2025/11/12

Abrantes nega conhecer restantes arguidos

O ex-provedor adjunto da Casa Pia, Manuel Abrantes, negou que alguma vez tenha estado na casa de Elvas, onde alegadamente ocorreram situações de abusos sexuais de menores da Casa Pia, e insistiu que até o escândalo rebentar não conhecia pessoalmente os co-arguidos Carlos cruz, Hugo Marçal e Ferreira Diniz, nem as alegadas vítimas.

Durante mais uma sessão do julgamento, e numa referência explícita a uma fotografia em que Carlos Cruz estará em práticas sexuais com um aluno da Casa Pia, José Maria Martins começou por perguntar a Manuel Abrantes se alguma vez alguém lhe tinha falado nessa fotografia. Na resposta, o ex-provedor revelou que a companheira, Fernanda Flora Gomes, também funcionária da Casa Pia, lhe contou que um dos alunos e uma educadora lhe disseram ter visto a fotografia. A situação reporta a 1982, altura em que a educadora foi buscar a casa de Jorge Ritto, que estava ausente no estrangeiro, dois alunos que tinham fugido de um colégio da instituição de ensino. O ex-provedor da Casa Pia refutou também a ideia de que já conhecia há vários anos o médico João Ferreira Diniz, bem como o facto dos carros do clínico serem reparados nas oficinas mecânicas da instituição. Por outro lado, afirmou não conhecer antes deste processo o advogado e co-arguido Hugo Marçal, apesar de José Maria Martins lhe ter indicado que Marçal concorreu a um lugar de direcção nos colégios da Casa Pia no concurso em que Abrantes foi membro suplente do júri.

Santana ganha debate

No único debate entre os dois candidatos a primeiro-ministro, Pedro Santana Lopes e José Sócrates estavam particularmente bem preparados em matérias programáticas. Mas o debate à volta da vida privada, que abriu o debate e obrigou Sócrates a dizer que as insinuações lançadas pelo PSD eram falsas, acabou por o condicionar. Santana esteve bem nos impostos, Sócrates foi melhor na questão do emprego. A campanha está na rua a partir deste debate. Mas, nos bastidores, um empate nas questões técnicas acaba por beneficiar quem está. Santana ganhou.

O debate
que marcou ontem o arranque da campanha eleitoral, que irá para a rua em Castelo Branco no próximo domingo, com comícios do PSD e do PS, começou com Sócrates a acusar o PSD de estar a fazer uma campanha negativa baseada no ataque pessoal. Santana Lopes explicou que, nesta campanha, há um défice de comunicação e de debates, que faz com que os assuntos das campanhas sejam reduzidos. Santana Lopes considerou que Sócrates o conhece e que ele nunca fez nenhuma referência à vida privada do opositor e que a questão do casamento de homossexuais foi introduzida pelo líder socialista, numa entrevista à “Única”, revista do “Expresso”.

Uma campanha negra do PSD

Sócrates rebateu, acusando directamente o primeiro-ministro de resvalar para uma campanha que não é própria da história do PSD, porque as referências são falsas. Santana Lopes rebateu, dizendo que ninguém fez insinuações ou ataques e que o PSD tem uma história de ataques pessoais. Santana Lopes referiu que o PS acusava directamente em todos os telejornais que o primeiro-ministro era incompetente e não tinha nada feito.
Santana Lopes, assumindo culpa própria pela excessiva exposição, diz que se recusa a não poder falar de um tema de campanha, porque o outro candidato é misto ou aquilo. Nesse sentido, a vida privada acaba por ser importante para se conhecer o carácter das pessoas. As propostas que se fazem sobre a vida de cada um são relevantes, esclareceu o primeiro-ministro, e não a vida privada, se as pessoas as quiserem manter privadas, desde que seja coerente.
Não foi o PSD que lançou os boatos e diz Santana Lopes que isso não deve ser tomado em consideração. Sócrates retorquiu, afirmando que os episódios da campanha, mas também os cartazes do PSD, com ataques cobardes (da JSD e não do PSD), são responsáveis por esta campanha de insinuações, referindo-se mesmo a uma página negra na propaganda do PSD. Trata-se de uma campanha negra, à qual o PS resistirá, disse Sócrates insistindo numa campanha pela positiva.
Este foi o motivo para dizer que este é um PSD irreconhecível e que o episódio deverá ser julgado pelos portugueses.
Santana retorquiu, lendo a entrevista de Sócrates ao “Expresso”, onde o líder do PS teria alegadamente dito que era muito liberal e a favor de casamentos homossexuais e a adopção por homossexuais.
Nos seis minutos iniciais, houve um empate no debate entre os dois candidatos.
O segundo tema foi sobre os impostos. Sócrates disse ter-se oposto à baixa do IRS, pois era irresponsável do ponto de vista das finanças públicas e ameaça o serviço público. Sócrates disse, porém, que os problemas das finanças públicas não se resolvem com mais impostos, mais sim através do crescimento económico. Sócrates acusou o governo do PSD de ter prometido o choque fiscal e de o não ter feito, bem pelo contrário subiu o IVA e o IRS. Há um julgamento a fazer a quem prometeu baixar os impostos e depois os aumentou, sendo isso negativo para a democracia e para a confiança. Foi a mentira que provocou a queda de confiança na economia portuguesa, disse o líder do PS.

Santana não aumenta impostos

Santana Lopes respondeu que não ia aumentar os impostos. O líder do PSD lembrou o choque de nervos que foi o défice de 4,4%, que foi encontrado nas finanças públicas. Santana lembrou que o IRS cresceu 20%, que o IRC subiu 5% e que o IVA (um terço das receitas do orçamento) também cresceu nas cobranças, demonstrando que a maior eficiência fiscal permite mais receitas. O primeiro-ministro revelou ainda que há um forte crescimento da receita que permitiu um aumento das transferências para as autarquias. Os impostos que desceram nas receitas foram exactamente os impostos dos vícios (álcool, tabaco, etc.)
Sócrates contrapôs que deveria fazer-se uma revisão do sigilo bancário para o combate à fraude e evasão fiscal. Sócrates colou Santana ao Governo de Barroso e Santana Lopes disse que o assumia e que esperava também que Sócrates assumisse também a governação do PS.
Sócrates foi depois confrontado com a falta de sustentabilidade financeira na cobertura da taxa de pobreza prometida pelo PS. Sócrates disse que queria trazer o combate à pobreza como prioridade da governação para o PS, e o escandaloso é sobretudo na área dos idosos. Sócrates prometeu uma prestação extraordinária que tire da pobreza os idosos que têm apenas uma prestação social.
Santana Lopes disse que o caminho está a ser feito, e que este ano se fez mais um esforço de 350 milhões de euros, com os aumentos de cinco e seis por cento para alguns pensionistas. Santana Lopes disse que o PSD quer fazer subir os rendimentos para cima do “plafond” dos 300 euros prometidos pelo PS. O primeiro-ministro acusou o PS de ter medidas, como o rendimento mínimo garantido, só para os muito pobres, em vez de os trazer para o mercado de emprego e, sobretudo, que a coincidência da garantia mínima de rendimento coincide também com a garantia máxima dos rendimentos dos ricos, esquecendo-se dos milhões de portugueses entre os dois grupos.
Santana lembrou o rendimento de inserção, o rendimento do subsídio do desemprego (10% da Segurança Social) e as pensões onde a convergência vai existindo.
Neste grupo de perguntas, Santana Lopes ganhou ao PS.

Funcionários públicos

A terceira questão foi sobre os aumentos dos funcionários públicos. Sócrates disse que a modernização da administração pública deve ser feita aproveitando a saída dos funcionários e para rejuvenescer a administração, assumindo o PS o compromisso para entrar para a função pública um funcionário contra dois que saiam. Santana Lopes, por seu turno, disse que a administração pública representa cerca de 15% do PIB, relembrando que o que era necessário era aumentar a produtividade da economia para fazer reduzir o peso dos funcionários na economia. O exemplo do aumento de 200 funcionários no governo socialista que foi o responsável pelo desequilíbrio das finanças públicas. Para o PSD, o caminho não é o despedimento dos funcionários mas a reestruturação e poupança nas despesas de funcionamento do Estado. Santana tem como meta a redução de 15 para 11 por cento do peso do Estado no PIB.
Sócrates defendeu o PS, dizendo que o Governo de Guterres limitou-se a legalizar empregos precários já antes criados e acusou o Governo do PSD de estar divorciado do Estado.
Santana Lopes relembrou que este foi o período com menos greves desde 1997, como também os números da criminalidade também baixaram pela primeira vez, não havendo tal divórcio. Santana referiu ainda que há que gerir as necessidades do Estado sem regras rígidas. Santana Lopes ganhou este questão.
O assunto seguinte foi o da Segurança Social, com o aumento da idade de reforma no centro da questão. O primeiro-ministro disse que não se vai mexer nos direitos adquiridos, apesar de estarmos com os mais baixos rácios de natalidade (1,3). O primeiro-ministro propôs que, quem tem menos de 35 anos, pode optar pelo novo sistema e os que tiverem no fim da carreira contributiva podem optar por trabalhar até mais tarde. Em geral, Santana Lopes diz que a média da idade de reforma tem que ser adiada, provavelmente para 68 anos, porque a idade média de vida aumentou.
Sócrates disse que não há nenhum estudo que prove que a sustentabilidade da Segurança Social está apenas assegurada por 15 anos. Prometeu um estudo para depois sem retóricas para tomar a medidas. Sócrates disse que devem acabar os estímulos às reformas antecipadas e que o Estado deve contribuir para o envelhecimento activo, e que não tem garantias que o plafonamento seja o caminho a seguir na Segurança Social.
Santana Lopes recusou a réplica, ficando os dois políticos empatados.

Emprego

Sócrates foi depois confrontado com a promessa de criar 150 mil empregos. O líder do PS lembrou que o País deverá olhar para o emprego em vez de esperar. O Estado não resolve, mas pode ajudar. O Estado pode apostar na qualificação para dar mais oportunidades aos portugueses. Ao nível do incentivo ao emprego (1000 jovens gestores em empregos novos em empresas e 25 mil para jovem estagiários), os programas do Estado devem ser prioritários.
Santana confrontado com a quebra dos 75 mil funcionários têxteis, o primeiro-
-ministro admitiu estar a negociar em Bruxelas cláusulas para proteger os têxteis nacionais. Santana disse que o Estado deve fazer programas de formação para jovens, mas que o objectivo do emprego é de todos. Sócrates acusou, com o dedo apontado para Santana Lopes, o PSD de ter perdido 150 mil postos de trabalho, ao que Santana retorquiu, dizendo que o maior desemprego foi no governo socialista e que Portugal tem menos desemprego que os países da OCDE

A odisseia dos sons

Aos 18 anos a “virtuosidade da voz de Amália” despertou Cristina Branco para a música. Com “Ulisses” a cantora quebra o epíteto de fadista e assume-se como uma cantora de música urbana portuguesa. Este álbum é uma aventura pela música portuguesa ao qual a cantora juntou também outros idiomas. “Ulisses” evoca a viagem, a aventura, a divagação, o amor, a partida, o regresso.

Em Portugal é conhecida como fadista, assume-se como tal?
Não me assumo como uma cantora de fado. Um fadista canta exclusivamente fado, um cantor canta o que for necessário. Eu faço o que me dá na “gana”. Não gosto que me categorizem. Eu canto aquilo que no momento a minha vida me dá para cantar.
No nosso país temos muito o jeito de catalogar as coisas, colocá-las em prateleiras. Este álbum é uma ruptura com essas dúvidas todas.

Honda Civic IMA

A arte de Poupar


Com as oscilações e subidas constantes do preço da gasolina
no mercado mundial, a Honda desenvolveu um motor inovador designado por IMA (Integrated Motor Assist),
capaz de transformar a compra de um simples carro
num “investimento” seguro.

Já alguma vez esteve a conduzir o seu carro e desejou que o ponteiro da gasolina não descesse tão depressa? Pois bem, a Honda apresentou no início de 2004 uma excelente opção de um veículo esteticamente atraente, com um habitáculo agradável, e com um incrível consumo de gasolina.
Mas analisando apressadamente o exterior deste médio familiar, não há muito a dizer de um modelo interessante e agressivo q.b., onde se destaca um toque de classe no design. Já o interior, espaço e conforto são os principais atributos, onde é necessário salientar-se os imensos equipamentos de origem que este Civic tem para nos oferecer.

Tecnologia inteligente
Relativamente ao principal motivo de interesse deste carro, o inovador sistema IMA baseia-se num motor eléctrico que auxilia o motor a gasolina. Mas passando a explicar melhor este processo, em condução normal, apenas funciona o motor a gasolina, enquanto o motor eléctrico, se necessário, recarrega as baterias instaladas nos bancos traseiros. Quando se desacelera, o motor eléctrico armazena a energia que de outra forma seria desperdiçada. Mas quando se carrega no pedal do acelerador, o motor eléctrico auxilia o motor a gasolina, proporcionando mais potência e reduzindo o consumo de combustível.
No que diz respeito a esta verdadeira “arte de poupar” por parte deste modelo, refira-se também que quando se imobiliza o automóvel durante um determinado período de tempo, o motor desliga-se automaticamente. Para se reiniciar a marcha novamente basta engrenar a primeira velocidade normalmente, poupando-se assim mais uns mililitros de combustível.
Em relação ao motor 1.4 do Civic testado pela OLÁ! Semanário, debita 90 cavalos e atinge uma velocidade máxima de 177 km/hora, percorrendo a distância dos 0 aos 100 km/hora em 12,8 segundos, com um consumo combinado a rondar uns impressionantes 4,9 l/100 km. Já em termos de preço, cerca de 22.500 euros é quanto terá de despender para “investir” neste Honda Civic IMA.|

CDS/PP não exclui entendimentos pontuais com PS

Um acordo pós-eleitoral entre o CDS/PP e o PS está fora de questão, apurou o SEMANÁRIO. A única possibilidade de vir a existir um entendimento pós-eleitoral entre os dois partidos será pontualmente, nas áreas de defesa e política externa, nomeadamente em questões relacionadas com a NATO e só se se justificar para o País.

A polémica em torno do eventual entendimento pós-eleitoral com o PS em áreas como a defesa e a política externa continua a preocupar PSD, embora Santana Lopes e Morais Sarmento já tenham desvalorizaram a questão. Na apresentação da candidatura de António Pires de Lima, no Porto, Paulo Portas também não quis alimentar mais polémicas sobre o assunto. Portas recusou-se a fazer qualquer comentário sobre a carta enviada por Morais Sarmento ao vice-presidente do seu partido, António Pires de Lima, por causa de declarações públicas que atentariam contra o acordo pré-eleitoral estabelecido com os sociais-democratas. “O CDS não entra em polémicas, o eleitorado não nos perdoaria”, reagiu Portas ao ser confrontado pelos jornalistas sobre a polémica. No entanto, fontes próximas do CDS/PP revelaram ao SEMANÁRIO que o CDS/PP, não pretende qualquer tipo de acordo pós-eleitoral com o PS em áreas como a defesa e a política externa, disponibilizando-se apenas para apoiar, casos pontuais destas políticas, em pontos de vista comuns entre os dois partidos, nomeadamente em questões relacionadas com a NATO. Esta mesma fonte adiantou ainda que não há qualquer intenção em apoiar o programa do PS nestas matérias, a não ser em circunstâncias onde ambos os pontos de vista partidários, sejam benéficos para o País, revelou. Na sua apresentação, António Pires de Lima também, pós alguma agua na fervura ao revelar que se houver qualquer questão a clarificar entre os dois partidos, isso será feito de “forma privada”, num remoque ao facto de o conteúdo da carta ter saído no “Diário de Notícias” antes de lhe ter chegado às mãos. “Qualquer questão que deva ser esclarecida, clarificada, entre os dois partidos deve ser feita de forma privada. Oportunamente, se for caso disso, darei explicações, conversarei com ele [Morais Sarmento] sobre as questões que me põe na carta, afirmou. Também questionado sobre a carta, Santana Lopes reafirmou a sua confiança no acordo estabelecido com os populares e considerou que as declarações de Paulo Portas e Pires de Lima “são fruto da tensão da pré-campanha”.

CDS confiante em derrotar o PS no Porto

O líder do CDS/PP, Paulo Portas anunciou na cerimónia de apresentação que “vamos abrir a campanha no Porto, é uma homenagem ao Porto e é um grande desafio à capacidade de mobilização do partido no distrito”, alertou, desafiando os militantes e simpatizantes a “encherem o Palácio de Cristal”. Já Pires de Lima, o número um da lista pelo distrito, não moderou ambições. “É absolutamente fundamental que o CDS cresça no Porto e retire deputados ao PS”, defendeu, chegando mesmo a dizer que não há limites na próxima batalha eleitoral. “Temos hoje três deputados no distrito do Porto, quatro, considero que é o mínimo que me proponho, um quinto não seria mau. Mas, estando consciente do peso histórico do partido, não estabeleço limites ao crescimento do CDS no distrito, nem a nível nacional. Iremos tão longe quanto os portuenses e os portugueses entenderem ser útil”, disse Pires de Lima, que enunciou depois alguns dos compromissos eleitorais. Fazer da cidade do Porto “a verdadeira capital empresarial e logística do noroeste peninsular” é uma das principais apostas do candidato.