade e a instabilidade, neste contexto, significa transformar o País num casino e em dois banqueiros, repetindo a lamentável abordagem do conde de Burnay, em vésperas do colapso da monarquia constitucional. Isso só significaria que os ricos ficariam mais ricos à custa do empobrecimento das classes médias e do endividamento do País (que obviamente os banqueiros agradeciam). E, quanto mais pobre e mais provinciano o País fosse (os banqueiros são mais provincianos do que eram os militares que voltaram para os quartéis, ou que os políticos que falharam e destruíram o Regime Democrático), mais os banqueiros estariam defendidos da concorrência externa que não apareceria, e do futebol à comunicação social, da energia ao abastecimento de água, tudo passaria pela banca e ou pelos seus protegidos.
Há que ter consciência que, não havendo qualquer possibilidade do PS ter maioria absoluta, se não houver uma maioria de centro-direita, o País entra numa espiral de instabilidade que apenas novas eleições legislativas poderão pôr cobro.
Só que a interrupção da legislatura só pode, por imperativos constitucionais, ser feita depois de 20 de Novembro de 2006, ou seja, daqui a cerca de dois anos. Nos próximos seis meses a nova Assembleia não pode ser dissolvida, depois, nos últimos seis meses de mandato do Presidente Sampaio, este perde os poderes de dissolução e finalmente o novo Presidente da República, a ser eleito em Janeiro de 2006, só tomará posse depois de 20 de Março do próximo ano, o que significa que só terá poderes constitucionais para dissolver o Parlamento depois de Setembro, pelo que as eleições antecipadas só poderiam ser marcadas para fins de Novembro ou Dezembro de 2006.
E sem Governo, ou com Governos frágeis e instáveis (primeiro o PS sozinho, depois o PS com o apoio do PP, depois ainda o ensaio à esquerda e finalmente o Bloco Central para aguentar as coisas até às legislativas antecipadas), o poder cairia nas únicas instituições da sociedade civil que funcionam e que ganham com a crise e com o endividamento do Estado e o descontrolo das contas públicas, ou seja, os bancos.
E nesse sentido, parece cedo para que isso aconteça. Parece mesmo insignificante a “entourage” de Pedro Santana Lopes. O eleitorado do PSD até gosta do primeiro-ministro, mas pode ser tentado a dar um voto de protesto contra os Morais Sarmento, os Relvas, os Arnauds, os Aguiar Brancos e toda a gente que o circunda e que só faz perder votos. Só que esses são eleitos de qualquer modo (eis uma das perversidades desta democracia) e se o centro-direita não tiver a maioria, a instabilidade política será também a expressão da falência dos políticos e, portanto, o governo dos banqueiros.
Por muito interessante que seja para o filósofo político a discussão à volta da falência do regime democrático, o certo é que a sua reforma em estabilidade tem-se mostrado mais compatível com o crescimento económico e com o enriquecimento dos países. Se repararmos, toda a Europa, ao contrário de Portugal, tem mantido uma enorme estabilidade política, pelo simples facto que não há nenhuma razão para mudar de Governo e não há alternativas no quadro europeu às políticas actuais. Este realismo explica por que é que Blair vai para o terceiro mandato, por que é que Schroeder vai ganhar as próximas legislativas, ou por que é que Aznar apenas perdeu as eleições em Espanha por causa do atentado de Atocha no 11-M.
E no caso português há ainda uma razão adicional que prejudica substancialmente o PS: os partidos da esquerda, como o Bloco de Esquerda, e, sobretudo, o PCP, com este espantoso líder, Jerónimo de Sousa, conseguem estar a crescer ou pelo menos conseguiram estancar o crescimento do PS à esquerda, o que dificulta muito a vida ao líder do PS. Sem poder crescer à esquerda e com o eleitorado do centro sem vontade de votar no PS, ainda que a “burrice” da elite política da direita a tenha feito entrar num inexplicável processo de autofagia, os socialistas correm o risco de ter criado na comunicação social expectativas demasiado elevadas, que façam do resultado do próximo domingo sempre um mau resultado, prejudicando definitivamente a possibilidade de um governo minoritário. Acresce ainda a falta de credibilidade, num contexto de instabilidade política, do Presidente da República, cuja legitimidade já não servirá para sustentar nenhuma solução política que não tenha clara sustentabilidade parlamentar.
É, por isso, que a direita ainda pode ganhar as eleições de domingo.

Audi A3 Sportback 2.0 TDI — Opção acertada

á alguma vez desejou um carro maior que o A3, mas mais pequeno que a carrinha A4? Pois bem, a A3 Sportback
é a solução apresentada pela Audi. Excelente qualidade
de construção, boas prestações e um design atraente
são os principais trunfos deste modelo.

legante e apelativo. Assim se define, em termos estéticos, a variante mais funcional do Audi A3 Sportback, que, todavia, não está bem definido quanto à sua tipologia: não é um hatchback, uma carrinha nem um coupé, mas antes uma bem conseguida fusão destes três conceitos. De facto, quando se avista pela primeira vez este modelo, não se percebe bem que tipo de carro é. Porém, o design deste automóvel não deixa qualquer pessoa indiferente, onde a classe e a agressividades da grelha talvez sejam o ponto forte deste novo conceito apresentado pela Audi.
Relativamente ao interior, não foge muito à excelente qualidade que esta marca sempre nos habituou, não existindo muitas críticas negativas a fazer. Já em termos de equipamento disponibilizado de série, é não mais do que o correcto para um modelo deste segmento e preço, onde se destacam os seis airbags, ABS, ASR, EDS, ESP, suspensão desportiva, dupla regulação do volante, ar condicionado automático bizona, rádio com leitor de CD, fecho centralizado com comando e vidros e retrovisores de controlo eléctrico.

Boas prestações
Há quem afirme que os motores diesel que acompanham os mais recentes Audi são, provavelmente, os melhores do mercado. E este 2.0 TDI da conhecida marca dos cinco anéis vem provar isso mesmo.
Com recuperações extremamente interessantes e com uma excelente posição de condução graças aos múltiplos acertos que se podem fazer no volante e banco do condutor, guiar este Sportback é um verdadeiro prazer. As ultrapassagens são feitas sem muito esforço e sem necessidade de se socorrer a mudanças mais baixas, e se se distrair rapidamente ultrapassará a velocidade permitida por lei. Prova disso são os cerca de 207 km/hora de velocidade máxima, sendo a distância dos 0 aos 100 km/hora percorrida em suaves 9,5 segundos. Relativamente ao consumo combinado apresentado pela marca, 5,5 l/100 km é quanto gasta este modelo testado pela OLÁ! Semanário.
Por tudo isto e muito mais, para todos aqueles que desejem comprar um carro com ar desportivo, comportamento dinâmico bastante bom e um nível de conforto elevado, terá de pagar cerca de 42.500 euros. Um valor que nos parece um pouco elevado, mas é o preço para se ter um dos melhores automóveis desta gama a circularem nas estradas.|

Almoço de Família

Política, a Educação, o Sexo, a Cultura, e o Trabalho com o mais puro veneno

O Cinema Mundial
, encerrado em Março de 2004 por razões de segurança e fraca afluência de público, tinha três salas, mas por agora apenas uma delas abriu ao público para apresentar a peça “Almoço de Família”. Versão adaptada para Portugal da comédia francesa que tem feito o êxito imparável da dupla Chevaliers du Fiel, “Almoço de Família” é um hino inspirado à família tal como ela é.
“Quem vai ficar com a sogra neste Natal? Quem é que tem sempre razão? Quem é que é o verdadeiro falhado? Quem canta de galo, mas no momento da verdade cacareja de galinha?” Nesta peça estão reunidos os ingredientes para que este almoço seja semelhante aos de muitas famílias. Os irmãos e actores Paulo e Pedro Pereira representam nesta peça o confronto de personalidades entre dois cunhados. O autor Eric Carrière, doutorado em Sociologia, criou duas personagens estereotipadas: um é Cajó, um pequeno empresário burguês, pouco culto, convicto das suas opiniões, o típico de novo–rico, com ideias de direita; o outro é Tó Zé, professor de esquerda, ecologista, liberal cuja militância se vai perdendo ao longo do almoço.
O ponto alto da encenação fica por conta do grande humor da dupla que promete muita entrega e uma grande energia e, em troca, os actores esperam muitas risadas.
Os dois irmãos, Paulo, 39 anos, e Pedro Pereira, 33, são de uma família tradicional ribatejana e trabalham juntos profissionalmente há 17 anos. O Pedro participa, como cantor, num projecto denominado “Orquestra Nova Harmonia” liderado pelo maestro José Marinho. O seu irmão, Paulo foi, entre 1990 e 1992, pianista da cantora Mafalda Veiga. Em 1989, os irmãos fundaram com os amigos Paulo Vilares e Naná Nunes, os Meninos d’Avó, uma banda que gravou dois álbuns de originais e que se encontra neste momento em fase de “hibernação”.
A peça está em cartaz desde a abertura do “Festival Internacional de Humor de Lisboa – RIR”, no dia 22 de Outubro do ano passado e já acumulou vários espectadores.
Agora chegou a vez do cinema Mundial receber esta peça que promete uma boa dose de risadas e de humor.|

A questão dos negócios e das comissões pode marcar o próximo debate

Santana Lopes partiu a meio da semana para a campanha com a consciência que tinha mesmo que recuperar o tempo perdido no último fim-de-semana. A campanha estava dentro do previsto, o debate de quarta-feira e a entrevista de quinta-feira na RTP tinham-lhe corrido bem.

Santana Lopes
partiu para a rua, depois do interregno das férias de Carnaval, que aproveitou para, como primeiro-ministro, ir a Monte Real, anunciar a utilização civil do aeródromo militar. Foi de Falcon, numa viagem que deveria ter feito de carro ou de helicóptero, e acabou por pagar o preço disso. O remendo argumentativo, misturado com a descontraída imagem de estadista com a família, em S. Bento, que passou na terça-feira de Entrudo nas televisões, não foi suficiente para neutralizar o erro da visita, a que Paulo Portas, avisadamente, não compareceu.
Consciente da situação política, o líder do CDS/PP não quis aparecer ao lado de Santana Lopes, como ministro da Defesa a meio da campanha eleitoral. E começou mesmo na quarta-feira seguinte, depois do banho de multidão nos mercados de Aveiro, a responder directamente a Santana Lopes, que no dia anterior havia dito que a campanha de rua e dos sacos de plástico não se adequava a este tempo. O parceiro de coligação do PSD aproveitou para directamente atirar ao primeiro-ministro, dizendo que um político que não se misture com a população está a caminho do desemprego.
Foi este o primeiro sinal claro de que o CDS está, neste momento, mais interessado em aproximar-se do PS, apostando tudo numa vitória de José Sócrates, sem maioria absoluta.

A questão da maioria absoluta

À direita e à esquerda, depois deste Carnaval, a questão política é esta: ou há maioria absoluta do PS, ou então tem que haver uma coligação que garanta um governo estável. A dúvida instalada foi meticulosamente montada pela joga do “Público”, articulada com a campanha socialista, usando a notícia falsa sobre Cavaco Silva. O distanciamento do antigo presidente do PSD da vida partidária foi explorado inteligentemente pela campanha socialista. Ciente que Cavaco Silva não se queria envolver na campanha e que prejudicaria uma acção inteligente, com a teimosia de se manter distante, os socialistas aproveitaram a notícia falsa para relembrar o artigo de Cavaco Silva sobre a má moeda e a necessidade de serem afastados os políticos incompetentes, numa alusão clara do antigo primeiro-ministro à liderança do seu partido. Ainda que Cavaco Silva em comunicado no dia seguinte tenha negado o prognóstico de que seria vantajoso uma maioria absoluta do PS, o certo é que não afirmou claramente a necessidade de uma vitória do centro-direita, o seu espaço político tradicional, e quem lhe deu a maioria em três eleições legislativas consecutivas.
Era o bastante para a questão da maioria absoluta voltar à agenda, depois de, aparentemente, encerrada com o debate entre Sócrates e Santana Lopes, em que o líder socialista não tinha conseguido apresentar-se como alternativa ao actual primeiro-ministro.

A vitimização e a vítima

Santana Lopes perdeu a oportunidade de manter o nível elevado de expectativa do seu lado. Estes três dias de campanha poderão ter sido decisivos, admite-se do lado do PS. Santana Lopes preferiu recuar para a vitimização de novo, acantonando-se num campo que domina e explorando o aspecto familiar, para marcar a diferença com Sócrates. Foi excessivo, porque o assunto já estava esgotado com a questão da vida privada do líder socialista e o debate à volta dos rumores, claramente favorável ao PSD.
E dando este espaço, a campanha socialista aproveitou em pleno. A denúncia das conversas de bastidores com o Bloco de Esquerda poderão ter abortado as negociações para uma coligação de esquerda, ou mesmo para acordos de incidência parlamentar. A questão europeia e de defesa, como aliás Paulo Portas fez questão de lembrar, inviabilizam a maioria de esquerda, e qualquer situação de governo minoritário, embora legítima, é sempre instável. Mesmo que o PS decida, como aconselha Almeida Santos, avançar para um Governo minoritário, caso ganhe as próximas eleições com maioria relativa, a situação não deverá ser sustentável a prazo, pelo que meses depois o Governo socialista deverá cair na Assembleia da Republica, ficando sempre o PS em situação pior que aquela em que se encontra agora.
É neste contexto que os socialistas preferem equacionar já as alternativas à maioria absoluta. E para haver estabilidade elas passarão sempre por um acordo parlamentar ou governativo com o PSD ou com o PP. E, neste contexto, o acordo celebrado entre Portas e Santana Lopes, antes da campanha, inviabiliza esses entendimentos, pelo que acabará sempre por ser colocado de lado. Portas aposta no afastamento de Santana Lopes para dizer que as circunstâncias mudaram e o interesse nacional justifica entendimentos entre o PS e o PP.

PP está a negociar com o PS

Neste momento, há militantes do PS e do PP que já estão a preparar os entendimentos possíveis, soube o SEMANÁRIO. Portas quer a Administração Interna e provavelmente aceita o referendo sobre o aborto e exige o adiamento da co-incineração dos resíduos perigosos, em Coimbra. Mas, à semelhança do que se passou com o partido liberal alemão, um entendimento com os socialistas, com incidência governativa, poderia ter uma componente internacional, ficando Portas com o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Mas, do lado do CDS equaciona-se ainda o cenário de Santana Lopes poder ficar à frente do PSD e de não haver condições políticas para entendimentos com incidência governamental. Ou, a haver, o líder fica de fora, mandando eventualmente Nobre Guedes para a coligação. Esse governo manteria alguma continuidade das políticas que vinham de Durão Barroso até que o novo Presidente da República pudesse dissolver o Parlamento e convocasse eleições legislativas antecipadas, podendo nessa altura e em melhores circunstâncias o PSD e o PP aparecerem coligado pré-eleitoralmente, como aconteceu em 1979, a seguir ao governo PS/CDS.
Para o PP é agora que tudo se joga: Portas tem consciência que Santana Lopes lhe deu uma oportunidade para crescer, ele que estava a ser diminuído no Governo de Barroso e quer acabar de vez com a possibilidade do PSD o desfazer. Por isso tudo fará a partir de agora, para que a esquerda vença as eleições e precise do seu apoio parlamentar para governar. É táctico e inteligente para a sobrevivência do PP.
Diante desta estratégia, Santana Lopes tem que lutar sozinho, não podendo contar com os barões do cavaquismo, e aparentemente nem mesmo com o próprio Cavaco Silva, que não disse expressamente desejar a vitória do seu partido e que incompreensivelmente não devolveu o cartão de militante do PSD, como seria normal.

A questão dos negócios do PS

Mas, a partir deste momento, Santana Lopes já não tem espaço para a vitimização. Mais vitimização transforma-o em vítima e autor da sua própria desgraça. Moderado, e ciente da simpatia que detém no eleitorado que gosta dele e que não aprecia Sócrates, o primeiro-ministro tem que apostar nas mulheres e nos jovens. Este é um eleitorado que o PSD ainda não mobilizou e que Portas tem estado a mobilizar. Sem jovens, o PS não tem maioria absoluta. E contra as mulheres, dificilmente a esquerda pode fazer um bom resultado. São dois trunfos do lado do PSD, que Paulo Portas não consegue desmontar com facilidade. E ainda que Portas e Sócrates se entendam melhor que Paulo Portas e Santana Lopes, as questões dos dinheiros das campanhas e da vida financeira dos candidatos pode vir ainda a fazer história, numa campanha onde a parte escura ganhou dianteira ao debate ideológico ou à escolha das medidas para governar o País. Pode ser este ainda um trunfo para o centro-direita?

Bes avança para a Galp sem Carlyle

O Banco Espírito Santo (BES) vai voltar a concorrer à compra de parte do capital da Galp, se o novo Governo decidir avançar com o processo. Porém, uma coisa é certa: não vai contar com a presença do grupo norte-americano Carlyle.

O presidente da instituição financeira, Ricardo Salgado, admitiu que “o dossier da Galp é muito especial no grupo BES.
Tudo o que tem a haver com a Galp é levado muito a peito e, portanto, a nossa participação foi, é, e provavelmente continuará a ser de interesse”, citou a Infobolsa. O que significa que mesmo sem o anterior parceiro norte-americano que, segundo Ricardo Salgado, «se retirou do processo», é provável “que se volte a constituir um consórcio com os mesmos parceiros nacionais, já que estes querem continuar (na corrida à Galp)”. Quando questionado se este grupo nacional que fazia parte do consórcio Luso-Oil estaria interessado em convidar um novo parceiro internacional, Ricardo Salgado disse apenas que «logo se verá». Refira-se que faziam parte do Luso Oil, para além da Carlyle (que liderava o agrupamento) e do BES, dos portugueses FomentInvest, Amorim, Olinvenste, Fundação Oriente e IP Holding.
Recorde-se ainda que na passada terça-feira o Governo, através do Ministério das Actividades Económicas decidiu manter inalteradas as condições do contrato assinado entre a Parpública e a Petrocer, no âmbito da aquisição por parte deste consórcio, de 40,79% da Galp Energia, adiando assim a resolução do processo para o próximo Executivo que tomar posse no próximo dia 20 de Fevereiro.

Sete querem Lusomundo

José Maria Ricciard confirmou ainda que «a Portugal Telecom tinha decidido convidar alguns grupos a apresentarem propostas ate ao dia 31, e foram sete os que entregaram. Estes grupos estão agora a ter acesso ao data room da empresa para que se quiserem entregar propostas firmes, que o possam fazer até ao dia 14 de Fevereiro”, refere a mesma fonte. Recorde-se que, segundo o Jornal de Negócios de quarta-feira, as sete propostas avançadas pertencem à Media Capital, aos espanhóis da Prisa, à Recoletos, ao grupo João Pereira Coutinho com os espanhóis da Vocento, à Cofina , à Joaquim Oliveira e à Sonaecom.